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Estado de Minas

Partidos insistem em velhos caciques na corrida �s urnas em 2018

Com um ano de campanha pela frente, caciques partid�rios insistem em lan�ar nomes tradicionais para a corrida eleitoral, ignorando pesquisas que revelam desejo de renova��o


postado em 01/10/2017 06:00 / atualizado em 01/10/2017 07:17


Bras�lia –
A partir deste m�s, o pa�s est� a um ano das elei��es majorit�rias. E, desde a primeira disputa ap�s a redemocratiza��o, em 1989, n�o havia um cen�rio t�o incerto do que sair� como resultado das urnas. A indefini��o encontra-se em todos os n�veis de poder — das cadeiras de deputados estaduais � Presid�ncia da Rep�blica. E, mesmo diante de pesquisas e indicativos de que a popula��o quer uma completa renova��o, os partidos apontam para velhos e tradicionais nomes da pol�tica brasileira como solu��o.

O discurso sobre o novo se adaptou ao longo dos �ltimos meses e foi incorporado por aqueles que dominam o cen�rio h� d�cadas. A promessa agora � “nova pol�tica”. O exemplo mais recente � a elei��o suplementar ao governo do Amazonas, ocorrida em agosto deste ano. A popula��o escolheu Amazonino Mendes (PDT-AM), que desde 1983 se reveza em per�odos na Prefeitura de Manaus e no governo do estado. Em segundo lugar ficou o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), outro medalh�o da pol�tica amazonense.

“Que renova��o � essa que leva ao segundo turno Amazonino e Eduardo Braga? Isso n�o existe. O sistema favorece quem est� ali. E vai aumentar com as mudan�as da reforma pol�tica. Com o fundo eleitoral e a redu��o no tempo de campanha, aqueles que t�m o controle sobre os partidos v�o direcionar os recursos para se manter no poder. Quem est� chegando ter� pouqu�ssima chance. A elei��o reproduzir� o mais do mesmo. N�o houve mudan�a no sistema eleitoral nem cultural suficientes para mostrar a import�ncia de se eleger um Parlamento n�o viciado”, afirma o diretor de documenta��o do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Ant�nio Augusto de Queiroz.

O analista pol�tico acredita que a renova��o na C�mara dos Deputados, por exemplo, ficar� dentro da m�dia hist�rica, que gira em torno de 40% a 50%. Em 2014, o n�mero chegou a 43,7% — 198 novos deputados e 26 que voltaram, mas n�o participaram da legislatura anterior. A maior taxa j� registrada de chegada de novos pol�ticos � Casa ocorreu em 1990, com 62%. “A renova��o n�o ser� real. Vai acontecer uma circula��o: senador que vai concorrer � C�mara, deputado que vai para a Assembleia, secret�rio que vai virar deputado, filho que vai assumir a vaga do pai. Tudo continuar� nas m�os dos mesmos grupos”, aposta Ant�nio Queiroz.

Exemplo do passado

J� o especialista em marketing eleitoral Marcelo Vitorino acredita em uma renova��o em torno de 55% na C�mara. Para ele, diante da crise pol�tica e �tica que o pa�s enfrenta e com a previs�o de uma campanha mais barata, abre-se uma janela de oportunidade para quem quer entrar na pol�tica. Vitorino afirma que, para entender o panorama de 2018, basta olhar para o passado: 1989. “Ser� uma elei��o muito parecida. Muitos candidatos e incertezas. Agora, todo mundo estar� no mesmo barco do pouco dinheiro. Claro que h� col�gios eleitorais em que os caciques s�o muito fortes e isso n�o cair�, mas o momento �, sim, prop�cio para a novidade”, garante.

