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Estado de Minas

Moro nega � defesa de Lula acesso a dados que envolvem setor de propinas da Odebrecht

Juiz federal afirma que 'al�m da dificuldade t�cnica, pois s�o v�rios HDs, os sistemas cont�m informa��es que s�o relevantes para v�rias outras a��es penais e investiga��es em andamento e ainda a serem instauradas'


postado em 14/09/2017 16:07 / atualizado em 14/09/2017 16:33

(foto: Lula Marques/Agência PT - Carlos Moura/SCO/STF )
(foto: Lula Marques/Ag�ncia PT - Carlos Moura/SCO/STF )

Curitiba e S�o Paulo - O juiz federal S�rgio Moro negou � defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva acesso aos arquivos da mem�ria digital do sistema de comunica��o secreto, que tinha servidores na Su��a e na Su�cia, e de contabilidade paralelo, Drousys e MyWebDay respectivamente, usados pela m�quina de fazer propinas da Odebrecht, o Setor de Opera��es Estruturadas.

"Invi�vel fornecer c�pia dos sistemas Drousys ou MyWebDay � defesa de Luiz In�cio Lula da Silva ou a qualquer outra", decidiu Moro, em despacho desta quarta-feira, 13, no processo em que o ex-presidente foi interrogado ontem, em Curitiba.

Moro afirma que "al�m da dificuldade t�cnica, pois s�o v�rios HDs, os sistemas cont�m informa��es que s�o relevantes para v�rias outras a��es penais e investiga��es em andamento e ainda a serem instauradas, inclusive parte delas sujeita � outras jurisdi��es".

"O fornecimento de c�pia poderia, portanto, prejudicar investiga��es em andamento ou investiga��es ainda a serem instauradas."

Lula � acusado de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro pelo acerto de R$ 12 milh�es em propinas, pagas pela Odebrecht de forma dissimulada na compra de um terreno para o Instituto Lula, em 2010, e de um apartamento vizinho ao que ele reside, em S�o Bernardo do Campo, em benef�cio do petista.

No depoimento, Lula negou as acusa��es, disse que � v�tima de um "ca�a �s bruxas" do Minist�rio P�blico Federal e atacou o ex-ministro Antonio Palocci - preso desde outubro de 2016 -, que confessou na �ltima quinta-feira, 6, o esquema de corrup��o na Petrobras e incriminou o ex-presidente no processo.

An�lise do Drousys mostra R$ 3,1 mi do setor de propinas vinculado a "Pr�dio IL", anota��o de planilha da Odebrecht que registra compra do im�vel para o Instituto, o que liga as contas secretas em nome de offshores da empreiteira com o ex-presidente.

Deferido


Moro deferiu no despacho acesso parcial ao material. O juiz determinou que a Pol�cia Federal fa�a, em 30 dias, per�cia nos arquivos para extrair "documentos ou lan�amentos que possam estar relacionados com o objeto da a��o penal".

A defesa de Lula poder� indicar um assistente t�cnico que ter� acesso ao material junto com os peritos da PF. "Vedada a extra��o de c�pia do sistema" que n�o digam respeito ao tema. O juiz afirma da decis�o que essa � a "melhor forma de garantir � defesa acesso � prova".

O juiz estipulou tr�s "objetivos" para os peritos: "seja feita descri��o geral do que se tratam os dois sistemas e de seu funcionamento", que se verifique sua "autenticidade" e que tenham os "documentos e lan�amentos" relacionados ao im�vel da Rua Haberbeck Brand�o, 178, em S�o Paulo.

Arquivos


S�o 1,7 milh�o de arquivos, totalizando 2,67 terabytes, armazenados em 4 discos r�gidos (HDs) de mem�ria digital, que foram entregues pela Odebrecht ao Minist�rio P�blico Federal, em mar�o, como parte do acordo de leni�ncia fechado pela empresa, em dezembro de 2016.

"O conte�do dos discos r�gidos refere-se a c�pia forense do servidor que hospedava o denominado 'Sistema Drousys', localizado na cidade de Estocolmo, na Su�cia, em que constam e-mails, planilhas, comprovantes de pagamentos e diversos outros arquivos e documentos no referido sistema, utilizado pelo Setor de Opera��es Estruturadas do Grupo Odebrecht", informa o Relat�rio de An�lise 07/2017, dos t�cnicos da for�a-tarefa da Lava Jato, em Curitiba.

"Ap�s intenso trabalho de tratamento das informa��es foi poss�vel indexar 1,49 terabytes de dados (1.754.269 arquivos) referente a arquivos de diversos tipos, especialmente correios eletr�nicos e planilhas."

Os dados passam por an�lise na Assessoria de Pesquisa e An�lise da Procuradoria da Rep�blica no Paran�, desde 16 de junho, e foram entregues pela Odebrecht, em mar�o, extra�dos de servidor que era mantido na Su�cia, para onde ele tinha migrado da Su��a.

A Lava Jato tamb�m recebeu em 8 de agosto da Odebrecht c�pia outros "cinco discos r�gidos" que guardam "c�pia forense extra�da pelas autoridades su��as em servidor hospedado naquele pa�s com dados relacionados ao sistema My Web Day utilizado pelo Setor de Opera��es Estruturadas".

Foi nessa entrega de provas feita pela Odebrecht, parte do acordo de leni�ncia, que est�o "discos r�gidos tamb�m cont�m c�pia forense extra�da pelas autoridades su��as em servidor hospedado naquele pa�s com dados relacionados ao sistema Drousys".

O Drousys e o MyWebDay s�o sistemas de inform�tica distintos, mas relacionados. A den�ncia contra Lula explica que o primeiro "funcionava para alimentar e controlar os dados financeiros relativos � contabilidade paralela" e o segundo para a comunica��o entre o setor de propinas, executivos e doleiros e controladores de contas.

"O sistema Drousys consistia em m�quinas virtuais, inicialmente abrigado em

data center localizado na Su��a e depois migrado para a Su�cia, que proporcionava e-mail e bate-papo, o que, como referido, era usado para a finalidade de comunica��o pela equipe do Setor de Opera��es Estruturadas."

A acusa��o contra Lula nesse processo n�o usa dados do MyWebDay e sim do Drousys. O sistema de contabilidade paralelo ficava armazenado em servidor inicialmente localizado em Angola e que depois migrou para a Su��a.

Na den�ncia, a Lava Jato n�o tinha material recebido em agosto e usou o que a Odebrecht obteve entregou em mar�o da extra��o dos dados do Drousys armazenados no servidor localizado na Su�cia, para onde os dados foram migrados.

(Ricardo Brandt, enviado especial, Julia Affonso e Fausto Macedo)


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