A Procuradoria da Rep�blica em S�o Paulo pediu, em alega��es finais, na �ltima ter�a-feira, 7, a condena��o dos filhos do deputado federal Paulo Maluf, Fl�vio Maluf, Ligia Maluf Curi e Lina Maluf Alves da Silva, da ex-nora Jacqueline de Lourdes Coutinho Torres (ent�o casada com Fl�vio) e da doleira Myrian Haber por lavagem de dinheiro.
Maluf j� foi condenado a 7 anos, 9 meses e 10 dias de pris�o em regime fechado e � perda do mandato na C�mara pelo Supremo Tribunal Federal, por lavagem de dinheiro, no mesmo caso.
Ele � acusado de lavagem de dinheiro devido a movimenta��es banc�rias de US$ 15 milh�es entre 1998 e 2006 em contas na ilha de Jersey, para�so fiscal localizado no Canal da Mancha. O deputado recorre em liberdade.
Pelo mesmo crime, seus filhos e familiares, que n�o t�m foro privilegiado, respondem em primeira inst�ncia, � 2ª Vara Criminal de S�o Paulo. O processo est� em fase de alega��es finais e a Procuradoria reiterou o pedido de condena��o.
Segundo o Minist�rio P�blico Federal, os desvios ocorreram por meio de propinas cobradas principalmente durante a constru��o da Avenida �gua Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul da cidade.
A obra, a cargo das empreiteiras Mendes J�nior e OAS, custou R$ 796 milh�es, mais que o triplo do necess�rio, segundo estimativas de testemunhas.
Todos os envolvidos nos desvios foram denunciados pelo MPF/SP em 2006, inclusive Maluf, que, embora eleito, ainda n�o havia tomado posse do cargo na C�mara.
A Procuradoria sustenta que os filhos, a ex-nora e a doleira participaram diretamente de dois dos sete epis�dios de oculta��o de recursos identificados ao longo das investiga��es.
O Minist�rio P�blico Federal afirma que o esquema envolveu a abertura de contas e fundos de investimento ligados a empresas offshore sediadas na Ilha de Jersey e nas Ilhas Virgens Brit�nicas, dois para�sos fiscais.
O dinheiro, que tamb�m passava por bancos de Nova York, era repatriado a partir da suposta compra de t�tulos que essas companhias realizavam em favor da Eucatex, empresa da fam�lia Maluf no Brasil.
Em apenas uma das contas no exterior foram registrados cr�ditos de US$ 527,7 milh�es e d�bitos de US$ 604,1 milh�es em movimenta��es efetuadas entre 1997 e 2003.
A Procuradoria v� Fl�vio Maluf como o bra�o direito do pai no esquema, coordenando as transa��es no exterior.
"Ele constituiu verdadeiro 'cabe�a' e chefe de quadrilha, dentro do n�cleo da fam�lia Maluf", destacou a procuradora da Rep�blica Karen Louise Jeanette Kahn, autora da manifesta��o. "Juntamente com seus irm�os, sua esposa, cunhados e outros, Fl�vio realizou a lavagem de capitais oriundos da pr�tica de il�cito promovido pelo patriarca da fam�lia, o senhor Paulo Maluf."
Defesas
O criminalista Jos� Roberto Batochio, que defende Fl�vio Maluf e Jacqueline de Lourdes Coutinho Torres, afirmou que "ainda n�o teve acesso aos autos, mas ressalta que participou da prova dos autos minuciosamente". "As provas nos autos demonstram inoc�ncia de Fl�vio e Jacqueline".
Em nota, o advogado Ricardo Tosto, que defende as filhas do deputado e ex-prefeito Paulo Maluf, Lina e L�gia, declarou que elas "n�o praticaram nenhum ato il�cito". Tosto enfatizou que ambas n�o praticaram nenhum ato de lavagem de dinheiro. "Elas s�o inocentes e isso vai ficar provado nos autos."
"Lina e Ligia n�o praticaram nenhum ato il�cito. N�o movimentam contas. Nunca participaram de qualquer ato que caracterizasse lavagem de dinheiro."
"Elas nunca participaram de nenhuma convers�o de ativos il�citos. Nunca tiveram a gest�o sobre essas funda��es e as empresas da fam�lia. S�o inocentes .Isso vai ser provado nos autos."
A reportagem tentou contato com as assessorias de imprensa da Mendes J�nior e da OAS, mas ainda n�o obteve retorno.