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Estado de Minas

Lava-Jato investiga filme 'Lula, o filho do Brasil'

A cinebiografia do petista estreou em 1� de janeiro de 2010 e custou cerca de R$ 12 milh�es


postado em 04/01/2018 11:19 / atualizado em 04/01/2018 11:45

 Cena do filme 'Lula, o filho do Brasil ' (foto: Otavio de Souza/Divulgação)
Cena do filme 'Lula, o filho do Brasil ' (foto: Otavio de Souza/Divulga��o)

S�o Paulo - A Opera��o Lava-Jato mira mais um alvo ligado ao ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva: o filme que conta sua hist�ria. J� foram chamados para prestar depoimento o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil/Fazenda - Governos Lula e Dilma Rousseff).

A Pol�cia Federal investiga o financiamento do longa Lula, o filho do Brasil e "a participa��o de personagens envolvidos no tema, em especial Antonio Palocci Filho, junto a empresas".

A cinebiografia do petista estreou em 1º de janeiro de 2010 e custou cerca de R$ 12 milh�es.

Lula j� foi condenado na Lava-Jato. Em julho do ano passado, o juiz federal S�rgio Moro imp�s nove anos e seis meses de pris�o ao petista por corrup��o e lavagem de dinheiro no caso tr�plex.

A senten�a ser� analisada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o, a Corte de apela��o da Lava-Jato, no dia 24 de janeiro. Lula ainda � r�u em mais duas a��es penais perante o juiz Moro, uma relativa a supostas propinas da Odebrecht e outra ligada ao s�tio de Atibaia (SP).

Participaram do financiamento de Lula, o filho do Brasil, al�m da Odebrecht, as empreiteiras OAS e Camargo Corr�a.

O filme conta a hist�ria de Lula, desde a inf�ncia dram�tica no sert�o de Pernambuco, aborda sua chegada a S�o Paulo no pau de arara, as dificuldades que enfrentou ao lado da fam�lia, o trabalho na ind�stria metal�rgica, as hist�ricas campanhas grevistas dos anos 1970 que marcaram o ABC paulista e a ascens�o ao topo do sindicato que o consagrou e impulsionou sua trajet�ria pol�tica.

Lula, o filho do Brasil � uma biografia baseada no livro hom�nimo da jornalista Denise Paran�.

"A hist�ria � uma supera��o das perdas", disse, na �poca das grava��es, o cineasta F�bio Barreto. "Meu trabalho � o de humanizar o mito vivo que � o Lula, s� n�o vamos entrar na fase pol�tica."

Na investiga��o da PF, o ex-ministro Palocci foi convocado para prestar depoimento em 11 de dezembro. Ele foi questionado pelo delegado Filipe Hille Pace sobre a rela��o que supostamente teria com a produ��o do filme. O ex-ministro declarou que "deseja colaborar na elucida��o de tais fatos", mas que naquele momento ficaria em sil�ncio.

No mesmo dia, Marcelo Odebrecht, delator da Lava-Jato, falou ao delegado e respondeu a uma s�rie de perguntas sobre o caso. Durante o depoimento, a PF apresentou ao empreiteiro e-mails extra�dos do seu computador e ligados ao financiamento da cinebiografia.

As mensagens resgatadas foram trocadas por executivos da empreiteira entre 7 de julho de 2008 e 12 de novembro daquele ano.

Naquele dia, Odebrecht escreveu um e-mail com cinco t�picos endere�ado a outros funcion�rios do grupo. Na lista estavam os executivos Alexandrino Alencar e Pedro Novis, que tamb�m se tornaram delatores da Lava-Jato.

"5) O italiano me perguntou sobre como anda nosso apoio ao filme de Lula, comentei nossa opini�o (com a qual concorda) e disse que AA tinha acertado a mesma com o seminarista, mas adiantei que se tivermos nos comprometido com algo, seria sem aparecer o nosso nome. Parece que ele vai coordenar/apoiar a capta��o de recursos", escreveu o empreiteiro.

"Seminarista", de acordo com os investigadores, seria uma refer�ncia a Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia (2011/2015/Governo Dilma).

� PF, Odebrecht declarou que, em 2008, "ainda n�o era o presidente da Odebrecht S.A., fun��o ocupada por Pedro Novis". "Pode concluir pelos e-mails que, aparentemente, Gilberto Carvalho tratou do assunto junto a Odebrecht, mas que Palocci coordenaria o assunto junto �s demais empresas", afirmou. "Concluiu pelas mensagens que foram feitos pagamentos para produtora ligada ao filme sem que se fizesse necess�ria a operacionaliza��o mediante a Equipe de Opera��es Estruturadas, isto �, de forma n�o oficial", declarou o empres�rio que ficou preso em Curitiba, base e origem da Lava-Jato, durante dois anos e meio.

Segundo o empreiteiro, "aparentemente os pagamentos n�o estavam vinculados diretamente ao filme, ou seja, o nome da empresa n�o apareceria como uma das financiadoras do projeto". Marcelo Odebrecht se comprometeu a buscar documentos, contratos e notas fiscais que embasaram os pagamentos.

Em outro trecho de seu relato, Marcelo Odebrecht cita seu pai, Em�lio. "Pelo que o declarante conhece, Em�lio Odebrecht nunca condicionou apoio financeiro de interesse de Lula a benef�cios espec�ficos de interesses da Odebrecht; que acredita que nunca houve esse tipo de vincula��o espec�fica, � exce��o de epis�dios j� expostos pelo declarante em seu acordo de colabora��o (casos do Refis da crise libera��o de linha de cr�dito para Angola)", declarou.

� Pol�cia Federal, Marcelo Odebrecht afirmou ainda que seu pai "nunca" lhe contou que "Lula havia pedido apoio financeiro a algum benef�cio espec�fico que o Governo Federal havia dado ou ainda daria". "Acredita que doa��o para filme fazia parte da agenda mais geral da Odebrecht com PT/Lula, ou, por exemplo, de uma 'conta corrente geral/relacionamento' que Em�lio poderia manter com Lula", afirmou.

Outro lado


A reportagem tentou contato com Gilberto Carvalho e deixou espa�o aberto para manifesta��o.

A defesa de Lula informou que n�o vai comentar.


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