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Estado de Minas

Em menos de um m�s, governo Temer exonera tr�s ministros

Ministro da Ind�stria e Com�rcio foi o terceiro a pedir exonera��o do cargo em 30 dias. Piv� do Mensal�o e presidente do PTB emplaca Cristiane Brasil no Minist�rio do Trabalho


postado em 04/01/2018 06:00 / atualizado em 04/01/2018 07:34

Deputada pelo PTB do Rio, com 44 anos, Cristiane foi citada em delação da Odebrecht e vai assumir o cargo deixado por Ronaldo Nogueira(foto: Gilmar Félix/Câmara dos Deputados - 30/8/17)
Deputada pelo PTB do Rio, com 44 anos, Cristiane foi citada em dela��o da Odebrecht e vai assumir o cargo deixado por Ronaldo Nogueira (foto: Gilmar F�lix/C�mara dos Deputados - 30/8/17)

Bras�lia – O primeiro escal�o do governo de Michel Temer teve a terceira baixa nessa quarta-feira (3) em menos de um m�s, dando sinais de que a corrida eleitoral come�ou antes do esperado. As baixas ocorrem em meio �s negocia��es para a vota��o da reforma da Previd�ncia, que deve ser votada no in�cio de fevereiro.

Durante reuni�o no Pal�cio do Planalto, nessa quarta-feira (3), foi a vez de o ministro da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os (MDIC), Marcos Pereira, entregar a carta de demiss�o para Temer, alegando “raz�es pessoais”. Na missiva de tr�s p�ginas, o presidente nacional do PRB, fez um balan�o de sua gest�o � frente da pasta que registrou em 2017 o maior superavit comercial da hist�ria.

No mesmo dia da sa�da de Pereira, Temer anunciou que aceitou a indica��o da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para assumir o lugar de Ronaldo Nogueira no Minist�rio do Trabalho, que deixou governo no �ltimo dia 27 para disputar as elei��es neste ano e � do mesmo partido de Cristiane. O primeiro a deixar o governo, no in�cio de dezembro, foi o Secret�rio de Governo, Ant�nio Imbassahy (PSDB-BA)

Ap�s o encontro com Pereira, Temer recebeu o presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, no Pal�cio do Jaburu.

“� um resgate da imagem da fam�lia”, disse ao deixar a resid�ncia da Presid�ncia emocionado com a indica��o da filha, citada em duas dela��es da Lava-Jato. Condenado a sete anos e 14 dias de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no processo do Mensal�o, Jefferson foi beneficiado por um indulto da ex-presidente Dilma Rousseff em mar�o de 2016.

O ex-deputado chegou a se mostrar choroso ao contar que, quando o nome de Cristiane surgiu na conversa com Temer, ele telefonou para a filha. “A� eu liguei para ela e ela disse: ‘Papai eu aceito”, afirmou. “N�o vai concorrer � elei��o. Ela ficar� ministra at� o final”, emendou ele, destacando a principal condi��o do chefe do Executivo para os novos integrantes da Esplanada e sinalizando que pretende se candidatar novamente a deputado federal por S�o Paulo.

Nova ministra do Trabalho, Cristiane Brasil n�o deixa de ter uma carreira pol�tica controversa. A advogada � faixa preta de carat� e filha do ex-deputado e piv� do esc�ndalo do mensal�o Roberto Jefferson, e tem caracter�sticas parecidas, apesar de n�o utilizar o sobrenome do pai. O ex-deputado foi escudeiro do ex-presidente Fernando Collor, e Cristiane tem se mostrado fiel ao presidente Michel Temer, tanto que teve o seu nome cogitado para assumir o Minist�rio da Cultura no lugar do ex-ministro Roberto Freire.

A deputada votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, da Reforma Trabalhista, da emenda do teto dos gastos e do arquivamento das duas den�ncias da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) contra o peemedebista na C�mara dos Deputados. Cristiane, 44 anos, foi citada em dela��es da Lava-Jato, uma da Odebrecht e outra da JBS. As declara��es que atingiram a deputada foram tornadas p�blicas em abril do ano passado. Na ocasi�o, Cristiane registrou que o Supremo Tribunal Federal n�o havia solicitado investiga��o contra ela. “N�o h� nada a meu respeito sen�o um coment�rio sem qualquer prova feito por um dos delatores da opera��o” afirmou. Cristiane foi delatada pelo executivo Leandro Andrade, um dos delatores da Odebrecht na Opera��o Lava-Jato.

Segundo o delator, a pedido do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) foram entregues R$ 200 mil � Cristiane Brasil em 2012. O dinheiro foi repassado pelo pr�prio executivo, afirmou � Lava-Jato. A parlamentar nega enfaticamente ter recebido valores il�citos. Andrade narrou que os R$ 200 mil foram retirados de um saldo supostamente acertado por outro executivo-delator da Odebrecht, Benedicto Junior, o ‘BJ’, no primeiro semestre de 2012, com Eduardo Paes (PMDB), como contribui��o eleitoral para a campanha do peemedebista � reelei��o para a prefeitura do Rio.

Cristiane Brasil foi alvo de cr�ticas na C�mara ao tentar limitar o uso de trajes sensuais no Legislativo. A nova ministra tamb�m lidera a lista de parlamentares baladeiros de Bras�lia. Atualmente n�o h� nenhum inqu�rito em tramita��o sobre ela no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas em 2015, foram abertas duas investiga��es sobre a deputada para apurar supostos crimes eleitorais na elei��o de 2014, mas os dois casos foram arquivados por falta de provas de seu envolvimento. Nos dois inqu�ritos, o pr�prio Minist�rio P�blico, respons�vel por acusa��es, pediu o arquivamento.

Antecipa��o

Os movimentos antecipados na Esplanada surpreenderam at� os analistas. � caso do diretor-gerente para as Am�ricas da consultoria norte-americana Eurasia Group, Christopher Garman, por exemplo, esperava que esse troca-troca fosse mais tardio. “Os partidos est�o se preparando para 2018 de forma mais clara. Nada dram�tico, mas sintom�tico. Em mar�o, todos os ministros saem para se preparar para as elei��es. S� achei janeiro cedo demais”, afirmou.

Na avalia��o do cientista pol�tico Rafael Cortez, da Tend�ncias Consultoria, essa articula��o para acomodar os aliados pol�ticos no governo continuar� sendo a principal caracter�stica de Temer. “Essa � a estrat�gia de um governo presidencialista de coaliz�o e, como ele j� tem popularidade baixa, poder� colocar cada vez mais pol�ticos nos minist�rios sem se preocupar com a opini�o p�blica. O importante ser� ele sinalizar ao mercado que est� conseguindo conduzir a agenda de reformas, ampliando a base aliada”, explicou.


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