Bras�lia, 12 - O empres�rio Joesley Batista alegou necessidade de aguardar resolu��o sobre validade de seu acordo de colabora��o premiada e optou por ficar em sil�ncio em depoimento na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Bras�lia. A oitiva realizada na manh� desta ter�a-feira, 12, foi no �mbito da Opera��o Greenfield, que investiga poss�veis irregularidades no aporte de fundos de pens�o em empresas do Grupo J&F.
No depoimento aos investigadores do caso, o empres�rio estava acompanhado de seu advogado, Ticiano Figueiredo, que entregou uma peti��o na qual explica que o sil�ncio de Joesley se deve � "situa��o de incerteza" em que se encontra o acordo de colabora��o assinado com a Procuradoria-geral da Rep�blica (PGR).
Em tese, o colaborador n�o pode optar por permanecer em sil�ncio nas investiga��es sobre temas abordados no acordo firmado com a Justi�a. Entretanto, segundo o advogado de Joesley, a op��o pelo sil�ncio n�o � uma viola��o ao acordo uma vez que ele est� suspenso enquanto a PGR realiza um procedimento para apurar poss�vel omiss�o de informa��es pelos delatores.
"O Joesley n�o se recusou a falar, mas em respeito ao procedimento que corre perante o Supremo Tribunal Federal (STF) permaneceu calado e se compromete a explicar todos os fatos ap�s a resolu��o dessa situa��o", afirmou Ticiano Figueiredo.
Hist�rico
Na segunda-feira, 4, o procurador-geral Rodrigo Janot abriu um procedimento de revis�o do acordo e pediu a revoga��o do benef�cio de imunidade penal concedido aos delatores.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou pedido de Janot e suspendeu os benef�cios dos delatores em despacho na �ltima sexta-feira,8. No mesmo despacho, o ministro tamb�m autorizou a pris�o tempor�ria do dono da holding, Joesley Batista, e do diretor Ricardo Saud.
O pedido para as pris�es preparado por Janot � embasado pelo conte�do da grava��o entregue pela pr�pria defesa do Grupo J&F, na qual Saud e Joesley falam sobre a suposta interfer�ncia do ex-procurador Marcello Miller para supostamente ajudar nas tratativas de dela��o premiada.
O ex-procurador ainda fazia parte dos quadros do Minist�rio P�blico Federal quando come�ou a conversar com os executivos, no fim de fevereiro.
Ele pediu a sa�da da institui��o em fevereiro e foi exonerado, de fato, apenas em abril.
(Fabio Serapi�o)