Coordenador da bancada de Minas na C�mara dos Deputados, F�bio Ramalho (PMDB) avalia que 2017 foi um ano positivo para o estado – embora tenha amargado a derrota com a venda de quatro usinas da Cemig para a iniciativa privada. Ele avisa: a rela��o com o Pal�cio do Planalto em 2018 ser� pautada pelo di�logo e nunca por press�o, especialmente quando o assunto � a pol�mica reforma da Previd�ncia. “Na marra a gente n�o vai fazer nada. Ele tem que saber que a gente vai votar a reforma da Previd�ncia s� se a gente estiver de acordo”, disse.
A bancada de Minas Gerais sofreu algumas derrotas junto ao governo federal ao longo de 2017, como a perda do controle de quatro usinas da Cemig. Al�m disso, nenhum mineiro foi chamado para o minist�rio do presidente Michel Temer. Como o senhor avalia essa situa��o?
A principal pauta que Minas Gerais tem, e isso j� vem de muitos anos, � a quest�o da Cfem (royalties da explora��o mineral), que vale mais que 10 minist�rios ou usinas da Cemig. N�s vencemos uma batalha com as maiores mineradoras fazendo press�o. Conseguimos agora fazer justi�a com essa quest�o. Essa justi�a foi feita nas duas vezes em que me sentei na presid�ncia da C�mara. A primeira � que, no in�cio, o governo era contra, e depois teve que se unir � gente. At� porque, quando eu me sentei l�, o governo n�o queria que eu lesse as medidas provis�rias da minera��o. E a� disse que quem mandava era eu, n�o era o governo. Votamos em prazo h�bil para a discuss�o nas duas casas. Outra quest�o � a Sudene, a inclus�o na �rea do Vale do Rio Doce. A 381 que nunca tinha recursos para ela, sempre paralisada, teve os recursos necess�rios para o ano e j� tem recursos garantidos para o pr�ximo ano. A gente espera que outros trechos possam ser licitados.
Foi um ano positivo para o estado, ent�o? Muitas coisas n�o ficaram s� na promessa?
N�o s�o s� promessas, esses casos que eu te falei t�m recursos garantidos. A 367, por exemplo, tivemos um problema ambiental. E problema ambiental demora um ano para resolver. Na 381 tamb�m tivemos um problema ambiental e agora a obra est� sendo feita a todo vapor. O ano foi positivo. Temos mais R$ 250 milh�es empenhados agora no final do ano para a sa�de em Minas Gerais, temos empenhados mais R$ 100 milh�es na seguran�a. S�o recursos extras que est�o destinados a Minas e que chegar�o ao longo do ano.
O projeto que garantiria o 13º dos servidores de Minas ficou para 2018. Faltou for�a pol�tica dos mineiros junto ao governo Temer?
O governo federal est� no caminho errado de querer fazer troca. Disse que s� votava o projeto depois da reforma da Previd�ncia. Ent�o, isso n�o � caminho de di�logo. Na marra a gente n�o vai fazer nada. Ele tem que saber que a gente vai votar a reforma da Previd�ncia s� se estiver de acordo. Como a maioria n�o est� de acordo, n�o coloca para votar. E n�o vai votar no pr�ximo tamb�m n�o. N�o vai votar porque o governo est� no caminho errado. Qualquer reforma que for feita tem que ser dialogada com a sociedade, tem que ser melhor comunicada. E o governo n�o fez isso.
Minas foi a bancada mais fiel ao presidente Michel Temer nas vota��es envolvendo as den�ncias contra ele. Era esperado que houvesse um tratamento diferente do Planalto?
Naquela quest�o das duas den�ncias, n�s, da bancada de Minas, olhamos o que era melhor para o Brasil. A retirada de um presidente n�o era ben�fica para o pa�s naquele momento. E posso afirmar a voc� porque fui um dos que trabalharam nesse sentido, e eu seria um dos maiores beneficiados, porque viraria presidente da C�mara (com um eventual afastamento de Temer, Rodrigo Maia assumiria o Pal�cio do Planalto e F�bio Ramalho o comando da C�mara). Mas esse n�o � o caminho. Houve um desgaste, sim, da bancada, mas fizemos o que ach�vamos melhor naquele momento. N�s vamos ter elei��o agora no pr�ximo ano, quando a popula��o vai poder escolher o pr�ximo presidente da Rep�blica.
Por que Temer n�o veio ainda a Minas?
Ele at� viria agora, mas teve aquele problema de sa�de e ele se internou em S�o Paulo. Viria em um dia e internou um dia antes em S�o Paulo (no �ltimo dia 13, o presidente teve que ser internado para uma cirurgia de desobstru��o da uretra. A expectativa era de que ele viesse a BH no dia 14 para a solenidade que marcou o funcionamento de 100% dos leitos do Hospital do Barreiro). Agora acho que ele vai vir no dia em que ele achar que deve.
Como vai ser a rela��o dos mineiros com o Planalto em 2018?
A rela��o vai ser da mesma maneira que tem sido, sempre no di�logo e nunca na marra.