Bras�lia, 17 - O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta ter�a-feira, 17, que a nova crise entre ele e o Pal�cio do Planalto est� superada. Em entrevista � imprensa, Maia negou que esteja trabalhando para derrubar o presidente Michel Temer por meio da vota��o da segunda den�ncia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), que, segundo ele, ser� votada no plen�rio da Casa na pr�xima quarta-feira, 25.
"Para mim, este tema est� superado", afirmou Maia na entrevista. Segundo ele, o atrito n�o afetou a rela��o e respeito dele para com Temer. Maia disse que s� reagiu como presidente da C�mara, pois entendeu que houve interfer�ncia do Executivo no Legislativo. "Voc�s (imprensa) confundem a defesa da C�mara com conflito com o presidente Michel Temer. Quando entendo a C�mara e os servidores atacados, tenho que reagir pela institui��o", declarou.
O presidente da C�mara entrou em nova rota de coliga��o com o governo no �ltimo fim de semana, ap�s a publica��o dos v�deos com a dela��o do doleiro L�cio Funaro no site da Casa. Como mostrou o Estad�o/Broadcast, o gesto foi entendido no governo como mais uma a��o de Maia para mostrar que est� descolado do Planalto. Interlocutores de Temer avaliaram que Maia poderia n�o ter autorizado divulga��o do material no site da Casa. Os v�deos da dela��o foram divulgados no site da C�mara com documentos relacionados � segunda den�ncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). O material foi enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra C�rmen L�cia, com of�cio expedido em 21 de setembro, uma semana ap�s a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) apresentar a segunda den�ncia contra Temer.
O epis�dio levou a um bate-boca p�blico entre Maia e a defesa de Temer. S�bado, o advogado Eduardo Carnel�s publicou nota para criticar "vazamentos criminosos". Maia contra-atacou e disse que o defensor � "incompetente". Carnel�s recuou e, tamb�m em nota, disse que "jamais" imputou "a pr�tica de ilegalidade, muito menos crime" ao deputado. "N�o teve vazamento. O advogado � incompetente", disse o presidente da C�mara.
Na entrevista nesta ter�a-feira, Maia afirmou que, apesar de o advogado do Temer ter soltado uma nova nota fazendo um "mea-culpa", ele entendeu que Carnel�s n�o teve humildade suficiente para reconhecer o erro. O presidente da C�mara reiterou que pretende comandar a vota��o da segunda den�ncia de forma imparcial e ressaltou que n�o "tem nada atr�s da minha imparcialidade" que seja para prejudicar o presidente da Rep�blica.
Ele admitiu que, para evitar ser mal-interpretado pelos deputados e pela sociedade, decidiu cancelar viagem que faria ao Chile nesta quarta-feira, 18, dia em que a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara deve votar o parecer do deputado Bonif�cio de Andrada (PSDB-MG) sobre a segunda den�ncia. "Minha viagem poderia dar sinaliza��o que estava abandonando a C�mara no momento em que a CCJ votaria a den�ncia contra Temer", disse.
O parlamentar fluminense evitou prever quantos votos Temer deve ter durante a vota��o da pe�a acusat�ria no plen�rio da C�mara. "Acho que o presidente tem todas as condi��es e experi�ncia para fazer sua defesa e convencer os parlamentares da import�ncia da manuten��o dele na presid�ncia da Rep�blica", declarou Maia na entrevista.
(Igor Gadelha)