O procurador Hebert Mesquita, respons�vel pela Opera��o Zelotes, disse nesta ter�a-feira, que as provas apresentadas em den�ncia de tr�fico de influ�ncia contra o ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva s�o "batom na cueca" e demonstram que o petista, ap�s deixar o Pal�cio do Planalto, ofereceu seu prest�gio a empresas, em troca de viabilizar um contrato bilion�rio e a edi��o de uma medida provis�ria no governo de Dilma Rousseff.
Mesquita alega que houve encontros para tratar dos dois assuntos e que uma empresa de Lu�s Cl�udio recebeu R$ 2,5 milh�es do lobista Mauro Marcondes Machado, representante das empresas interessadas nas decis�es, como remunera��o pelo apoio de Lula. O repasse foi revelado em 2015.
O procurador lembrou ainda que, num e-mail descrito na den�ncia, por exemplo, os investigados mencionam que a MP s� seria feita se Lula mandasse. "Est� tudo documentado. Com o perd�o da express�o, � batom na cueca", comentou, ao sair de uma audi�ncia na 10ª Vara da Justi�a Federal, em Bras�lia.
Testemunhas de defesa
Nesta ter�a, quatro testemunhas de defesa de Lula e do filho depuseram na a��o penal que avalia as condutas dos dois e de outros r�us. Falaram o ex-presidente da Rep�blica Fernando Henrique Cardoso, o ex-titular do Minist�rio da Fazenda na gest�o do tucano Pedro Malan e os ex-ministros Jos� Eduardo Cardozo (Justi�a) e Nelson Jobim (Defesa). Os dois �ltimos exerceram os cargos nos governos petistas.
Os depoentes negaram saber se o ex-presidente influenciou decis�es de Dilma ou algum outro agente pol�tico.
Para o procurador, as testemunhas, "de certa forma", corroboram a den�ncia. Ele explicou que a investiga��o sobre o caso n�o diz se, efetivamente, algum gestor p�blico chegou a ser influenciado por Lula ao tomar decis�es.
� que, conforme o Minist�rio P�blico Federal, somente o fato de "vender fuma�a", ou seja, oferecer a possibilidade de interfer�ncia no governo, em troca de vantagem, � crime, bastando, portanto, para uma acusa��o criminal.
"Eles (da defesa) podem trazer 500 pessoas para dizer que n�o sabiam, e n�o sabiam mesmo. O crime existe, independentemente de o agente p�blico saber dele", comentou. "O que n�o pode � algu�m se valer de um alegado prest�gio para obten��o de vantagem, a pretexto de influenciar ato de agente p�blico", explicou.
Advogados de Lula
Os advogados de Lula t�m sustentado que as decis�es sobre os ca�as e a MP foram t�cnicas, tomadas com base em estudos e pol�ticas p�blicas que atravessaram governos.