O juiz federal Sergio Moro, respons�vel pelos julgamentos em primeira inst�ncia da Lava Jato, reconheceu que os instrumentos de pris�o preventiva e colabora��o premiada s�o pol�micos, mas argumentou que s�o previstos na legisla��o e necess�rios para interromper os atos de corrup��o, no caso da pris�o preventiva, e identificar os atos il�citos, no caso da dela��o.
"N�o h� d�vida de que a pris�o preventiva � uma exce��o, mas a nossa legisla��o permite que seja usado em alguns casos. Aqui no Brasil se mostrou necess�rio", disse fazendo alus�o ao departamento de propinas da Odebrecht. "N�o foi um caso localizado, mas um caso serial e isso determinava uma medida mais severa", completou.
Moro tamb�m aludiu ao "bunker" de Geddel Vieira Lima, que guardava R$ 51 milh�es. "H� informa��es de atos criminosos da d�cada de 90. Ser� que ter�amos um apartamento de R$ 51 milh�es se as autoridades tivessem tomado provid�ncias naquela �poca", disse, referindo-se a Geddel.
"A legisla��o prev� recursos mais dr�sticos para interromper essas carreiras criminosas", sustentou, completando que � preciso ouvir as cr�ticas ao instrumento.
Moro tamb�m mencionou a pol�mica sobre a colabora��o premiada, citando que foi um instrumento tamb�m utilizado na It�lia, mas completando que, no Brasil, o instituto est� mais claro na legisla��o. "N�o deixa de ter suas pol�micas mas, se bem utilizado, serve como recurso para revelar esses crimes", disse. "Utilizar um criminoso contra o outro � uma t�cnica importante", completou Moro.
O juiz participa do F�rum Estad�o Opera��o M�os Limpas & Lava Jato, uma associa��o entre o jornal
O Estado de S. Paulo
e o Centro de Debate de Pol�ticas P�blicas (CDPP). O painel, reservado para convidados, ser� mediado pela jornalista Eliane Cantanh�de, colunista do Estado, e pela economista Maria Cristina Pinotti, do CDPP. Ter� ainda a participa��o do diretor de Jornalismo do Estado, Jo�o Caminoto, e do economista Affonso Celso Pastore, do CDPP.
(Tha�s Barcellos e Altamiro Silva Junior)