O corretor L�cio Funaro disse em sua dela��o premiada que o presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), dividiu com Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-homem forte de seu governo, propina da Odebrecht. Nos anexos de sua colabora��o, j� homologada pelo Supremo Tribunal Federal, ele afirmou ter buscado R$ 1 milh�o em esp�cie, supostamente pagos pela empreiteira, no escrit�rio do advogado e ex-deputado Jos� Yunes, amigo de Temer. Relatou tamb�m ter mandado a quantia para Geddel, na Bahia.
Essas declara��es condizem com a vers�o apresentada pelo ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Cl�udio Mello Filho em sua dela��o. Ele relatou ter negociado com Temer e seus aliados, entre eles o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), doa��es de caixa dois para campanhas em 2014, no total de R$ 10 milh�es. Parte desse valor teria sido distribu�da por meio de Yunes, apontado como um dos "operadores" do presidente.
Nesta sexta-feira, foi divulgado pela Folha de S. Paulo v�deo do depoimento de L�cio Funaro, prestado � Procuradoria-Geral da Rep�blica durante o procedimento de dela��o premiada, em que o operador financeiro afirmou que era "l�gico" que o ex-assessor especial do presidente Michel Temer Jos� Yunes sabia que havia entregue a ele uma caixa com dinheiro em setembro de 2014.
"Ele (Yunes) tinha certeza que era dinheiro, ele sabia que era dinheiro, tanto que ele perguntou se meu carro estava na garagem, porque ele n�o queria que eu corresse risco de sair com a caixa para a rua. E at� pelo pr�prio peso da caixa, para um volume de R$ 1 milh�o, � uma caixa bem pesada", afirmou Funaro em declara��o feita ao Minist�rio P�blico Federal no dia 23 de agosto.
A revela��o do caso, no fim de 2016, em meio �s dela��es da Odebrecht, levou � sa�da de Yunes do Pal�cio do Planalto em dezembro do ano passado. Na vers�o do ex-assessor de Temer, no entanto, ele diz ter sido "mula involunt�rio" do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e que n�o tinha conhecimento do conte�do do que estava entregando a Funaro.
(Breno Pires)