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Estado de Minas

'PSDB nunca foi exclusivista, tem os parceiros', diz tucano sobre elei��o em 2018

Para o deputado federal Marcus Pestana, nunca houve uma crise como esta, "que tem sua face econ�mica, pol�tica e �tica"


postado em 05/11/2017 06:00 / atualizado em 05/11/2017 08:15

(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


O PSDB mineiro admite a possibilidade de n�o lan�ar um candidato pr�prio ao governo de Minas Gerais nas elei��es de 2018 – e descarta de vez uma eventual candidatura do senador Antonio Anastasia ao Pal�cio Tiradentes. “S�o quatro posi��es na chapa majorit�ria: governador, vice e dois senadores. O PSDB sempre teve grandeza para construir parcerias”, afirmou o deputado federal Marcus Pestana em entrevista ao Estado de Minas. O parlamentar sonha com um palanque que re�na as principais lideran�as e partidos do centro, tais como o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB), o ex-secret�rio da Fazenda no governo Anastasia Fuad Noman, o PSD, al�m de destacar o nome do ex-presidente da Assembleia Legislativa Dinis Pinheiro (PP). “Temos que exercitar agora a arte da pol�tica, que � criar converg�ncia dentro da diverg�ncia. E n�o podemos subestimar a for�a do governador Fernando Pimentel e do PT”, disse.

Depois de 12 anos governando Minas Gerais, o PSDB perdeu as elei��es no primeiro turno em 2014. Qual a estrat�gia para voltar ao Pal�cio Tiradentes em 2018?
Toda elei��o coloca uma escolha: mudan�a ou continuidade. E � pr�prio da democracia a altern�ncia do poder. Tivemos 12 anos no poder e fizemos um trabalho transformador, temos um legado do PSDB em todas as �reas, o que nos autoriza a buscar mais uma vez o protagonismo. Primeiro � preciso avaliar a situa��o atual do estado de Minas. Tenho uma �tima rela��o com o governador Fernando Pimentel (PT), tenho trabalhado a quatro m�os com ele na quest�o da minera��o, que vai a voto na pr�xima semana na C�mara, sou um seguidor muito fiel � postura do Tancredo, que falava que em Minas quem briga s�o as ideias, n�o as pessoas. Dito isso, sou obrigado a reconhecer que � hora de mudan�a. O PT n�o foi bem no governo, mais de 60% dos mineiros desaprovam a atua��o do governo estadual. Segunda-feira, os munic�pios far�o uma reuni�o na Associa��o Mineira de Munic�pios (AMM) cobrando quest�es b�sicas: o governo est� atrasando repasses de transporte escolar, deve mais de R$ 1,5 bilh�o na �rea de sa�de aos munic�pios, recursos da assist�ncia social est�o atrasados, n�o est� fazendo repasse integral do ICMS dos munic�pios. No nosso governo n�o se atrasava sal�rio, agora, o estado fez uma escala de pagamentos e est� em dificuldade para cumpr�-la. Minas est� num caminho pr�-falimentar, com estrangulamento fiscal grav�ssimo.

Esse discurso do senhor remete � polariza��o PSDB e PT, em que uma m� administra��o petista garantiria a volta do PSDB. O PSDB trabalha com a possibilidade de ser surpreendido por uma terceira via, como aconteceu em Belo Horizonte nas elei��es de 2016 com Alexandre Kalil?
Acho que voc� tem raz�o que a polariza��o PT e PSDB, que foi eixo ordenador do sistema pol�tico brasileiro desde 1994, tem um certo esgotamento. Mas n�o necessariamente o nosso candidato ser� do PSDB. Temos uma alian�a ampla que sempre sustentou esse projeto. O PSDB nunca foi exclusivista, tem os seus parceiros, como o PP, PPS, Democratas, PTB e setores muito amplos do PSB.

