S�o Paulo, 05 - O ativista italiano Cesare Battisti, de 62 anos, disse � Pol�cia Federal (PF) que "n�o receia ser extraditado para a It�lia, em que pese um recente novo pedido do governo italiano". Condenado � pris�o perp�tua em seu pa�s, por terrorismo - quatro assassinatos nos anos 1970 -, ele se diz amparado por um decreto do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que "lhe concedeu visto permanente". No �ltimo dia de seu mandato, 31 de dezembro de 2012, o petista negou a Roma pedido para transfer�ncia do militante.
Ainda nesta quinta-feira, 5, o italiano vai passar por audi�ncia de cust�dia no F�rum de Corumb� (MS) em videoconfer�ncia para a Justi�a Federal de Campo Grande. Interrogado pelo delegado Iuri de Oliveira, da Delegacia da PF em Corumb�, Battisti disse que "est� protegido juridicamente contra uma extradi��o, pois o ministro C�sar Peluso (do Supremo Tribunal Federal, aposentado) j� julgou que a prescri��o para os crimes pelos quais foi acusado teria encerrado em 2013".
"Al�m disso, um decreto presidencial n�o pode ser revisto ap�s cinco anos e a decis�o do presidente Lula que lhe concedeu o visto permanente ocorreu h� mais de cinco anos", declarou.
O ativista, que se declara escritor, disse que no Brasil j� foi preso pelo processo de extradi��o. Que foi condenado na It�lia por "insurrei��o armada contra o poder do Estado, associa��o subversiva e posse de arma de fogo, mas foi resgatado por uma organiza��o pol�tica, em outubro de 1981,e refugiado na Fran�a, posteriormente no M�xico, retornou para a Fran�a e ent�o para o Brasil".
Battisti disse que est� no Brasil desde 2004. A It�lia insiste na sua extradi��o. No �ltimo dia 27 de setembro seus advogados entraram com um habeas corpus no Supremo para barrar a possibilidade de extradi��o, deporta��o ou expuls�o pelo presidente da Rep�blica. O relator � o ministro Luiz Fux.
A defesa de Battisti sustenta que t�m havido "v�rias tentativas ilegais" de remet�-lo para o exterior por meio de outros mecanismos, como a expuls�o e a deporta��o. Os advogados afirmam que "h� not�cias" de que o governo italiano pretende intensificar as press�es sobre o governo brasileiro para obter a extradi��o.
Na viagem � Bol�via, Battisti estava acompanhado de Vanderlei Lima Silva e Paulo Neto Ferreira de Almeida. No interrogat�rio da PF, sobre os d�lares e os euros que levava em uma pochete, ele afirmou que "tal quantia n�o foi sacada �s v�speras da viagem, correspondendo a dinheiro que j� tinha em casa h� algum tempo". "O dinheiro que estava em sua pochete durante a abordagem policial em Posto Fiscal pertencia totalmente ao interrogado", diz a PF.
"N�o sabia da necessidade de declarar que iria sair com elevada quantia em dinheiro do Brasil. Achou que n�o seria necess�rio, pois � uma regi�o de compras", disse o italiano no interrogat�rio
Ele afirmou � PF que conhece Vanderlei Lima Silva h� aproximadamente tr�s anos e "com ele mant�m amizade". Que conheceu Paulo Neto Ferreira de Almeida em 2013, "ao que recorda, na USP". E que possui "rela��o com o Sindicato dos Servidores da USP que o apoiou durante o processo de extradi��o".
Sobre a viagem at� a fronteira, Battisti declarou que veio para Corumb� "juntamente com Vanderlei e Paulo para pescarem e fazer compras. A ideia para a viagem partiu de Paulo. Pretendiam comprar roupas de couro na Bol�via. Paulo conhecia uma 'pousada baratinha' e sabia onde descobrir bons lugares para pescar".
(Fausto Macedo, Julia Affonso e Luiz Vassallo)