Bras�lia, 14 - O ministro das Cidades, Bruno Ara�jo (PSDB), pediu demiss�o do cargo nesta segunda-feira, 13, pouco antes de participar de uma cerim�nia, no Pal�cio do Planalto, preparada para ser uma "agenda positiva" do governo. O movimento do primeiro tucano a deixar a equipe deflagrou a reforma ministerial planejada pelo presidente Michel Temer para obter apoio pol�tico no Congresso e conseguir aprovar as mudan�as na Previd�ncia.
Em carta dirigida a Temer, que foi pego de surpresa, Ara�jo mencionou indiretamente o racha interno vivido pelo PSDB. Disse que n�o tinha mais o aval do partido para continuar no comando da pasta. "Agrade�o a confian�a do meu partido, no qual exerci toda a minha vida p�blica, e j� n�o h� mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa", escreveu.
Quatro horas depois, a Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia divulgou nota confirmando que "o presidente dar� in�cio agora a uma reforma ministerial que estar� conclu�da at� meados de dezembro".
Ara�jo conversou com Temer pouco antes de acompanh�-lo na entrega do Cart�o Reforma. J� estava demission�rio quando participou da cerim�nia. Moradores de Caruaru, em Pernambuco - reduto eleitoral do ex-ministro - receberam o cart�o. Ali, o tucano chegou a usar verbos no passado sobre o per�odo em que comandou a pasta das Cidades, mas ningu�m na plateia percebeu que ele estava de malas prontas para deixar a Esplanada.
Deputado licenciado, Ara�jo disse ao Estado que n�o havia mais "clima" para permanecer no minist�rio porque o PSDB n�o lhe dava respaldo para isso. "Agora, vou me dedicar a trabalhar pela unidade do PSDB", afirmou ele, que n�o quis confirmar se ser� candidato ao governo de Pernambuco, em 2018. "Vou retomar o meu mandato na C�mara e construir alian�as para o ano que vem."
A sa�da do ministro das Cidades - uma das pastas mais cobi�adas da Esplanada - escancara a crise na coaliz�o governista. O Centr�o pressiona Temer para tirar todos os tucanos do primeiro escal�o, se quiser aprovar a reforma da Previd�ncia. Formado por partidos como PP, PR, PSD e PTB, o bloco amea�a paralisar outras vota��es na C�mara, caso n�o seja atendido.
Sem Cidades, o PSDB ainda tem tr�s minist�rios (Secretaria de Governo, Rela��es Exteriores e Direitos Humanos). A tend�ncia � de que a pasta antes ocupada por Ara�jo seja entregue ao PP, justamente o partido que mais fez amea�as a Temer.
Cota
No Planalto, auxiliares de Temer afirmam que a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, tamb�m deve deixar o cargo. Ela esteve ontem com o presidente em evento no Rio. Temer pretende manter, em sua cota pessoal, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira - que ser� candidato � reelei��o ao Senado - e Ant�nio Imbassahy, titular da Secretaria de Governo. Mas Imbassahy deve ser deslocado para outra pasta, porque o Centr�o cobra mudan�a na articula��o pol�tica do Planalto com o Congresso.
Dos atuais 28 ministros, pelo menos 17 pretendem disputar as elei��es de 2018 e ter�o de deixar os cargos at� abril. A inten��o do presidente, por�m, � de que os candidatos saiam ainda neste ano para que os novos j� assumam com o or�amento de 2018. "Todos os ministros que forem disputar as elei��es estar�o sujeitos � reforma at� dezembro", afirmou o deputado Baleia Rossi (SP), l�der do PMDB na C�mara, que esteve ontem com Temer. O presidente j� marcou uma s�rie de reuni�es para tratar do assunto.
O presidente tamb�m n�o quer ficar a reboque do PSDB, que em 9 de dezembro far� conven��o e deve anunciar o rompimento com o governo. O presidente licenciado do partido, senador A�cio Neves (MG), admitiu no s�bado que os tucanos deixar�o o Executivo. "Vamos sair do governo pela porta da frente, da mesma forma que entramos", disse. Temer vai aproveitar a demiss�o de Ara�jo para come�ar a fazer as trocas na equipe. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Carla Ara�jo, T�nia Monteiro e Vera Rosa, com colabora��o de Igor Gadelha)
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PSDB inicia desembarque e acelera reforma ministerial
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