S�o Paulo, 16 - O ex-ministro Antonio Palocci afirmou, na proposta de colabora��o premiada que negocia com a for�a-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, que em 2010, em ao menos cinco ocasi�es, entregou pessoalmente dinheiro em esp�cie ao ent�o presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva. Segundo Palocci, foram ma�os que variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil, repassados em locais previamente combinados.
A informa��o foi antecipada pela revista Veja e confirmada pelo Estado. Palocci foi ministro da Fazenda entre 2003 e 2006 (governo Lula) e da Casa Civil em 2011 (governo Dilma Rousseff). Em 2010, ele era um dos coordenadores de campanha de Dilma � Presid�ncia.
Segundo Palocci, tamb�m foram feitos repasses de quantias maiores. Nessas ocasi�es, o ex-ministro afirmou que acionava seu ent�o assessor, Branislav Kontic, para entregar a "encomenda" no Instituto Lula, em S�o Paulo. O ex-ministro disse ainda que o dinheiro tinha origem na conta "Amigo", criada pela Odebrecht.
Na proposta de dela��o, o ex-ministro relatou ainda a exist�ncia de uma "contabilidade paralela" no Instituto Lula, que seria administrada pelo presidente da institui��o, Paulo Okamotto. Segundo Palocci, Okamotto pedia que parte das doa��es feitas ao instituto fosse em dinheiro. Ele disse que os recursos eram usados para bancar despesas pessoais de Lula.
Toda a contabilidade das doa��es feitas em esp�cie, afirmou Palocci na proposta de dela��o, estaria em um HD sob a responsabilidade de Clara Ant, ex-diretora do instituto.
O ex-ministro tamb�m citou uma reuni�o, realizada em 2010 no Pal�cio da Alvorada, na qual participou com Lula, Dilma e o ent�o presidente da Petrobr�s Jos� Sergio Gabrielli, cuja pauta foi a cria��o da Sete Brasil, empresa que deveria fabricar sondas de perfura��o para a explora��o de petr�leo no pr�-sal.
Conforme relato de Palocci, na reuni�o Lula deixou claro que parte dos recursos precisaria ser usada para custear o PT e financiar a campanha de Dilma para o projeto do partido de se manter no poder. Palocci disse que ficou preocupado com os planos do ex-presidente.
Acordo
A proposta de dela��o premiada negociada pela defesa de Palocci tem cerca de 50 anexos tem�ticos. Al�m de incriminar Lula e outros petistas em casos de corrup��o na Petrobr�s e em outros neg�cios do governo entre 2003 e 2016, o ex-ministro cita empresas j� investigadas e outras ainda n�o envolvidas na Lava Jato. Al�m disso, avan�a sobre o setor financeiro e fornece informa��es sobre esc�ndalos anteriores � Lava Jato, como o mensal�o.
As tratativas de dela��o come�aram h� tr�s meses, mas encontram resist�ncia entre membros da for�a-tarefa, que admitem esperar mais provas para que o acordo tenha validade.
Preso desde outubro de 2016, em Curitiba, Palocci foi condenado em junho a 12 anos e 2 meses de pris�o e � alvo de outras investiga��es. Na semana passada, o ex-ministro prestou depoimento ao juiz S�rgio Moro, e afirmou que Em�lio Odebrecht fez um "pacto de sangue" com Lula que envolvia um pacote de propinas de R$ 300 milh�es. Na quarta-feira passada, tamb�m em depoimento a Moro, Lula rebateu Palocci, chamando-o de "simulador". O ex-presidente negou todas as acusa��es e disse que o ex-ministro mentiu para conseguir benef�cios.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Fausto Macedo, Ricardo Brandt, Julia Affonso e Daniel Galv�o)
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Palocci relata repasses de ma�os de dinheiro a Lula
Segundo Palocci, foram ma�os que variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil, repassados em locais previamente combinados
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