O PSDB admite ent�o n�o lan�ar um candidato a governador?
S�o quatro posi��es na chapa majorit�ria: governador, vice e dois senadores. O PSDB sempre teve grandeza para construir parcerias. Nosso nome natural que conseguiria unificar amplas for�as e que tem aprova��o grande � o ex-governador Antonio Anastasia, mas definitivamente ele n�o � candidato. N�s n�o podemos abrir m�o do Anastasia no Senado. O Brasil vive um estado de c�lera em raz�o da situa��o econ�mica, combinada com a corrup��o end�mica, gerando uma revolta muito leg�tima da opini�o p�blica. Esse cen�rio de radicaliza��o e intoler�ncia vai explodir nas urnas em 2018. Com a experi�ncia que eu tenho de 40 anos de milit�ncia, acho que depois vir� uma ressaca, e depois dela, no in�cio de 2019, vir� o aprendizado. E ser� importante a presen�a de Anastasia no Senado, que vai ser uma pessoa central na constru��o do nosso projeto pol�tico.

Qual candidato teria o apoio do PSDB?
Meu candidato � o Dinis Pinheiro (ex-presidente da Assembleia Legislativa, hoje filiado ao PP), dentro de uma ampla alian�a. Ele tem capacidade de decis�o, � muito firme e deixou um legado na Assembleia. Mas a discuss�o est� muito embrion�ria ainda, temos outros nomes. Pol�tica n�o � uma atividade solit�ria, voc� precisa de um bom programa, um bom candidato e apoio pol�tico. Gostaria muito de ver em um mesmo palanque Marcio Lacerda (ex-prefeito de BH), Rodrigo Pacheco (deputado federal), Fuad Noman (ex-secret�rio da Fazenda no governo Anastasia), o PSD de Marcos Montes e Alexandre da Silveira. E dentro do PSDB ainda temos nomes como Paulo Abi-Ackel, Eduardo Barbosa e Bonif�cio de Andrada. Temos que exercitar agora a arte da pol�tica, que � criar converg�ncia dentro da diverg�ncia. E n�o podemos subestimar a for�a do governador Fernando Pimentel e do PT.

Qual o papel do senador A�cio Neves nesse contexto? Ele pode ser candidato em 2018?
O A�cio foi o maior governador de Minas desde JK e tem uma heran�a administrativa marcante. Ele vive um momento dif�cil, � ineg�vel, vai exercer o seu amplo direito de defesa perante o Judici�rio e est� convencido de que vai provar sua inoc�ncia. Certamente, a partir do ano que vem vai dialogar com a popula��o, mostrar as suas raz�es. Hoje o Brasil vive a maior e mais turbulenta crise das �ltimas d�cadas, ent�o � muito cedo para dizer qual vai ser a inser��o do A�cio Neves nas elei��es de 2018.

O senador A�cio Neves ainda � um bom cabo eleitoral para os candidatos em Minas? Ou o melhor para 2018 ser� evitar padrinhos pol�ticos, sejam eles quais forem?
Cada elei��o tem sua pr�pria hist�ria. Tivemos a candidatura do Pimenta (da Veiga, candidato do PSDB a governador em 2014) e chegou a hora em que a popula��o quis mudar. Na elei��o do Jo�o Leite (candidato do PSDB a prefeito em 2016) havia um momento de rejei��o e intoler�ncia ao ambiente pol�tico, e o Kalil (Alexandre, eleito prefeito de BH), com muita habilidade conseguiu capitalizar. Ele foi o grande outsider das elei��es de 2016. O Jo�o Doria (prefeito de S�o Paulo) passou por uma prepara��o dentro do PSDB de S�o Paulo. Ele disputou pr�vias, foi apoiado pelo governador Geraldo Alckmin. O Kalil n�o, se colocou contra todos os pol�ticos e conseguiu galvanizar esse sentimento que persiste at� hoje.

Em 2018, a tend�ncia n�o � que isso se repita?
Tenho 40 anos de milit�ncia e nunca vi nada semelhante a essa crise, que tem sua face econ�mica, pol�tica e �tica. Pela primeira vez acho que, se voc� me perguntar, tenho que ser sincero em dizer que n�o tenho a menor no��o do que pode acontecer em 2018. Pode acontecer tudo, inclusive nada. Voc� teve o fen�meno Doria em S�o Paulo e Kalil em Belo Horizonte. Mas ao mesmo tempo voc� teve uma elei��o extempor�nea para o governo do Amazonas em que havia mais de 10 candidatos, muitos reivindicando a renova��o, e quem foi para o segundo turno? Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB), dois l�deres tradicionais. Oxal� tenhamos um presidente da Rep�blica eleito em 2018 que coloque o pa�s nos trilhos.

