S�o Paulo, 03 - O juiz federal S�rgio Moro aceitou o aditamento de den�ncia contra o ex-diretor de Servi�os da Petrobr�s Renato Duque e o lobista Guilherme Esteves, proposto pelo Minist�rio P�blico Federal, com base em novas provas obtidas por meio de coopera��o internacional com Lichtenstein.
Documentos enviados pelas autoridades do para�so fiscal revelam a titularidade de Esteves de uma offshore que foi utilizada para fazer pagamentos de US$ 4,4 milh�es ao ex-agente p�blico. Por ter identificado tr�s transfer�ncias entre os investigados por meio de empresas de fachada, a Procuradoria imputou a eles mais tr�s crimes de lavagem de dinheiro.
"Considerando que o aditamento da den�ncia envolve a discrimina��o de pagamentos de vantagem indevida no mesmo acerto de corrup��o, � o caso de permitir o aditamento, j� que os fatos inserem-se no contexto da den�ncia", anotou o magistrado.
Nesta den�ncia, Esteves j� era acusado de 7 crimes de lavagem de dinheiro. Com o aditamento, a procuradoria passa a denunci�-lo por cometer o delito 10 vezes. J� Duque, antes livre da acusa��o de branqueamento de capitais, passa a responder por tr�s crimes.
Segundo a pe�a, entre 2011 e 2014, o lobista Guilherme Esteves, na condi��o de representante comercial da Jurong, junto de outros estaleiros cartelizados, pagaram propinas a agentes da Petrobr�s, entre eles, o ent�o diretor Renato Duque.
O ent�o diretor de Engenharia e Servi�os da Petrobr�s Renato de Souza Duque e o gerente executivo de Engenharia e Servi�os da Petrobr�s Roberto Gon�alves teriam recebido um sexto, cada, do total das propinas. Um sexto seria dividido entre Pedro Jos� Barusco Filho, Eduardo Costa Vaz Musa e Jo�o Carlos de Medeiros Ferraz, � �poca em que eram diretores da Sete Brasil.
A den�ncia ainda d� conta de que dois ter�os teriam sido destinados ao Partido dos Trabalhadores, com arrecada��o por Jo�o Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT.
A contabilidade dos pagamentos teria sido realizada por Barusco, em 'planilha na qual ele pr�prio, Renato Duque, Jo�o Ferraz e Eduardo Musa eram identificados pelas alcunhas de "SAB", "MW", MARS" e "MZB".
A Procuradoria apontava Opadale Industries LTD como a empresa de fachada usada Guilherme Esteves para o pagamento de propinas. A conta da offshore � mantida no Banco Valartis Bank em Liechtenstein. Documenta��o banc�ria encaminhada pelo principado revelam tr�s transfer�ncias da Opadale para a Drenos Corporation, mantida no Banco Cramer & CIE AS, na Su��a, de Renato Duque. Os pap�is chegaram em fevereiro de 2017 �s m�os dos investigadores brasileiros e, por meio deles, a transa��o foi identificada.
"Tais transfer�ncias, realizadas com o intuito de ocultar e dissimular o repasse de valores il�citos decorrentes da pr�tica dos crimes de organiza��o criminosa e corrup��o, configuram opera��es de lavagem de dinheiro, aludidas na exordial acusat�ria e que s�o agora denunciadas", afirma a for�a-tarefa, em aditamento da den�ncia.
De acordo com o Minist�rio P�blico Federal, ao analisar os documentos de Liechtenstein, Guilherme Esteves 'era um dos respons�veis pela conta banc�ria' Opdale, 'com poderes para moviment�-la sozinho'; De outro lado do balc�o, investigadores concluem que 'a documenta��o relativa � conta Drenos Corporation S.A confirma que referida conta � de fato de propriedade de Renato Duque'.
(Luiz Vassallo)