Rio, 08 - Para o juiz Marcelo Bretas, da 7� Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, respons�vel pela Opera��o Lava Jato no Estado, o trabalho do seu colega curitibano, S�rgio Moro, � "�rduo, dif�cil, muitas vezes n�o compreendido". Ao discursar no 4� Evento Petrobras em Compliance, na sede da petroleira, no centro do Rio, Bretas disse ainda que "Moro tem se dedicado muito � Justi�a Federal".
Reiteradamente alvo de manifesta��es populares contr�rias � sua atua��o, Moro teve, nesta semana, um saia justa com o presidente Michel Temer, em evento em S�o Paulo. Temer, citado em dela��o � Lava Jato, se manteve sentado enquanto as demais pessoas presentes aplaudiam Moro.
A presen�a de Moro no evento da Petrobras gerou manifesta��es internas na empresa. Um grupo de empregados reunidos na Federa��o Nacional do Petroleiros (FNP) divulgou um manifesto no qual acusam o juiz de enfraquecer a estatal.
A vis�o de Bretas, no entanto, � de que "o trabalho a Justi�a n�o destr�i empresas e empregos. A Justi�a contribui para a cultura da integridade e honestidade, que deve regular a sociedade". Segundo ele, a Opera��o Lava Jato n�o segue causas pol�ticas ou persegue pol�ticos.
"A Justi�a n�o est� contra o Executivo ou Legislativo, mas contra malfeitos". Disse tamb�m que a Petrobras n�o errou, "pessoas erraram", e que "n�o h� mais lugar para decis�es pol�ticas na madrugada e fora da agenda"
Em seu discurso, Bretas ainda criticou a exist�ncia dos para�sos fiscais. "Se n�o combatermos esse mal, vamos come�ar a ter contas offshore populares", afirmou.
Ele ressaltou ainda que, hoje em dia, a sociedade se manifesta mais. "� muito importante que a sociedade se mobilize, que haja transpar�ncia. No mundo dos neg�cios, n�o h� lugar para decis�es em eventos fora de agenda. � preciso ter liberdade de imprensa", acrescentou.
Em linha com o discursos de integrantes do Minist�rio P�blico Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz convocou a popula��o a ser criteriosa nas pr�ximas elei��es. "Todo trabalho que temos feito s� ter� validade se a popula��o se preocupar mais na hora de votar. Vamos analisar os curr�culos, sejamos bons empregadores. No final das contas, � isso que somos", afirmou. Nas empresas, defendeu a puni��o exemplar de funcion�rios que agirem irregularmente".
(Fernanda Nunes e Denise Luna)