
Em crise com o Pal�cio do Planalto, o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), viajar� nesta semana para o Chile. Maia dever� estar fora do Brasil justamente na semana em que a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da Casa votar� a segunda den�ncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia).
Segundo assessores da C�mara, Maia decolar� para Santiago, capital do Chile, na quarta-feira, 18, de onde deve retornar no dia seguinte, 19. Na cidade, est�o previstos encontros do parlamentar brasileiro com a presidente do Chile, Michele Bachelet, e com o presidente da C�mara dos Deputados daquele pa�s, Fidel Espinoza Sandoval.
Maia estar� no exterior justamente nos dias em que a CCJ deve, de fato, votar o parecer do deputado Bonif�cio de Andrada (PSDB-MG) sobre a den�ncia contra Temer e os ministros. No relat�rio, o tucano recomendou a rejei��o da den�ncia. A discuss�o do parecer come�ar� nesta ter�a-feira, 17. A vota��o, por sua vez, est� prevista para quarta-feira, 18, quando o presidente da C�mara estar� decolando para o Chile, pa�s onde nasceu.
V�deos
O presidente da C�mara entrou em rota de colis�o com o Pal�cio do Planalto no �ltimo fim de semana, ap�s a publica��o dos v�deos com a dela��o do doleiro L�cio Funaro no site da Casa. Como mostrou o Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado, gesto foi entendido no governo como mais uma a��o de Maia para mostrar que est� descolado do Planalto. Interlocutores de Temer avaliaram que Maia poderia n�o ter disponibilizado no site da Casa o material audiovisual da colabora��o premiada.
Os v�deos da dela��o de Funaro foram divulgados no site da C�mara com documentos relacionados � segunda den�ncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). O material foi enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra C�rmen L�cia, com of�cio expedido em 21 de setembro, uma semana ap�s a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) apresentar a segunda den�ncia contra Temer.
Segundo a presid�ncia da C�mara, no of�cio n�o h� men��o ao sigilo do material. Neste domingo, por meio de assessoria, C�rmen L�cia afirmou que apenas oficiou Maia e o relator do inqu�rito, Edson Fachin, � a autoridade m�xima e �nica no processo. Segundo o gabinete de Fachin, a dela��o de Funaro n�o teve o sigilo retirado em nenhum momento e permanece secreta.
O secret�rio-geral da Mesa Diretora, Wagner Soares, que � subordinado a Maia, determinou, por�m, que os v�deos fossem divulgados no site da C�mara. O material subiu na �ntegra no dia 29 de setembro, uma semana depois de o presidente da C�mara disparar duras cr�ticas a Temer e ao PMDB em raz�o do ass�dio dos peemedebistas a parlamentares do PSB com os quais o DEM negociava filia��o.
O epis�dio levou a um bate-boca p�blico entre Maia e a defesa de Temer. S�bado, o advogado Eduardo Carnel�s publicou nota para criticar "vazamentos criminosos". Maia contra-atacou e disse que o defensor � "incompetente". Carnel�s recuou e, tamb�m em nota, disse que "jamais" imputou "a pr�tica de ilegalidade, muito menos crime" ao deputado. Quando os v�deos vieram � tona, a nota de Carnel�s irritou Maia, que fez chegar a Temer sua insatisfa��o.
"N�o teve vazamento. O advogado � incompetente", disse o presidente da C�mara � Coluna do Estad�o. Em nota, Maia disse ainda ver com "perplexidade muito grande" ter sido tratado de "forma absurda" pelo advogado, "depois de tudo que fiz pelo presidente, da agenda que constru� com ele, de toda defesa que fiz na primeira den�ncia".
(Igor Gadelha)