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Estado de Minas

Escolhida para o Minist�rio do Trabalho foi citada em dela��o da Odebrecht

Ex-deputada foi delatada pelo executivo Leandro Andrade, um dos delatores da Odebrecht na Opera��o Lava-Jato


postado em 03/01/2018 17:19 / atualizado em 03/01/2018 17:53

(foto: Gilmar Felix / Câmara dos Deputados)
(foto: Gilmar Felix / C�mara dos Deputados)

Escolhida pelo presidente Michel Temer (PMDB) para assumir o Minist�rio do Trabalho, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi citada na dela��o da Odebrecht. A parlamentar � filha do ex-deputado Roberto Jefferson, condenado a sete anos e 14 dias de pris�o no processo do Mensal�o, do qual foi o piv�.

As declara��es que atingiram Cristiane Brasil foram tornadas p�blicas em abril do ano passado. Na ocasi�o, a deputada registrou que o Supremo Tribunal Federal n�o havia solicitado investiga��o contra ela. "N�o h� nada a meu respeito sen�o um coment�rio sem qualquer prova feito por um dos delatores da opera��o", afirmou.

Cristiane Brasil foi delatada pelo executivo Leandro Andrade, um dos delatores da Odebrecht na Opera��o Lava-Jato. O empreiteiro relatou ao Minist�rio P�blico Federal um epis�dio que classificou como 'pitoresco', supostamente ligado � deputada.

Segundo o delator, a pedido do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) foram entregues R$ 200 mil � Cristiane Brasil em 2012. O dinheiro foi repassado pelo pr�prio executivo, afirmou � Lava-Jato. A parlamentar nega enfaticamente ter recebido valores il�citos.

Andrade narrou que os R$ 200 mil foram retirados de um saldo supostamente acertado por outro executivo-delator da Odebrecht, Benedicto Junior, o ‘BJ’, no primeiro semestre de 2012, com Eduardo Paes (PMDB), como contribui��o eleitoral para a campanha do peemedebista � reelei��o para a prefeitura do Rio.

Segundo Leandro Andrade, do montante total, Pedro Paulo "mandou" pagar "dois candidatos que faziam parte da base de apoio dele", Brizola Neto e Cristiane.

"O da Cristiane Brasil, o que aconteceu foi que eu estava no dia da programa��o de ela ir retirar esse dinheiro nesse escrit�rio. Eu n�o ficava direto l�, mas ia de vez em quando para reuni�es. Ela mesma foi retirar esse dinheiro. O que aconteceu foi que o portador nosso, o doleiro, n�o sei exatamente como � que chama, demorou a chegar. Ela ficou na antessala do escrit�rio. Minha secret�ria que atendia l� veio dizer: ‘Tem uma deputada a�, que est� esperando h� um temp�o, j� est� ficando nervosa’. Fui e a chamei para para tentar fazer uma sala. Realmente n�s conversamos, me apresentei, n�o conhecia. Ela estava l� para pegar o dinheiro", relatou.

O executivo afirmou que Cristiane ‘estava sozinha’. "Teve um fato tamb�m pitoresco. Nessa sala que eu tinha, existia uma c�mera para fazer conference call e Skype com minhas obras no interior. Ela ficou super incomodada com aquilo, achando que eu estava gravando aquele momento. Ela perguntou: ‘mas aquilo ali funciona?’. Eu percebi o constrangimento e falei: ‘n�o se preocupe que aquilo n�o �…’. Eu mesmo fui l�, tirei a c�mera e botei no ch�o."

De acordo com o delator, cerca de 20 minutos depois, ‘o portador chegou’. Andrade declarou que ‘algu�m’ entrou na sala com uma mochila. O executivo afirmou n�o lembrar se foi o pr�prio portador.

"De dentro da mochila, ele tirou o pacote de pl�stico onde tinha um valor de R$ 250 mil anotado em cima, R$ 200 mil, desculpa, anotado em cima. Ela pegou esse valor, ela estava com uma mochila. Pegou esse valor, botou dentro da mochila, agradeceu e saiu. Esse fato foi exatamente eu entregando para ela", relatou.

O Minist�rio P�blico Federal quis saber se Leandro Andrade tinha registro da entrada de Cristiane Brasil no escrit�rio.

"N�o tenho registro. No (escrit�rio do) Le Monde n�o tem, porque n�s tentamos pegar e n�o existe", afirmou. "O pedido desse dinheiro foi feito pela �rea de Opera��es Estruturadas atrav�s da Lucia Tavares."

Quando a dela��o da Odebrecht foi tornada p�blica, em abril de 2017, os citados se manifestaram desta forma:

"O STF n�o solicitou investiga��o contra mim e n�o h� nada a meu respeito sen�o um coment�rio sem qualquer prova feito por um dos delatores da opera��o", declarou, na ocasi�o, Cristiane Brasil.

"Esclare�o que os poucos contatos que j� tive com profissionais da companhia se limitaram a raros eventos institucionais. Estou, como sempre estive, � disposi��o da justi�a e da sociedade para esclarecer o que for necess�rio."

Tamb�m nessa mesma �poca, as assessorias do deputado Pedro Paulo e do ex-prefeito Eduardo Paes declararam. "Conforme foi afirmado pelos pr�prios delatores em nenhum momento a empresa recebeu qualquer tipo de vantagem ou benef�cio em obras da Prefeitura do Rio. Al�m disso, Benedicto Junior foi enf�tico ao afirmar em seu depoimento que nunca pagou propina a Eduardo Paes."

O vereador Brizola Neto disse, na ocasi�o. "Me causou perplexidade e revolta a mat�ria veiculada na imprensa citando meu nome como ‘poss�vel destinat�rio’ em esquema de corrup��o. Baseada em uma simples suposi��o, a mat�ria d� a entender que eu teria recebido dinheiro do ex-prefeito Eduardo Paes para a minha campanha. Na ocasi�o estava no PDT e rompi com o partido fundado por meu av� justamente por n�o concordar com a alian�a com Eduardo Paes. Inclusive fui processado por Paes e pelo ent�o secret�rio Pedro Paulo pelas in�meras den�ncias que fiz sobre seus desmandos durante meu segundo mandato como vereador da cidade do Rio de Janeiro. Sempre pautei minha atua��o pelo exemplo de �tica, honestidade e respeito ao povo aprendido com meu av� Leonel Brizola. � lament�vel que estejamos vivendo tempos no Brasil em que reputa��es s�o enxovalhadas pela pr�tica que se tornou comum de denuncismos sem provas. Reitero que nunca me envolvi em nenhum tipo de negociata e estou � disposi��o para prestar qualquer esclarecimento."


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