(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Candidato ao governo de MG, Mares Guia promete fim do escalonamento de sal�rios

O ex-secret�rio da Educa��o tamb�m disse que vai pagar o piso dos professores e prometeu cobrar o governador Fernando Pimentel pela den�ncia na Opera��o Acr�nimo


postado em 05/02/2018 06:00 / atualizado em 05/02/2018 10:23

Mares Guia também pretende cortar cargos comissionados no estado, se eleito governador(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mares Guia tamb�m pretende cortar cargos comissionados no estado, se eleito governador (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


Um dos �ltimos a se colocarem oficialmente na condi��o de pr�-candidato ao Governo de Minas, o soci�logo e ex-secret�rio de Educa��o de Minas, Jo�o Batista Mares Guia volta � pol�tica, depois de 20 anos de afastamento, com o desafio de se tornar conhecido entre os mineiros. Lan�ado pela Rede no �ltimo dia 27 de janeiro, ele n�o poupa cr�ticas ao atual governo nem ao anterior, do PSDB, e coloca entre suas principais propostas as de pagar o piso dos professores e acabar com o escalonamento de sal�rios do funcionalismo implementado desde 2016.

Antigo companheiro de luta estudantil do governador Fernando Pimentel, Mares Guia disse que n�o se tornou inimigo do petista, mas vai cobr�-lo pela den�ncia na Opera��o Acr�nimo, que responde no Superior Tribunal de Justi�a.

Mares Guia tamb�m criticou o petista pelo “aparelhamento” da m�quina p�blica e disse que, se eleito, vai cortar 25% dos cargos comissionados no estado. Jo�o Batista tamb�m falou sobre sua sa�da do PT e da rela��o com o irm�o, o ex-ministro Walfrido, que escapou de puni��o no mensal�o tucano por causa da idade, e disse que sua trajet�ria sempre foi independente dele.

 

O senhor. esteve afastado da pol�tica 20 anos. Por que decidiu voltar neste momento?
O afastamento n�o � absoluto, eu n�o renunciei � condi��o de cidad�o. Me sentia muito desconfort�vel, embora fazendo um trabalho cidad�o, porque me dediquei somente � educa��o p�blica b�sica, nunca trabalhei com a iniciativa privada. Mas me preparei a vida inteira, desde 1966 como l�der estudantil at� 1988, na luta pela assembleia nacional constituinte, atrav�s de intensa atividade pol�tica. Esse convite me foi feito e senti como uma bel�ssima oportunidade de reencontro do Jo�o Batista pessoa privada com o cidad�o e ativista.

O senhor � um dos menos conhecidos entre os pr�-candidatos ao governo. Como resolver esse problema?
O primeiro passo � relembrar tudo que ajudei a fazer na �rea da educa��o. Minha gest�o como secret�rio municipal em Contagem (89-92) foi distinguida nacionalmente como a melhor gest�o e tomada como exemplo naquela ocasi�o. Depois como secret�rio-adjunto e secret�rio de Educa��o em Minas consegui concluir a universaliza��o do ensino fundamental. Fiz 10 anos antes do Brasil a universaliza��o do ensino m�dio. E na minha gest�o Minas ocupou o primeiro lugar nacional nas avalia��es da educa��o b�sica.

