Porto Alegre - Respons�vel pela acusa��o no julgamento desta quarta-feira, 24, em Porto Alegre, o procurador regional da Rep�blica Maur�cio Gotardo Gerum (pronuncia-se "Gu�rum") vai ocupar a cadeira que fica do lado direito do presidente da 8.ª Turma Criminal do Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF-4), Leandro Paulsen. Gerum ser� o terceiro a falar na sess�o que analisa a condena��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva pelo juiz S�rgio Moro por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guaruj� (SP).
Aos 48 anos, o procurador tem perfil de t�cnico reservado. Ao abrir as fundamenta��es de seu parecer, no processo de revis�o da senten�a de Lula, Gerum afirma que: "� indispens�vel discorrer sobre o que esse processo penal n�o �". "Esse processo penal n�o � um processo pol�tico e esse julgamento n�o � um julgamento de exce��o."
Avesso a entrevistas, a porta do gabinete dele esteve fechada a semana toda para jornalistas. "O trabalho dele � atr�s dos processos", disse um colega.
O procurador regional � um rosto pouco conhecido na Lava Jato, mas tem um papel importante na investiga��o. Entre 2016 e 2017, foi coordenador da assessoria criminal do ex-vice-procurador-geral da Rep�blica Bonif�cio de Andrada, quando atuou nos processos que envolviam alvos com prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justi�a (STJ), como governadores - algumas das apura��es decorrentes da megadela��o premiada da Odebrecht.
Gerum atuou tamb�m no �nico dos tr�s processos de revis�o de pena do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, no qual o r�u teve aumentada a pena de cadeia. Nesse processo, que trata da condena��o do petista e do marqueteiro Jo�o Santana por Moro, pela lavagem dos recursos de propinas da Petrobr�s nas campanhas do partido, o TRF-4 elevou a condena��o de Vaccari de 10 para 24 anos de pris�o.
Crime organizado
Gerum foi tamb�m o respons�vel pela Procuradoria Especializada no Combate ao Crime Organizado de Santa Catarina, entre 2003 e 2008. Sob o comando dele estiveram opera��es como a Dil�vio, de 2006, que descobriu um esquema de corrup��o na "venda" de descontos tribut�rios do Estados para exporta��es fraudulentas.