Para ministro do TSE, R$ 2,5 mi n�o � razo�vel para a elei��o de um deputado

S�o Paulo, 09 - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), S�rgio Banhos, disse nesta segunda-feira, 9, em evento na capital paulista que embora a democracia tenha seus custos, � preciso que o custo de campanha seja razo�vel. "Se espera que o n�mero de R$ 2,5 milh�es para elei��o de um deputado federal seja razo�vel, mas n�o me parece", disse Banhos ao participar do semin�rio "Reforma Pol�tica: avan�o ou retrocesso?", promovido pela Faculdade de Direito do IDP-SP.

Ele disse ver com preocupa��o os debates que surgem de dois em dois anos propondo mudan�as das regras eleitorais e das dificuldades do Tribunal em inovar a legisla��o j� que n�o � f�cil reunir um consenso em torno do assunto. De acordo com ele, n�o h� uma legisla��o que seja t�o diretamente feita para os destinat�rios, os pr�prios pol�ticos, como a legisla��o eleitoral. Al�m disso, diz ele, o Congresso Nacional � uma assembleia de vitoriosos e estes n�o querem mudar a lei que os levaram ao poder.

"A busca do consenso quando os interesses s�o contrapostos leva ao nada a fazer porque este modelo � que levou aquela assembleia a ser vitoriosa", disse Banhos. Ele citou o ministro da Justi�a, Torquato Jardim, que na sexta-feira passada, ao participar de evento na Ordem dos Advogados (OAB) do Rio de Janeiro, teria dito que "n�s pensamos pol�tica com a cabe�a dos advogados. Precisamos pensar pol�tica com a cabe�a dos pol�ticos".

"Os pol�ticos, e isso � da pol�tica, querem poder. E isso n�o � feio. Eles querem poder para transformar. O que � feio � n�o transformar, mas a busca do poder � inerente ao exerc�cio da pol�tica", disse Banhos, acrescentando que o papel dos ministros do TSE � diferente j� que eles t�m que interpretar as leis e imprimir efetividade a elas.

"O protagonismo neste certame important�ssimo, que s�o as elei��es, n�o � dos ju�zes e advogados, mas dos candidatos e dos eleitores. N�s os ju�zes e advogados temos que ter uma atua��o s�ria, firme, justa e proporcional, mas o mais discreta poss�vel. Fazendo uma analogia ao futebol, a boa arbitragem � aquela que de t�o firme passa despercebida", disse o ministro.

(Francisco Carlos de Assis)