O senhor foi contempor�neo do governador Fernando Pimentel na luta estudantil. Como o avalia?
Fomos presos pol�ticos, padecemos horrores, ele mais do que eu. A primeira casa que ele frequentou logo depois da pris�o foi a minha e da Virg�nia. Tenho no cora��o a amizade com Fernando Pimentel, ela nunca vai sair. Na medida que deixei o PT e ele foi crescendo, galgando posi��es de poder por m�rito, nos distanciamos sem nenhuma inimizade. Vejo com enorme tristeza no cora��o essa situa��o na qual ele se encontra, processado, como r�u, as den�ncias que s�o feitas. Ele deve exercer na plenitude o direito � presun��o da inoc�ncia, mas at� agora as declara��es que tem dado s� geram mais perplexidade e agravam a suspei��o e a desconfian�a. S�o declara��es muito infelizes, ali�s, iguaizinhas �s do A�cio Neves. Gostaria de nessa disputa debater com Fernando Pimentel o desempenho do governo, as ideias para superarmos a crise, propostas, mas devo, em nome da minha cren�a no republicanismo, colocar em debate tamb�m a quest�o da �tica na pol�tica. Deixei o PT exatamente reivindicando isso. � meu dever, com dor no cora��o, porque foi um dos melhores amigos pessoais que tive.

O senhor foi um dos fundadores do PT em Minas. Por que deixou o partido?
Deixei o PT em 1985 em um epis�dio muito triste. Est�vamos em meio a uma disputa interna no PT pela escolha do nome para disputar a Prefeitura de BH. Meu nome era o natural, at� porque a opini�o p�blica na �poca destacava a imensa possibilidade de eu vencer as elei��es. Fizemos uma conven��o que coincidiu com um jogo do Brasil. Estava marcada para as 9h, mas a mesa diretora, com as presen�as de Lula, Dulci e outros, decidiu que a vota��o s� seria feita no fim da tarde, ap�s o jogo. Os militantes de ultra-esquerda mais o grupo apoiado pelo Dulci se uniram e permaneceram at� o fim. Houve uma manobra muito infeliz, eu diria pr�xima da fraude, na quest�o de crach�s. Na hora final dos votos eles tiveram maioria, quando eu teria maioria esmagadora de 20 por um se a vota��o tivesse sido de manh�. Poucos meses depois, o PT mudou a regra e todas as vota��es come�ariam na abertura da reuni�o. Foi um golpe. Eu pensei: � essa a �tica na pol�tica? Deixei o PT.

O senhor foi secret�rio de educa��o. Se for eleito vai ser sua prioridade?
A revolu��o na educa��o e uma reforma profunda nas duas universidades estaduais ser�o prioridades. Nos 12 anos do governo do PSDB e no atual do PT toda propaganda mostra o resultado dos anos iniciais na prova Brasil e no Ideb, que tem 6,2. � um Ideb mediano em uma escala de 0 a 10. Significa que os alunos est�o aprendendo s� o b�sico. O Ideb nos anos finais no A�cio, Anastasia e agora (Pimentel) � abaixo de 5, � 4,8. Ocultam mais ainda o ensino m�dio que � a principal obriga��o constitucional numa rede estadual de ensino, � 3,8. A revolu��o da cidadania passa por uma retomada da colabora��o de estado e munic�pio. O Pimentel cometeu um erro grav�ssimo, partidarizou as superintend�ncias regionais de ensino, colocou militantes do PT ou sindicais.

Se eleito, vai pagar o piso da educa��o?
Temos dois compromisso iniciais. Um de pagar o piso aos professores – n�o posso marcar uma data, mas quero resolver isso dentro do primeiro ano de governo – e o outro � de regularizar o fluxo de pagamento mensal dos servidores p�blicos. Gostaria de, no primeiro ano, gradualmente, acabar com o escalonamento e pagar o piso pleno aos professores. Agora, n�o vou fazer isso a base de choque. O que houve (no governo do PSDB) foi um choque de estagna��o que ficou oculto e vai se manifestar no per�odo posterior devido ao problema da irresponsabilidade fiscal praticada pelo �ltimo governo tucano. Pagar o piso do professor e colocar o sal�rio dos servidores em dia depende de uma reforma fiscal muito profunda e, no plano federal, da reforma previdenci�ria e suas repercuss�es em Minas. Vamos fazer isso conversando cara a cara com o servidor e com o povo de Minas.

