
Na reuni�o chamada Elo Nacional da Rede, em Bras�lia, representantes do partido nos Estados entregaram a Marina os resultados das confer�ncias estaduais que aconteceram nos �ltimos dois finais de semana que pediam que ela colocasse seu nome como pr�-candidata da legenda. "Obviamente que n�o estar�amos aqui para dizer um n�o. O compromisso, o senso de responsabilidade, sem querer ser a dona da verdade, me convoca para este momento", disse Marina.
Em um discurso parecido com o das campanhas anteriores, Marina n�o citou nominalmente nenhum de seus pr�-advers�rios, mas criticou indiretamente Jair Bolsonaro por prometer distribuir fuzis para fazendeiros enfrentarem o MST.
A agora pr�-candidata da Rede fez cr�ticas tamb�m ao governo do presidente Michel Temer. Disse que a recupera��o econ�mica ainda � lenta e que o Pa�s precisa de outras reformas que n�o as que o governo est� propondo. "Um governo com 3% de aprova��o n�o tem como construir reformas importantes, at� porque as reformas importantes n�o s�o essas", declarou.
Segundo ela, o Pa�s vive uma crise pol�tica, �tica e uma crise econ�mica que s� agora d� sinais de pequena recupera��o. "Temos diminui��o da infla��o, mas, se n�o tivermos processo duradouro, n�o tem como se sustentar. O d�ficit publico s� aumentou no governo do Temer."
A ex-ministra disse que, em 2014, boicotaram registro da Rede e ela teve que ir para uma candidatura de �ltima hora. Lembrou uma conversa que teve com o ex-governador Eduardo Campos, que faleceu num acidente de avi�o durante a campanha e com isso ela se tornou candidata, sobre a presidente Dilma Rousseff, que acabou sendo reeleita. "Disse a ele que teria sido um grande presente para Dilma se a gente tivesse ganhado a elei��o de 2014", afirmou a pr�-candidata, que durante o processo de impeachment foi criticada por sua postura d�bia e pouco assertiva.
Segundo ela, a crise pol�tica foi causada por PT, PSDB e PMDB e que agora o eleitor deveria puni-los nas urnas. "O melhor presente que a sociedade (deve dar) para os partidos que criaram essa crise � um sab�tico de quatro anos."
A ex-senadora fez cr�ticas tamb�m ao sistema pol�tico, disse que o partido ter� apenas 0,05% do fundo eleitoral pois esses partidos maiores "privatizaram" os meios pol�ticos para se manterem no poder. "Teremos 12 segundos de televis�o", afirmou. Ela repetiu o discurso usado nas elei��es anteriores de que essa fraqueza aparente, que tamb�m � atribu�da a ela, na verdade � for�a. "Esse n�o � o momento para salvadores da p�tria, a p�tria � uma constru��o de todos n�s", destacou. "As coisas grandiosas n�o s�o feitas por um �nico partido, de uma pessoa", afirmou, ressaltando que est� vivendo a dor e a delicia "de ser quem somos".
Marina falou que "as dificuldades servem para exercitar a musculatura da persist�ncia" e reconheceu que "vai ser dif�cil". "Eu sei que vai ser campanha ralada, mas uma campanha ralada do� bem menos que um pa�s partido", afirmou, recitando trechos da m�sica "Era uma vez", da cantora Kell Smith.
Marina disse que sua motiva��o n�o � o poder pelo poder e que a pol�tica � um servi�o. Citando a polariza��o na pol�tica, Marina disse que vai repetir a estrat�gia de n�o agress�o durante as campanhas, porque o Pa�s est� criando uma cultura pol�tica do �dio e "isso n�o � bom para a democracia". "Ao me dispor a ser pr�-candidata da Rede, vamos continuar dialogando com outros partidos e com a sociedade", afirmou.
Saudado como "futuro governador do Rio de Janeiro", o deputado Miro Teixeira (RJ) disse em seu discurso que precedeu a fala de Marina que o partido n�o quer desacatar a lei e antecipar candidatura, mas que o que a Rede quer � o consentimento da ex-ministra para que seu nome seja o nome do partido. "Em algum momento, essa assinatura ter� que ser feita e hoje a assinatura da Marina � a palavra e a palavra 'sim'".
Apesar do an�ncio, o partido informa que a candidatura ainda precisa ser aprovada no Congresso Nacional da Rede, previsto para acontecer em abril do ano que vem, e a defini��o de chapa e coliga��o acontecer� no come�o de agosto, conforme prev� a legisla��o eleitoral.
A din�mica do evento promovido pela Rede neste s�bado visou, externamente, dar for�a ao an�ncio da pr�-candidatura ao mesmo tempo em que sinaliza internamente que Marina est� fundamentada no apoio de seus correligion�rios. Com isso, a ex-ministra tenta dirimir a principal cr�tica interna da qual � alvo: a de que � centralizadora das decis�es da legenda.
Nas �ltimas duas elei��es Marina ficou em terceiro lugar. Em 2010, obteve cerca de 19 milh�es de votos e em 2014 conseguiu conquistar um pouco mais de 22 milh�es de eleitores.