
L�der do governo no Senado e presidente do PMDB, o senador Romero Juc� (RR) chamou na tarde desta quarta-feira o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, de "l�der de fac��o".
Ao ser questionado sobre o conte�do da dela��o premiada de L�cio Funaro, Juc� minimizou o conte�do dos fatos narrados pelo corretor e o potencial destrutivo de uma eventual segunda den�ncia contra o presidente Michel Temer.
"O l�der dessa fac��o, Rodrigo Janot, vai ficar mais dois dias na PGR, o que � lament�vel, at� porque ele (seu mandato) est� acabando de forma muito triste, muito melanc�lica, como eu previ h� alguns dias atr�s", declarou Juc� ap�s reuni�o da Executiva do PMDB. "Agora est� se vendo que a organiza��o � Janot, Marcelo Miller, mais alguns procuradores, Joesley (Batista), S�rgio Machado, (Nestor) Cerver�, Delc�dio (Amaral). Essas s�o as companhias de Janot que armaram esse circo", emendou.
O presidente do PMDB disse que qualquer ato conduzido por Janot na reta final de seu mandato "est� eivada de erros, raiva e rancor, de tentativa de apagar o rastro de irregularidades". Por isso, disse o peemedebista, a segunda den�ncia deve ser recebida com "desconfian�a", mais at� do que a primeira den�ncia, derrubada na C�mara porque "o v�u caiu".
Para Juc�, a dela��o de Funaro - um dos �ltimos atos de Janot - foi um "ato entre amigos", por isso merece desconfian�a. "Qualquer dela��o premiada a essa altura do campeonato precisa ser muito investigada e comprovada para ser dar ouvido a ela", declarou. O senador disse que Janot sabia das conversas entre Miller e a JBS e que as a��es intermediadas pelo ex-procurador s�o "extremamente suspeitas".
Funaro afirmou em sua dela��o premiada que Temer dividiu com Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-homem forte de seu governo, propina da Odebrecht. Nos anexos de sua colabora��o, ele afirmou ter buscado R$ 1 milh�o em esp�cie, supostamente pagos pela empreiteira, no escrit�rio do advogado e ex-deputado Jos� Yunes, amigo de Temer. Funaro relatou tamb�m em sua colabora��o, j� homologada pelo Supremo Tribunal Federal, ter mandado a quantia para Geddel, na Bahia.
Reuni�o
Na reuni�o desta tarde da Executiva do PMDB, Juc� comunicou ao partido o pedido de afastamento de Geddel das fun��es partid�rias por 60 dias. Geddel j� estava afastado do comando do PMDB baiano desde meados de julho e hoje formalizou o pedido para ficar fora dos trabalhos de primeiro-secret�rio nacional do PMDB.
No encontro, que durou duas horas, a Executiva tamb�m deferiu a suspens�o por 60 dias da senadora K�tia Abreu (TO). A parlamentar enfrenta um processo na Comiss�o de �tica do partido por ter feito cr�ticas p�blicas a Juc� e Temer.
Um dos assuntos que mais tomou tempo na reuni�o foi o pedido de interven��o no diret�rio estadual do PMDB pernambucano feito por um aliado do senador Fernando Bezerra Coelho (PE), rec�m-filiado � legenda. O grupo de Coelho pede a dissolu��o do diret�rio estadual. A c�pula do PMDB decidiu que o l�der da bancada na C�mara, Baleia Rossi (SP), vai intermediar as negocia��es entre as partes para evitar a dissolu��o do diret�rio pernambucano.
Segundo fontes, Juc� revelou que o l�der do governo no Congresso, deputado Andr� Moura (PSC-SE), manifestou o desejo de se filiar ao partido, mas que as conversas ainda n�o evolu�ram. Juc� teria garantido que n�o haver� interven��o no PMDB local caso Moura se filie ao PMDB.