S�o Paulo, 23 - O Minist�rio P�blico Federal informou ao juiz S�rgio Moro que extraiu os documentos solicitados pela defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva "diretamente de c�pia dos discos r�gidos" ligados ao sistema Drousys, fornecidos pela Odebrecht. Os advogados do petista haviam pedido os originais de uma documenta��o anexada � a��o sobre supostas propinas do Grupo para o ex-presidente, na Opera��o Lava Jato.
O Drousys � o sistema de comunica��o secreto do setor de propinas da empreiteira. A Odebrecht fechou acordo de colabora��o com a Procuradoria-Geral da Rep�blica - 77 executivos da empreiteira fizeram dela��o premiada.
"Informa o Minist�rio P�blico Federal que os documentos, como j� exposto por diversas vezes, foram extra�dos diretamente de c�pia dos discos r�gidos relacionados ao sistema 'Drousys', fornecidos pela Odebrecht S/A., que se encontravam armazenados em servidor localizado na Su�cia", afirmou a Procuradoria da Rep�blica.
Nesta a��o penal, Lula � acusado de receber vantagens indevidas que incluiriam um terreno de R$ 12,5 milh�es para Instituto Lula e uma cobertura vizinha � resid�ncia de Lula em S�o Bernardo de R$ 504 mil.
A defesa de Lula questionou tr�s documentos anexados ao processo e pediu "realiza��o de exames grafosc�pico e documentosc�pico".
Os advogados contestaram uma ordem de pagamento que teria duas vers�es, "uma, com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas". Os defensores querem saber se "os documentos contestados s�o os mesmos e se h� uma vers�o do documento com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas".
Um papel com anota��es manuscritas tamb�m foi alvo da defesa de Lula, que apontou a exist�ncia de "dois tipos de caligrafia" no documento. "S�o anota��es a tinta e, aparentemente uma a l�pis, efetuadas com dois tipos de caligrafia, que n�o tiveram os autores identificados", relatam os defensores.
Os criminalistas querem saber se "a inscri��o 'P. Melo' foi inserida posteriormente �s anota��es em tinta azul, em que momento foi realizada a inser��o da inscri��o 'P. Melo' e ainda se o sr. Paulo Melo subscreveu esse documento".
O terceiro documento na mira dos defensores do petista � um e-mail com "inscri��es manuscritas" apresentado por Marcelo Odebrecht.
"Constata-se que foram juntados, por Marcelo Odebrecht, diversos documentos com anota��es e grifos. N�o � poss�vel aceitar que documentos desta natureza sejam agregados aos autos sem que se verifique, criteriosa e cuidadosamente, sua idoneidade", contesta a defesa.
(Julia Affonso)