Bras�lia, 27 - O corretor L�cio Funaro se emocionou em audi�ncia na Justi�a Federal em Bras�lia nesta sexta-feira, 27, ao falar sobre a pris�o e a fam�lia. "Passou a fase de querer vaidade, querer poder. Faz 1 ano e meio que minha filha est� vindo aqui nas audi�ncias, o sr (disse ao juiz) conheceu ela um beb�. Eu n�o quero mais passar por isso. Faz um ano e meio que eu n�o vejo meu pai. N�o tenho coragem de chamar ele para me visitar", disse Funaro, chorando.
Ainda emocionado, Funaro falou sobre as opera��es financeiras que fez - e que geraram pagamento de propina. "Foram opera��es financeiras, mas que n�o s�o permitidas e eu tinha que saber isso. Se n�o � permitido � proibido. Se � proibido pode me levar para a cadeia. Eu n�o tinha essa concep��o dentro da minha cabe�a", afirmou o corretor, que negou que atuasse como um doleiro. Sobre sua situa��o na cadeira, disse ao juiz que "n�o tem condi��o nem de se mexer, quanto mais arrumar briga com os outros".
Funaro disse que quer sair da pris�o para fazer faculdade, como previsto em seu acordo de dela��o, e "arrumar a vida".
Na dela��o, Funaro implicou o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha. Os dois est�o sentados frente a frente na 10ª Vara Federal em Bras�lia para interrogat�rios da Opera��o S�psis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa. O corretor disse que estava em uma posi��o "chata" frente a Cunha.
"� uma posi��o chata estar sentado aqui, mas � uma posi��o que eu tive que assumir. Assim como eu aceitaria se a mulher dele tivesse sido presa e ele tivesse que delatar. Eu iria aceitar. Minha irm� foi presa, eu n�o tinha outra op��o", disse o corretor, que refor�ou que ningu�m o obrigou a buscar o acordo.
"Eduardo sempre foi um cara muito correto. Nunca atravessou - por exemplo, se o Joesley (Batista) queria fazer uma opera��o, ele (Cunha) falava 'voc� vai ter que falar com o L�cio'", disse Funaro.
Ele disse que almo�ava constantemente com Cunha e sempre "respeitou muito" a opini�o do peemedebista. "Se ele falasse para mim uma coisa, eu iria respeitar. Sempre teve uma ascend�ncia. N�o por imposi��o, mas por ser uma pessoa mais velha que eu respeitava", disse Funaro, sobre sua rela��o com Cunha.
J� foram interrogados tamb�m Margotto e o ex-vice presidente da Fundos e Loteria da Caixa, F�bio Cleto. Cleto afirmou que Cunha e Funaro intermediavam o repasse de propina para garantir a empresas a libera��o de contratos com a Caixa. No depoimento, Cleto falou que sua indica��o para a Caixa foi patrocinada por Cunha.
(Beatriz Bulla)