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Estado de Minas

Temer influenciou diretamente a aprova��o da MP dos Portos, diz Funaro


postado em 14/09/2017 10:49

Bras�lia, 14 - O corretor L�cio Bolonha Funaro afirmou em seu acordou de colabora��o premiada que o presidente Michel Temer tem neg�cios com a empresas Rodrimar e por isso influenciou diretamente a aprova��o da MP 595/13, conhecida como Medida Provis�ria dos Portos, para defender interesses de grupos ligados a ele. A MP foi aprovada em maio de 2013.

Na segunda-feira, 12, o ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inqu�rito para investigar a rela��o de Temer com a Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP). "Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confian�a do Presidente da Rep�blica, menciona pessoas que poderiam ser intermedi�rias de repasses il�citos para o pr�prio Presidente da Rep�blica, em troca da edi��o de ato normativo de espec�fico interesse de determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A", assinalou Barroso ao abrir a investiga��o contra Temer.

Em sua colabora��o, Funaro, que � apontado como principal arrecadador de propina do grupo pol�tico de Temer, o PMDB da C�mara, n�o citou valores. Mas segundo o corretor, ap�s a aprova��o da MP, ele acredita que tenham recebido comiss�o o presidente Temer, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Funaro tamb�m n�o soube informar como foi operacionalizado os pagamentos, mas que Cunha teria contado sobre a atua��o no caso dos Portos.

"Ap�s a prova��o da MP acredita que tenham recebido uma comiss�o pela aprova��o da mesma as seguintes pessoas dentre outras: Temer, Cunha, Henrique Alves (que era presidente da c�mara a �poca), o Ministro dos Transportes, tendo conhecimento de repasses por Gon�alo Torrealba propriet�rio do Grupo Libra", diz o anexo sobre o tema.

O jornal

O Estado de S. Paulo

revelou em 2016 que gra�as a uma emenda parlamentar inclu�da por Cunha na nova Lei de Portos, o Grupo Libra foi o �nico benefici�rio de uma regra que permitiu a empresas em d�vida com a Uni�o renovar contratos de concess�o de terminais portu�rios. Na campanha de 2014, o Grupo Libra doou R$ 1 milh�o para Temer, ent�o candidato � vice-presid�ncia.

"Essa referida Medida Provis�ria foi feita para beneficiar os grupos j� instalados nos Portos, tendo Eduardo Cunha como o articulador e o respons�vel pela arrecada��o frente a algumas empresas tinham interesse na reda��o dessa MP", explica Funaro em um dos anexos aos quais o jornal teve acesso.

Defesas

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 13, a Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia da Rep�blica afirmou que as declara��es do corretor L�cio Funaro n�o s�o dignas de cr�dito. "Vers�es de delator j� apontado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) como homem que traiu a confian�a da Justi�a n�o merecem nenhuma credibilidade. O criminoso L�cio Funaro faz afirma��es por 'ouvir dizer' ou inventa narrativas para escapar de condena��o certa e segura", diz o comunicado.

A Presid�ncia tamb�m contestou a afirma��o de que Temer, quando vice-presidente, tramava diariamente com o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a deposi��o de Dilma Rousseff. "No caso do impeachment, o delator se arvora estar bem melhor informado do que os jornalistas de v�rios ve�culos de comunica��o de Bras�lia, que acompanharam de perto todo o caso e noticiaram acordo fechado por Eduardo Cunha com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, pelo qual ele teria apoio do PT na Comiss�o de �tica da C�mara dos Deputados. Esses ve�culos publicaram que, como o PT n�o cumpriu seu acordo, Cunha deu seguimento ao pedido de impeachment", argumentou o Planalto.

O advogado D�lio Lins e Silva J�nior, que defende Eduardo Cunha, afirmou que n�o vai se manifestar at� a dela��o de Funaro ter seu sigilo baixado.

A assessoria de imprensa da Rodrimar divulgou nota sobre o assunto. "A Rodrimar recebeu serenamente a not�cia de autoriza��o do Supremo Tribunal Federal para a abertura de um inqu�rito determinado a apurar se o setor portu�rio foi beneficiado pelo recente 'decreto dos portos'. Em seus 74 anos de hist�ria, a Rodrimar nunca recebeu qualquer privil�gio do Poder P�blico", diz o texto.

"Prova disso � que todos os seus contratos est�o atualmente sendo discutidos judicialmente. O 'decreto dos portos' atendeu, sim, a uma reivindica��o de todo o setor de terminais portu�rios do pa�s. Ressalte-se que n�o foi uma reivindica��o da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, n�o foram totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de regularizar a situa��o de cerca de uma centena de concess�es em todo o pa�s. A Rodrimar, assim como seus executivos, est�o, como sempre estiveram, � disposi��o das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necess�rio".

A reportagem entrou em contato pelo telefone apontado na p�gina do Grupo Libra como sendo o canal de comunica��o com a empresa e encaminhou e-mail para o endere�o dispon�vel na site da companhia, mas n�o obteve resposta. O espa�o permanece aberto para manifesta��o.

(Fabio Serapi�o e F�bio Fabrini)


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