S�o Paulo, 25 - O presidente Michel Temer come�a a desenhar a estrat�gia para seu �ltimo ano de governo e para as elei��es de 2018. A ideia � construir uma ampla frente de centro-direita para enfrentar a batalha pela aprova��o da reforma da Previd�ncia e de outras pautas econ�micas e mant�-la unida at� a disputa eleitoral de outubro.
Com mais da metade do tempo de TV, esta frente incluiria PMDB, PSDB, DEM, PR, PRB, PP e PSD e seria capaz de fazer a defesa do legado de Temer al�m de se contrapor e at� isolar o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, l�der nas pesquisas.
Segundo auxiliares de Temer, caso a estrat�gia prospere o nome ser� escolhido no ano que vem. Os preferidos do presidente s�o o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB). O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pode ser o escolhido, mas precisa se reaproximar do PMDB e de Temer. A candidatura do pr�prio presidente n�o est� descartada, apesar dos apenas 3% de aprova��o nas pesquisas. Ele pr�prio se coloca como o ��ltimo da fila�.
Quem vier a ser o escolhido ter� de defender a gest�o Temer, iniciada em 2016, ap�s o impeachment de Dilma Rousseff. O Planalto avalia hoje que os �ndices econ�micos estar�o mais favor�veis no pr�ximo ano e que o governo ter� um capital eleitoral positivo.
A tarefa de Temer � de dif�cil execu��o e consiste em, antes de mais nada, aprovar uma pauta econ�mica no Congresso que permita acelerar a gera��o de empregos. Com o vento a favor e a caneta nas m�os, o presidente espera reduzir a influ�ncia da ala do PSDB que defende o desembarque do governo e manter a coes�o da frente at� as elei��es.
A estrat�gia do Planalto se divide em tr�s frentes que se complementam. No front pol�tico, Temer faz quest�o de deixar a discuss�o de nomes em aberto. Aliados comparam a a��o do presidente com a pol�tica �de raiz� praticada pelo velho PSD de Juscelino Kubitschek, que teve ministros em todos governos entre 1945 e 1965, e citam despistes e salamaleques feitos pelas raposas do PMDB como exemplo da habilidade do presidente e seus homens de confian�a.
Escolha.
Pelo roteiro tra�ado pelo presidente, a escolha do nome seria entre abril e junho do ano que vem. Auxiliares de Temer apostam que, se as estrat�gias no Congresso e na economia funcionarem, a manuten��o da alian�a ser� natural. Com os sete principais partidos o candidato do governo teria mais de 6 minutos dos 12,5 minutos de cada bloco do hor�rio eleitoral. J� Lula, isolado, teria apenas 1,5 minuto do PT.
Temer quer aprovar no Congresso Nacional as emendas constitucionais da reforma da Previd�ncia e a simplifica��o tribut�ria, al�m das medidas provis�rias que criam o novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), alteram as normas para explora��o mineral e adiam o aumento de contribui��o previdenci�ria do funcionalismo.
Al�m disso, o governo deve agilizar as vota��es de projetos de lei que agradam a setores importantes do Congresso como os que reduzem a multa sobre o FGTS, permitem a participa��o de estrangeiros em empresas a�reas, modernizam as regras para o setor de telecomunica��es, autorizam a venda de terras para estrangeiros, agilizam os procedimentos de licenciamento ambiental e alteram as ag�ncias reguladoras.
Outro front � o econ�mico.
Na pauta do governo est�o os leil�es para explora��o de petr�leo e g�s e distribui��o de energia el�trica e o acompanhamento da implementa��o das novas leis trabalhistas. Em conversas com Temer, empres�rios garantiram que com estas medidas a cria��o de empregos vai acelerar em 2018.
O dono da Riachuelo, Fl�vio Rocha, falou na cria��o de 4 mil postos intermitentes e 8 mil tempor�rios e representantes da Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil e de Confec��o (Abit) estimaram 100 mil novas vagas no setor.
Os empregos, no entanto, est�o condicionados �s pautas no Congresso, especialmente � reforma da Previd�ncia. �Ou a reforma vem ou a crise volta�, disse o economista Marcos Lisboa, do Insper, a Temer na semana passada. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo
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(Alberto Bombig E Ricardo Galhardo)