Aos 72 anos, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) v� no momento a oportunidade para chegar ao Pal�cio do Planalto. Pr�-candidato, o paranaense j� esteve na posi��o de deputado estadual, federal, governador do estado e cumpre o quarto mandato no Senado. Para ele, o maior desafio das elei��es ser� vencer a descren�a da popula��o e o descr�dito em rela��o aos partidos. “O que se espera n�o � o novo em idade ou o novo na pol�tica. At� porque, o novo em idade tem sido uma decep��o. O que a popula��o deseja � o m�todo novo, uma gest�o moderna, uma mudan�a de conceito e da cultura pol�tica. E, certamente, uma experi�ncia precedente na atividade p�blica passa a ser uma vantagem para quem tem um itiner�rio diferente da maioria”, acredita.

Riscos

Especialistas ressaltam, por�m, os perigos do desejo pela renova��o, da falta de op��es apresentadas pelas legendas e da descren�a com a pol�tica. A tend�ncia � a elei��o de “salvadores da p�tria” e de um grande n�mero de absten��es, votos brancos e nulos. O cen�rio foi antecipado nas elei��es municipais de 2016, quando esse n�mero chegou a 32,5%. “O receio � que cres�a essa campanha do ‘N�o reeleja ningu�m’ e pessoas boas fiquem de fora. Na �nsia de fazer uma coisa melhor, �s vezes se coloca coisa muito pior. Esse movimento dar� espa�o para gente que se compromete somente com o pr�prio ego. � preciso renovar com consci�ncia, e n�o banalizar o voto. A hist�ria nos mostra que isso d� errado”, frisa Vitorino.

Pesquisa

Mesmo condenado em primeira inst�ncia pelo juiz S�rgio Moro, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) lidera a corrida presidencial. Se a elei��o fosse hoje, o petista teria pelo menos 35% das inten��es de voto nos cen�rios testados pela pequisa Datafolha divulgada ontem. Em segundo lugar aparecem, tecnicamente empatados, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), que tem entre 16% e 17%, e a ex-senadora Marina Silva, que oscila entre 13% e 14%, nos cen�rios com o petista. Com Lula no p�reo, os tucanos Geraldo Alckmin e Jo�o Doria t�m 8% das inten��es de voto, segundo o levantamento feito nos dias 27 e 28 em 194 cidades, com 2.772 entrevistados.

Desiludidos


32,5%
Percentual de absten��es, votos brancos e nulos das elei��es municipais de 2016


PMDB � coadjuvante

Faltando um ano para o primeiro turno da elei��o presidencial de 2018, o PMDB governa o pa�s com as maiores bancadas do Congresso Nacional, mas assiste como coadjuvante �s movimenta��es de aliados e advers�rios para a pr�xima campanha. � a primeira vez desde a redemocratiza��o que a legenda que comanda o Executivo federal n�o tem nomes com potencial para disputar um novo mandato no Pal�cio do Planalto a essa altura do calend�rio.

Com o presidente Michel Temer – que tem 3% de aprova��o popular, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na semana passada – acusado na Lava-Jato e com alguns de seus principais auxiliares e correligion�rios investigados ou presos, o partido dever� abrir m�o de encabe�ar uma chapa. A prioridade � tentar se “reinventar” para manter o que as lideran�as ainda consideram ser um patrim�nio: a capilaridade pol�tica nos estados.

Se antes das den�ncias da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) contra Temer o partido acreditava que a melhora da economia poderia cacifar uma eventual reelei��o do presidente, agora ningu�m mais cogita esse cen�rio. “O PMDB n�o deve ter candidato � Presid�ncia da Rep�blica em 2018. Temos de refletir sobre o fracasso das candidaturas de (Orestes) Qu�rcia e Ulysses Guimar�es. O partido deve apoiar um candidato da base que se comprometa com a agenda reformista”, disse o deputado Darc�sio Perondi (PMDB-RS), aliado pr�ximo de Temer.

Quando indagado sobre os cen�rios com os quais o PMDB trabalha para 2018, o presidente do partido, senador Romero Juc� (RR), apresenta um leque amplo. “No nosso campo, existem v�rios nomes com condi��o (de disputar o Pal�cio do Planalto): Henrique Meirelles, Jo�o Doria, Geraldo Alckmin”, disse ele em recente entrevista. O primeiro � filiado ao PSD e os dois �ltimos s�o do PSDB.


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