E quem seria esse candidato do PSDB? H� tr�s nomes ainda duelando para disputar o cargo, enquanto o Lula est� em caravana pelo pa�s, o Jair Bolsonaro est� crescendo nas pequisas...
Pesquisas em novembro do ano anterior t�m muito pouca relev�ncia, 50% do eleitorado s� define o voto nos �ltimos 30 dias, 25% nos �ltimos 15 dias. Pesquisa � um retrato est�tico de uma determinada realidade. � evidente que h� uma polariza��o dos extremos, com o Lula retomando um discurso de 1989, o velho Lula raivoso com perspectiva extremada e discurso mais � esquerda, e o Bolsonaro com uma candidatura leg�tima, que organiza a extrema-direita e tem seguidores apaixonados. Mas o Lula ainda tem uma quest�o legal porque est� sendo objeto de N processos e se ele for condenado, fica inabilitado pela Lei da Ficha Limpa. Sobre o Bolsonaro, acho que o pior inimigo dele � ele mesmo. Precisamos de algu�m que pacifique o pa�s, e voc� tem outras alternativas, como a Marina Silva, o Ciro Gomes, o �lvaro Dias. E tem os tr�s candidatos do PSDB: o governador Geraldo Alckmin, que acho tem hoje a primazia pela sua experi�ncia no governo de S�o Paulo, o Jo�o D�ria, que � uma grande revela��o que surgiu na pol�tica, e o Artur Virg�lio, que durante mais de seis anos foi o nosso l�der no Senado. Mas nesse quadro eu acho que o PSDB tem que se reinventar.

O que passa pela disputa pela presid�ncia nacional do PSDB?

Acho que vamos ter disputa na conven��o de 9 de dezembro (Tasso Jereissati e Marconi Perilo s�o candidatos a presidente nacional do PSDB) e eu propus logo depois um congresso nacional program�tico que envolva os mais de 5 mil vereadores, mais de 800 prefeitos, milit�ncia e sociedade civil numa discuss�o que pare de olhar para o passado. Deixemos o sistema judici�rio cuidar da corrup��o. A pol�tica tem que se envolver em uma miss�o de futuro, temos que resgatar a esperan�a no Brasil. Se permanecermos com dois ou tr�s candidatos, que fa�amos pr�vias qualificadas. E o PSDB n�o tem um papel solit�rio, temos que discutir uma proposta com o DEM, PP, PPS... O centro tem que se unir, pois dispersando o eleitorado do centro voc� fortalece os extremos. Parece que o formato dessa elei��o vai ser diferente de 1994 at� agora, onde houve uma polariza��o PSDB e PT. A elei��o do ano que vem vai ter uma configura��o mais parecida com 1989, em que  tinha Brizola, Lula, M�rio Covas, Ulysses Guim�res, Aureliano Chaves, Caiado, Gabeira, Afif, Collor, Roberto Freire. O Lula foi para o segundo turno com 19% dos votos. O Brizola veio logo atr�s. Ent�o dispersou a vota��o em muitas candidaturas. Se a gente tiver D�ria em outro partido, Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, �lvaro Dias, preenchendo esse espa�o do centro, pode acontecer de todo mundo bater na trave com 17%, 15% dos votos.

Mas o que o PSDB estaria disposto a fazer para unir o centro?
Primeiro temos que ter uma decis�o interna. Pode ser que haja um di�logo e todos optem por um nome sem necessidade de pr�vias. Mas se permanecer esse quadro de duas ou tr�s candidaturas, acho salutar ter as pr�vias, o que vai galvanizar uma discuss�o nacional, ser� a primeira vez que isso acontecer�. Mas � claro que, se n�o for bem conduzido, deixar� feridas abertas.

 


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