PF abre novos inqu�ritos contra tr�s ex-ministros

A Pol�cia Federal (PF) em Curitiba abriu novos inqu�ritos contra tr�s ex-ministros com base na dela��o premiada do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado. Os alvos da investiga��o s�o Henrique Eduardo Alves (MDB), ex-ministro de Dilma Rousseff e Michel Temer e hoje preso na Lava Jato; Ideli Salvatti (PT), ex-ministra de Dilma; Edson Santos (PT), ex-ministro de Luiz In�cio Lula da Silva; e os ex-deputados petistas C�ndido Vaccarezza (SP) e Jorge Bittar (RJ).

  acordo de Machado ficou conhecido depois que conversas gravadas por ele com outros pol�ticos foram divulgadas. Em uma delas, o senador Romero Juc� (PMDB-RR) disse que seria necess�rio "mudar o governo para estancar a sangria". Os novos inqu�ritos apuram supostos repasses feitos por empreiteiras a pol�ticos, por meio de doa��es oficiais ou caixa 2, em troca de vantagens indevidas com a Transpetro.

No caso da ex-ministra de Rela��es Institucionais e de Direitos Humanos Ideli Salvatti, Machado disse que a petistas solicitou "recursos para campanha de 2010". O delator afirmou que os recursos vieram, via doa��o oficial da Camargo Corr�a, no valor de R$ 500 mil.

A reportagem n�o conseguiu contato com a ex-ministra, mas, quando a dela��o tornou-se p�blica, ela disse que as doa��es � sua campanha eleitoral ao governo de Santa Catarina em 2010 "foram declaradas e aprovadas pelos �rg�os competentes", e que sua conduta p�blica "� regida pelos princ�pios da �tica, moral e legalidade".

No mesmo ano, segundo o ex-presidente da Transpetro, Vaccarezza e Bittar tamb�m teriam solicitado "apoio financeiro". O primeiro teria recebido R$ 500 mil da Camargo Corr�a, por meio de doa��o da empresa ao diret�rio do PT, e o segundo, R$ 200 mil da Queiroz Galv�o, tamb�m por meio do partido.

"O valor era oriundo de vantagens il�citas pagas por empresa contratada pela Transpetro (Camargo Corr�a)", afirmou o ex-presidente da estatal, em seu acordo de colabora��o.

Nas elei��es de 2014, o ent�o candidato a deputado Edson Santos teria recebido "vantagem indevidas, via doa��o oficial" pela Queiroz Galv�o, no valor de R$ 142,4 mil. Santos afirma que se trata de uma "verdadeira arma��o". "Aquilo que ele (Machado) falou no depoimento referente a um recurso para mim foi uma doa��o de uma empresa pra minha campanha, depositada no Banco do Brasil", disse � reportagem.

Durante sua gest�o � frente da Transpetro, Machado diz ter repassado ao PMDB "pouco mais de R$ 100 milh�es, cuja origem eram vantagens il�citas pagas por meio de empresas contratadas pela Transpetro".

Desse total, R$ 1,55 milh�o teria sido repassado para o ent�o deputado Henrique Eduardo Alves, ao longo de seis anos. A Queiroz Galv�o teria pago R$ 500 mil, em 2014, R$ 250 mil, em 2012, R$ 300 mil, em 2008. J� a Galv�o Engenharia teria repassado R$ 500 mil, em 2012.

Como nenhum dos investigados tem foro privilegiado, todos ficar�o nas m�os do juiz federal da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, S�rgio Moro. Em setembro de 2016, o ministro Teori Zavascki, morto no ano passado, mas ent�o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o desmembramento da dela��o de Machado. Ficaram na Corte apenas as investiga��es de quem tem foro.

Obras

Um sexto inqu�rito aberto pela Pol�cia Federal, com base na dela��o de Machado, apura as obras do Estaleiro Rio Tiet�. A PF vai investigar um suposto cartel ligado ao arrendamento de uma �rea em Ara�atuba, no interior de S�o Paulo, sem licita��o, para constru��o de comboios para a Transpetro.

A defesa de Ideli afirmou que est� segura do "arquivamento" das investiga��es. A Camargo Corr�a afirmou que colabora com as investiga��es.

A reportagem procurou Vaccarezza, Bittar e a Queiroz Galv�o, mas, at� o fechamento desta mat�ria n�o haviam se manifestado. A defesa de Henrique Alves n�o quis comentar.