Bras�lia – O Senado aprovou nesta ter�a-feira – com 46 votos favor�veis, 10 contr�rios e uma absten��o – o projeto que estabelece novas regras para regulamentar os aplicativos de transportes. Por um acordo de lideran�as, foram retirados do texto a obrigatoriedade de que os ve�culos, ligados ao Uber e Cabify, por exemplo, tivessem placa vermelha, que os condutores fossem propriet�rios do carro e que o servi�o fosse autorizado pelo poder p�blico. A mat�ria, agora, volta para a C�mara, que tem duas op��es: deixa as altera��es feitas pelos senadores ou retoma o texto original. Qualquer que seja a decis�o, a proposta seguir� para a san��o presidencial ap�s a an�lise dos deputados.
O PT trabalhou para amenizar o texto e beneficiar os taxistas. “� um absurdo que os aplicativos cobrem 25% pelo servi�o prestado pelos motoristas. Nossa proposta � reduzir esse valor para 10%”, defendeu o l�der do PT, Lindbergh Farias (RJ). Um dos votos contr�rios ao projeto, o senador Reguffe foi incisivo. “Voto pelo direito de livre escolha do consumidor. Mais concorr�ncia significa menores pre�os e melhor qualidade. Meu lado � o lado do consumidor”, disse ele.
O acerto para retirar do texto aprovado a obrigatoriedade da placa vermelha – para tornar os carros semelhantes aos t�xis – e de que o condutor n�o precisa ser propriet�rio do ve�culo foi fruto de um acordo de l�deres em uma reuni�o fechada que durou mais de duas horas. “Se nem os t�xis precisam ser conduzidos pelo propriet�rio (existem os diaristas) por que exigir�amos isso dos condutores do Uber?”, questionou o relator do projeto na Casa, Eduardo Lopes (PRB-RJ).
Confronto Motoristas de t�xi e das plataformas on-line protagonizaram manifesta��es em lados opostos da Esplanada dos Minist�rios durante todo o dia. Os taxistas, que pressionavam pela aprova��o do PLC com mobiliza��es desde a semana passada, ocuparam a S1, enquanto os motoristas de Uber, 99 e Cabify faziam seu segundo dia de mobiliza��o na mesma altura da N1. Entre os dois lados, uma barreira policial evitava que as animosidades chegassem �s vias de fato.
O que n�o impediu que, em diversos momentos, a situa��o sa�sse do controle. Motoristas dos dois lados trocaram provoca��es e chegaram a se agredir pouco depois das 16h, for�ando a pol�cia a intervir com o uso do spray de pimenta. Um taxista foi detido por desacato. Dentro do Senado, o diretor de comunica��o da Uber no Brasil, F�bio Sabba, acabou agredido por um representante dos taxistas — o executivo passa bem, e uma den�ncia foi encaminhada � delegacia do Senado.
Entre os manifestantes, o clima era de apreens�o durante a delibera��o do tema no Congresso. Para o motorista Reinaldo Rodrigues, que trabalha com t�xi h� cerca de 20 anos, a regulamenta��o seria a melhor op��o para motoristas do Uber. “Eu, por cerca de um m�s, trabalhei como Uber, mas trabalhava das 5h �s 23h e ganhava cerca de R$ 100 de lucro. A Uber suga e explora os motoristas”, afirmou Reinaldo. J� para os motoristas de Uber, o clima de provoca��o na Esplanada era algo normal. “A gente conhece essa situa��o bem”, afirmou Anderson Bajo, que era uma das lideran�as entre os parceiros das plataformas virtuais presentes � mobiliza��o, “pois esse clima de inseguran�a a gente vive no dia a dia”.
Agress�o O rela��es p�blicas do Uber, Fabio Sabba, foi agredido dentro do Senado enquanto concedia uma entrevista na tarde de ontem. Sabba respondia perguntas de um jornalista no chamado T�nel do Tempo da Casa quando foi atingido por um soco. Ele passa bem. O respons�vel pela agress�o seria representante de taxistas. Sabba registrou um Boletim de Ocorr�ncia na pr�pria delegacia do Senado e foi encaminhado ao Instituto M�dico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. A Pol�cia do Senado informou que ainda n�o identificou o agressor. Ele teria fugido ap�s o golpe. O Uber repudiou a agress�o contra o rela��es p�blicas da empress dentro do Senado, ontem. Por meio de nota, a assessoria do aplicativo de transporte de passageiros afirmou que considera “inaceit�vel o uso de viol�ncia”.