Como conseguir recursos?
Identifiquei na mensagem or�ament�ria que o governador encaminhou � assembleia no in�cio de ano de sete a oito secretarias cujos or�amentos anuais n�o chegam a R$ 50 milh�es. Qual a relev�ncia delas? De in�cio vou cortar 25% dos cargos comissionados no estado. Dos 75% remanescentes, pretendo atribuir 95% por m�rito, segundo igualdade de oportunidades aos servidores de melhor desempenho, independentemente de posi��o partid�ria, pol�tica ou eleitoral. H� muita gordura que pode ser cortada. O estado n�o sabe o patrim�nio que tem, � uma multiplica��o de alugu�is de im�veis carros, temos que enfrentar corajosamente o problema do or�amento da Assembleia de uma maneira negociada. O TCE, com todo respeito pelo valoroso trabalho t�cnico que faz, tem or�amento de quase R$ 1 bilh�o. Temos que ver tamb�m a quest�o do Judici�rio. Todos temos que fazer sacrif�cios fundamentais, caso contr�rio nem a lei conseguiremos cumprir.

O senhor vai pegar um or�amento com d�ficit. Como pretende resolver a situa��o financeira?
Vou ter que fazer o que o Pimentel n�o fez em quatro anos em um ano. A situa��o fiscal MG hoje tem duas causas que pode se dizer hist�ricas: a heran�a pelo govento tucano de Anastasia e a crise nacional de recess�o de quatro anos legada pelo governo Dilma, do qual Pimentel foi ministro. Em vez fazer o para casa como colegas dele do Piau� e Cear� fizeram, isto �, enfrentar o problema fiscal com teto de gastos, racionaliza��o da m�quina, moderniza��o do estado, evitar todos os excessos de gastos, ele (Pimentel) manteve a vida como se nada houvesse e agravou o d�ficit fiscal do estado. Surpreende, pois ele � um economista. Quando tem bonan�a e crescimento, voc� cresce os gastos de custeio e pessoal de maneria moderada e faz reservas. Quando tem crise, aumenta o investimento para aumenta o emprego e receitas e � mais cauteloso na concess�o dos reajustes reais para evitar que servidores fiquem em situa��o delicada.

Qual vai ser a participa��o da Marina Silva na campanha?
Ter� uma participa��o intensa, primeiro porque sempre foi muito bem acolhida em Minas. Marina � uma candidata fortissimamente competitiva, penso pela proje��o dos resultados atuais que Marina tem muita chance de chegar ao segundo turno. Estamos projetando sucessivas vindas dela a Minas pelo menos para visitar al�m da regi�o metropolitana as principais cidades com um calend�rio razo�vel.

A rela��o pr�xima do seu irm�o Walfrido com o Lula deve ser explorada pelos seus advers�rios. Teme que te prejudique?
N�o. Minha vida tanto profissional como no setor publico sempre foi absolutamente independente do Walfrido, nunca procurei um pol�tico um poder para conseguir uma ajuda para obter um contrato de consultoria, ao contr�rio, as pessoas me procuram. Constru� minha trajet�ria de respeitabilidade profissional. Quando ingressei no estado como secret�rio-adjunto e secret�rio n�o foi o Walfrido, vice-governador, que me convidou. Ele indicou outra pessoa, quem me convidou foi o governador Eduardo Azeredo. Se o Walfrido tem virtudes, e ele � um excelente empres�rio, s�o m�ritos dele. Se tem algum defeito � dele. Que as pessoas entendam e deem ao Walfrido o que � de Walfrido e a Jo�o Batista o que � de Jo�o Batista.

Ent�o ele n�o ter� participa��o na sua campanha e, se eleito, no seu governo?

Definitivamente ele n�o ter� nenhum envolvimento no governo porque a posi��o de mundo dele � outra. Agora, � uma pessoa que, pela largu�ssima experi�ncia inclusive de governativa ser� sempre algu�m que eventualmente teria opini�es muito �teis que poderiam ser aproveitadas. Mas nenhuma participa��o no governo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)