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Estado de Minas

"O PMDB n�o pode ficar a reboque do PT", diz Rodrigo Pacheco

Parlamentar defende candidatura pr�pria ao governo de Minas e amea�a deixar partido


postado em 12/11/2017 06:00 / atualizado em 12/11/2017 08:30

"A bancada mineira est� enfraquecida por ter lideran�as que pensam mais no pr�prio umbigo do que nos interesses do estado", avalia o deputado Rodrigo Pacheco (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Defensor de candidatura pr�pria do PMDB ao governo de Minas Gerais em 2018, o deputado federal Rodrigo Pacheco cobra “coer�ncia e coragem” dos correligion�rios para evitar a repeti��o da alian�a com o PT.

Ap�s ficar em terceiro lugar na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte no ano passado, Pacheco espera ter seu nome novamente nas urnas em 2018 e – apesar de priorizar o PMDB – n�o nega que pode aceitar o convite de outro partido para entrar na disputa.

O peemedebista se recusou a participar de almo�o com o governador Fernando Pimentel (PT) e a bancada federal da legenda, realizado na sexta-feira. Apesar de ser do mesmo partido do presidente Michel Temer, Pacheco considera que houve desrespeito do governo federal com Minas e lamenta que a bancada mineira esteja t�o enfraquecida por ter lideran�as que “pensam mais no pr�prio umbigo do que nos interesses do estado”.

O senhor recebeu convite do DEM e do PPS para deixar o PMDB e disputar o governo de Minas. Est� pensando nessa possibilidade?

Minha inten��o � permanecer no PMDB. Promover uma discuss�o que leve � conclus�o de que o melhor para o partido e para Minas Gerais � uma candidatura pr�pria. Sem coliga��o com o PT. Essa � minha ideia e vou levar essa tese at� o �ltimo minuto, defendendo a candidatura pr�pria.

Algumas lideran�as do PMDB defendem a manuten��o da alian�a com o PT no estado. Como pretende convenc�-los de que o melhor � a candidatura pr�pria?
Essa coliga��o do PMDB com o PT n�o tem l�gica pol�tica em raz�o de serem dois polos absolutamente antag�nicos no pa�s. A vontade da grande maioria dos peemedebistas da base, entre eles prefeitos, vereadores e lideran�as, � pela candidatura pr�pria. E o PMDB tem que ter coragem de lan�ar essa candidatura. H� essa divis�o de ideias dentro do partido, o que � natural. Uns querem se manter ligados ao PT por conveni�ncia de coliga��o e facilidade de assegurar a pr�pria elei��o. Outros querem a candidatura pr�pria, pensando algo maior para o partido, que � o protagonismo do PMDB no cen�rio estadual.

Ent�o, se a maioria do PMDB decidir pela coliga��o com o PT o sr. vai escolher um caminho diferente em uma nova legenda?

Vou esperar as coisas acontecerem para chegar a essa conclus�o. Por enquanto, meu objetivo � convencer os colegas do partido de que o melhor � a candidatura pr�pria.


Entre os argumentos daqueles que defendem a manuten��o da alian�a PT-PMDB em Minas � que, caso o ex-presidente Lula seja candidato, ele ter� muita for�a no interior do estado. At� que ponto a presen�a de Lula vai alterar o cen�rio eleitoral mineiro?
N�o acredito nessa premissa de que a presen�a de Lula seja imbat�vel eleitoralmente. O Lula ainda tem a for�a pol�tica dele, mas n�o � uma for�a absoluta. N�o � poss�vel que com tudo que tem acontecido na pol�tica do pa�s, em tempos de Lava-Jato, se possa acreditar que algu�m � imbat�vel na pol�tica. � poss�vel que surjam lideran�as novas e que for�as se recomponham para poder se apresentar como alternativa pol�tica. N�o precisamos de radicalismo ou de desuni�o, mas de unifica��o e de algu�m que apresente propostas efetivas. N�o vejo o Lula como algu�m que preenche esse perfil.

O governador Fernando Pimentel o convidou na sexta-feira para um almo�o com a bancada do PMDB. Por que recusou o convite?
Fui convidado e enviei uma mensagem ao governador agradecendo o convite e manifestando a impossibilidade de comparecer em raz�o de outro compromisso. Nada contra a pessoa do Fernando Pimentel. Apenas uma quest�o de coer�ncia pol�tica. O PMDB, pelo tamanho que tem, muito maior do que o PT, diga-se de passagem, n�o pode ficar a reboque do PT.

O presidente Michel Temer tem �ndices recordes de impopularidade. Como colega de partido, como est� vendo o governo Temer?
Superada a fase da discuss�o da den�ncia, o momento � de pensar na pauta positiva para o pa�s. O presidente tem muitas dificuldades de popularidade, mas temos que reconhecer que v�rios pontos de seu governo s�o positivos, principalmente na economia. H� avan�os muito positivos na economia, e enquanto parlamentares temos a obriga��o de abstrair a quest�o partid�ria, a impopularidade de A ou de B, e pensar nas pautas que interessam ao Brasil.

Muitos projetos do Planalto aprovados na Congresso receberam cr�ticas de v�rios setores da sociedade, como o teto dos gastos, a reforma trabalhista e pol�tica. Eles foram positivos para o pa�s?
A reforma trabalhista foi positiva. A reforma pol�tica aprovada foi a que eu defendi. Que � do sistema proporcional com a cl�usula de barreira e fim das coliga��es partid�rias. Fui contra o estabelecimento daquele fund�o eleitoral. No momento que o pa�s vive n�o era adequado aprovar um investimento como aquele em campanha eleitoral. A reforma da Previd�ncia est� muita prejudicada e h� uma tend�ncia forte de n�o aprov�-la. Se fosse hoje a vota��o no plen�rio da C�mara, eu votaria contra a proposta que l� est�. Mas vamos ver se a gente consegue avan�ar para encontrar um denominador comum para se fazer uma reforma nos pontos de distor��o da Previd�ncia nacional.

