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Estado de Minas

PF identifica compra de Porsche a Eduardo Cunha pelo dono da Gol

Acionista da Gol Linhas A�reas, Constantino afirmou � Lava-Jato ter feito pagamentos para Cunha e L�cio Funaro, em troca de apoio na libera��o de valores do fundo de investimento do FGTS


postado em 21/09/2017 12:07 / atualizado em 21/09/2017 12:19

(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
(foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil )

S�o Paulo – A Pol�cia Federal identificou, entre planilhas do corretor L�cio Funaro, notas fiscais relativas a pagamentos de supostas propinas que o delator teria operado em nome do dono da Gol, Henrique Constantino. O empres�rio, que tenta acordo de colabora��o, � citado em diversos trechos dos anexos de Funaro como pagador de vantagens indevidas a peemedebistas em troca de edi��es de Medidas Provis�rias. Entre os itens identificados nos documentos do doleiro pela PF e confirmados por ele, est� a compra de um Porsche Cayenne, pelo executivo da empresa a�rea, para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Acionista da Gol Linhas A�reas, Constantino afirmou � Lava-Jato ter feito pagamentos para Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor L�cio Funaro, em troca de apoio na libera��o de valores do fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS).

Ele tenta acordo de colabora��o com os investigadores de Curitiba e Bras�lia desde que passou a ser citado nas Opera��es S�psis e Cui Bono?, que investigam desvios na Caixa Econ�mica Federal. A Gol j� assinou acordo de leni�ncia que prev� multa de R$ 12 milh�es.

No �mbito do relat�rio que concluiu pela exist�ncia de um "Quadrilh�o do PMDB" na C�mara dos Deputados e embasou a �ltima flechada do ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, a Pol�cia Federal destaco uma suposta atua��o pelos peemedebistas em benef�cio do "Grupo Constantino" no �mbito de edi��es de medidas provis�rias e da libera��o de empr�stimos pela Caixa Econ�mica Federal.

"Desse modo, fica demonstrada que a empresa BRVIAS, pertencente ao Grupo Constantino, tamb�m alvo da 'Opera��o S�psis', a qual foi comentada no t�pico anterior, beneficiava-se da sistem�tica il�cita para obten��o de recursos junto � Caixa Econ�mica Federal, contando com a participa��o ativa de Geddel Quadros Vieira Lima, quando este era Vice-Presidente de Pessoa Juridica da CEF, bem como do ex-Deputado Federa Eduardo Cunha”, afirma a PF

J� no �mbito de influ�ncia no Legislativo, a Pol�cia Federal identificou, por meio de quebra de sigilo telef�nico, an�lise de planilhas apreendidas e na dela��o premiada do doleiro L�cio Funaro, a suposta compra de Medidas Provis�rias em benef�cio das empresas de Constantino. Uma delas � a MP 563/2012, posteriormente convertida em lei, que desonerou a folha do setor de transporte rodovi�rio municipal e intermunicipal. A outra � a MP n° 652/2014, que flexibilizaria a participa��o de capital estrangeiro nas companhias a�reas brasileiras.

O suposto lobby na C�mara Federal em prol de leis que beneficiavam a Gol e outras empresas de Henrique Constantino teria sido feito com ajuda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo entende a Pol�cia Federal.

Em dela��o premiada, L�cio Funaro auxiliou a corpora��o a decifrar pagamentos e mensagens relativas � compra de Medidas Provis�rias.

Em um di�logo entre Constantino e Cunha, em 2013, o empres�rio lamenta: "Infelizmente os 'vermelhos e os azuis' n�o v�o ajudar", "Que era realmente importante e que ele s� poderia 'apresentar a sua parte'", diz a fala.

Segundo a Pol�cia Federal, "planilhas controlavam o movimento financeiro di�rio de L�cio Bolonha Funaro, verifica-se que as propinas foram pagas por Henrique Constantino" por meio de cinco formas de repasses.

Em depoimento, o dono da Gol chegou a admitir que fez pagamentos � campanha de Gabriel Chalita, ex-secret�rio de Educa��o dos governos Alckmin e Haddad.

A vers�o foi corroborada pela dela��o de L�cio Funaro, que ainda cita uma suposta interfer�ncia do presidente Michel Temer em torno do pedido a Constantino para que doasse ao ent�o candidato � Prefeitura de S�o Paulo, em 2012.

"L�cio Funaro controlava o recebimento de recursos financeiros advindos de Henrique Constantino por meio de uma planilha espec�fica denominada Henr Const.xls. Essas transa��es foram detalhadas no �mbito do Relat�rio de An�lise de Pol�cia Judici�ria Nº 110/2017 - GINQ/DICOR/PF, de modo que deixaremos de reapresent�-las aqui neste", anota a PF.

Dela��o

Funaro ainda afirmou, em dela��o, que, pouco antes de ser preso, se reuniu com Henrique Constantino em S�o Paulo, aonde tratou sobre um suposto cr�dito de R$ 100 mil com o empres�rio. O doleiro diz que "esse valor era referente a um saldo era referente a uma nota fiscal emitida por uma empresa do deputado Eduardo Cunha contra uma empresa do Grupo Constantino".

Segundo Funaro, "o objetivo dessa opera��o era possibilitar que a empresa do Deputado Eduardo Cunha tivesse caixa oficial para pagar um ve�culo Porshe Cayene adquirido da empresa Auto Miami".

Jesus.com.


Quando Eduardo Cunha foi preso, em outubro de 2016, a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato em Curitiba apontou que empresas ligadas ao empres�rio Henrique Constantino teriam pago propinas ao deputado cassado por meio de transfer�ncias � Jesus.com - de Cunha e Cl�udia Cruz, sua mulher. Os pagamentos tamb�m s�o citados no acordo de leni�ncia da Gol.

Em 2015, quando Cunha era apenas alvo de um pedido de inqu�rito pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, foi identificada uma frota de carros de luxo em nome da Jesus.com: um Porsche Cayenne (R$ 429.478 mil) um Ford Edge V6 (R$ 120.165 mil) e um Ford Fusion NA WD GTDI (R$ 92.693).

Defesas


"A Gol informa que conduziu uma investiga��o interna conduzida por auditores externos independentes e n�o localizou quaisquer atos ou atividades relacionados � negocia��o citadas pela reportagem. A companhia segue � disposi��o das autoridades para prestar informa��es".

A defesa de Constantino tamb�m se manifestou: "Referente � compra do ve�culo para Eduardo Cunha, Henrique Constantino afirma que desconhece essa informa��o".

A reportagem fez contato com a assessoria de Gabriel Chalita e n�o obteve resposta. Da mesma forma procurou o advogado D�lio Lins e Silva, defensor de Eduardo Cunha. O espa�o est� aberto para as manifesta��es dos citados.


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