
A C�mara Municipal aprovou nesta ter�a-feira a Lei do Or�amento Anual (LOA) para 2018 da Prefeitura de Belo Horizonte. O plano estabelece como cada recurso ser� gasto pelo munic�pio no pr�ximo ano.
Em uma esp�cie de reprise da sess�o de segunda-feira - em que foi votado o Plano Plurianual de A��o Governamental (PPAG) para o quadri�nio 2018-2021-, as discuss�es em plen�rio foram acirradas, principalmente, devido �s manobras feitas por vereadores da bancada conservadora, ligados �s igrejas evang�licas, que apresentaram emendas para retirar recursos destinados a pol�ticas para a comunidade LGBT.
Com a aprova��o do texto, a previs�o or�ament�ria da PBH � de R$ 12,5 bilh�es para o pr�ximo ano.
Entre os principais pontos de embate, a emenda 124 destinava recursos para a operacionaliza��o do Centro de Refer�ncia LGBT, mas foi rejeitada. J� a 117 trazia em sua reda��o a palavra “diversidade” nas pol�ticas de educa��o, mas ela foi substitu�da pelo termo “�tnico racial”.
Durante o encaminhamento dos votos, os vereadores da ala progressista da Casa tentaram chamar aten��o dos colegas para, segundo eles, a import�ncia do fortalecimento de recursos para essa parte da popula��o.O vereador Gilson Reis (PCdoB) lembrou que o pa�s � um dos que mais mata pessoas LGBT no mundo. “Uma coordenadoria como essa ajuda a salvar vidas”, disse.
Na mesma linha, Pedro Patrus afirmou que ao manobrar contra pol�ticas de diversidade os vereadores transformando a Casa em uma “destilaria de �dio”. “Eles n�o conseguem entender a import�ncia das pol�ticas p�blicas para a comunidade LGBT. Eles dizem na imprensa que n�o s�o contra, mas s�o contra, sim”, disse.
As vereadoras do PSOL, �urea Carolina e Cida Falabela, tamb�m tentaram, em v�o, convencer os colegas. “Eu queria pedir aos colegas que n�o t�m essa quest�o como ideol�gica para seus mandatos que votassem contra”, declarou �urea. “Eu pe�o aos colegas que, por favor, ponham a m�o na consci�ncia e votem”, destacou Cida.
Em sua defesa, Fernando Borja (Avante) disse que a cidade j� tem muitas pol�ticas destinadas � comunidade LGBT e que a causa n�o precisaria de mais recursos. “Eu queria ver uma coordenadoria para retirar usu�rios de drogas das ruas, contra pedofilia contra crian�as”, disse Borja.
Por sua vez, Jair di Greg�rio (PP) afirmou que “n�o tem nada contra”, mas “n�o aceita esse entendimento de fam�lia”. E mais: disse ainda que encabe�ar� a��es para barrar pol�ticas que promovam debate sobre diversidade nas escolas da capital.
“Vamos aproveitar para aprovar o projeto da escola sem partido, sim, a inf�ncia sem pornografia, sim, e n�o � uma minoria, merreca de gente, que vai mandar”, afirmou.
Choro e "tchauzinho"
Os �nimos ficaram t�o exaltados na sess�o desta ter�a-feira que teve choro em plen�rio, mas teve tchauzinho tamb�m. Se dizendo afetado pelo conservadorismo na C�mara e com as medidas que foram aprovadas recentemente na Casa, o vereador Arnaldo Godoy (PT) caiu no choro.
Arnaldo precisou ser consolado pelos colegas de partido e da bancada progressista. A vereadora Cida Falabela (PSOL) chegou a homenagear o petista, lembrando sua luta por pol�ticas voltadas para a cultura na cidade e em prol da diversidade.
Um pouco mais adiante na sess�o, a pr�pria vereadora tamb�m se emocionou ao tratar da rejei��o das pol�ticas inclusivas.
Enquanto isso, o vereador Jair di Greg�rio (PP), sorridente, fazia sinal de positivo com os polegares para um grupo que assistia a sess�o das galerias. Acenando com as m�os o parlamentar parecia agradecer o apoio do grupo, acostumando a acompanhar quest�es que envolvem pol�tica de diversidade quando votadas no plen�rio da C�mara.