A bancada mineira tem demonstrado pouca for�a junto ao governo Temer. Sem indica��o de ministros e sem demandas atendidas (como no caso do leil�o das usinas da Cemig). Por que a segunda maior bancada da C�mara est� t�o fraca?
S�o circunst�ncias pol�ticas de momento. Houve um desrespeito do governo federal em rela��o a Minas Gerais como um todo. N�o prestigiou Minas nem sequer com um minist�rio. Foi motivo de grande reclama��o. Ao mesmo tempo, n�o se compensou o estado com outras quest�es, como o caso da BR-381 e do Anel Rodovi�rio. Houve em algum ponto, desrespeito. Mas, entre outras coisas, observamos o partido do presidente se aliando em Minas ao franco opositor do governo federal. Esse tipo de situa��o realmente dificulta a constru��o de uma pol�tica unificadora para resolver os problemas do estado.
Mas, com esse desrespeito que o senhor cita, como explicar o alto grau de fidelidade da bancada mineira ao presidente Temer para barrar as den�ncias?
Dentro de Minas Gerais houve inclusive situa��es em que pol�ticos do pr�prio estado impediram que tiv�ssemos ministros. Isso foi claro. N�o quero citar nomes, mas � evidente que isso aconteceu desde que o governo  Temer come�ou. For�as do estado impediram que tiv�ssemos representa��o no governo. Reputo isso ao desrespeito do governo com Minas, mas tamb�m ao momento de desagrega��o da classe pol�tica mineira. Em muitos momentos se pensou mais no pr�prio umbigo do que nos interesses de Minas Gerais.

Como acha que ser� a atua��o do senador A�cio Neves (PSDB) na disputa pelo governo de Minas? Ele est� enfraquecido ou mant�m influ�ncia?
N�o trato de assuntos do PSDB. � um partido que est� vivendo momento de crise grav�ssima. Mas, em rela��o ao senador A�cio Neves, nunca tivemos proximidade pol�tica. Inclusive, na elei��o para deputado federal (2014) eu compus uma chapa que n�o era a dele. Depois, na elei��o para prefeito (2016), ele teve um candidato contra mim. Ent�o, n�o h� uma proximidade pol�tica. O problema que ele enfrenta, at� por ser advogado, tenho que garantir essa compreens�o de que ele tem o direito de se defender em todos os processos que enfrenta e n�o farei ju�zo de valor sobre a situa��o jur�dica dele. Nem em rela��o � situa��o jur�dica de Fernando Pimentel. Nem do Lula. Cada um vai ter que se explicar e se defender nos respectivos processos. Mas tudo isso que vemos em rela��o ao A�cio e Pimentel nos faz crer que Minas carece de lideran�as hoje. � preciso consolidar lideran�as pol�ticas que possam representar bem Minas Gerais.


Mas no ano passado, em acordo firmado dias ap�s o primeiro turno da elei��o, o senhor n�o teve problema em tirar uma foto ao lado de A�cio declarando seu apoio ao PSDB no segundo turno.
N�o foi o A�cio que costurou o acordo. Tamb�m n�o foi o senador (Antonio) Anastasia, de quem eu sou efetivamente pr�ximo. Nem o Ant�nio Andrade (vice-governador). Aquela situa��o era t�o somente o candidato derrotado Rodrigo Pacheco rendendo apoio � pessoa do candidato Jo�o Leite. Fosse Jo�o Leite de qualquer outro partido, inclusive do PT, ele teria meu apoio em fun��o do que ele representava, da pessoa do deputado Jo�o Leite candidato a prefeito de Belo Horizonte. N�o foi apoio do PMDB, de grupo pol�tico. Foi apoio pessoal meu ao Jo�o Leite. Obviamente, potencializaram aquele apoio, tiraram aquela foto como se fosse uma foto mais ampla do que ela realmente representava. N�o foi apoio ao PSDB. At� porque, o PSDB tinha condi��es de me apoiar no primeiro turno e n�o quis me apoiar. Ent�o, eu n�o tinha nem que retribuir nada ao PSDB.

O senhor se absteve de votar no caso das den�ncias de Temer e recebeu cr�ticas nas redes sociais por ficar em cima do muro. Como lida com a cr�tica por n�o ter se posicionado em mat�ria t�o importante?
N�o me abstenho inclusive de votar pautas impopulares. V�rias  j� votei com toda a tranquilidade. N�o teria problema de votar se fosse somente um deputado da CCJ  (Comiss�o de Constitui�ao e Justi�a) e n�o o presidente. Mas o presidente � quem escolhe o relator, defere ou indefere os requerimentos, resolve quest�es de ordem e define os procedimentos. Ent�o, nessa condi��o, eu precisava guardar a isen��o, assim como o presidente da C�mara. Tive apelo de v�rios parlamentares para que n�o votasse. Se n�o fosse presidente da comiss�o n�o teria problema nenhum em votar as den�ncias.

E nessa hip�tese, como o senhor votaria?
J� que n�o votei para preservar a CCJ, me abstive, somente a minha consci�ncia sabe o que eu penso em rela��o �s duas den�ncias.

 


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