Raquel Dodge aponta m�-f� de Wesley Batista

Bras�lia, 07 - A procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, se posicionou a favor da manuten��o da pris�o preventiva decretada contra o empres�rio Wesley Batista, um dos delatores do Grupo J&F, pela 6� Vara Criminal da Justi�a Federal de S�o Paulo. O parecer foi enviado nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para an�lise do relator, ministro Edson Fachin, na a��o em que o empres�rio pede liberdade - ele foi preso em 13 de setembro.

Dodge apontou deslealdade e m�-f� por parte do delator em rela��o ao suposto crime de "insider trading" que teria sido cometido de acordo com as investiga��es que resultaram em sua pris�o. Wesley, junto com o irm�o Joesley Batista, � suspeito de ter utilizado de informa��es privilegiadas, relacionadas � dela��o que firmou com a PGR, para obter vantagens indevidas no mercado financeiro.

Dodge descartou a afirma��o da defesa de que a imunidade penal concedida no acordo abrangeria "quaisquer crimes praticados at�, durante e ap�s a celebra��o do acordo e que a ele sejam conexos, direta ou indiretamente".

Tamb�m rebatendo a defesa, a procuradora-geral afirmou que n�o era necess�ria a rescis�o do acordo de dela��o premiada para que ele pudesse ser processado por crime que n�o admitiu ter feito no acordo.

Para Dodge, o suposto crime de "insider trading" foi feito antes e durante a celebra��o do acordo de dela��o e isso representaria uma deslealdade ao Minist�rio P�blico Federal, e Wesley "deixou de comunicar tal fato ao MPF, nos anexos que entregou, o que evidencia a m�-f� quanto � sua omiss�o".

"Ao inv�s de representar espa�o de conscientiza��o e arrependimento a respeito dos crimes j� praticados, o acordo de colabora��o representou, aos olhos do reclamante, oportunidade de lucro f�cil, mediante o cometimento de novos crimes", afirma Dodge em trecho do documento, protocolado nessa sexta-feira no STF.

(Breno Pires)