
Bras�lia - Amigos em comum do presidente Michel Temer e do governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, querem promover um encontro entre os dois para verificar se � poss�vel algum tipo de acerto do MDB com o PSDB na campanha eleitoral. Aliados do Pal�cio do Planalto est�o preocupados com o mau desempenho das candidaturas de centro e t�m cada vez mais receio do lan�amento de outsiders na pol�tica, como o apresentador de TV Luciano Huck.
O problema � que a expectativa de crescimento de outros postulantes de partidos da base aliada, como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), continua muito baixa. Al�m disso, a persistente impopularidade de Temer dificulta o seu desejo de concorrer a um novo mandato.
Pesquisas que chegaram ao Planalto associam a fragilidade de Alckmin at� mesmo aos esc�ndalos protagonizados pelo senador A�cio Neves (MG), ex-presidente do PSDB. Na mira da Lava Jato, A�cio chegou a ser afastado do mandato, no ano passado, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Judici�rio pode afastar parlamentar, mas a decis�o passa pelo crivo do Legislativo. O Senado acabou devolvendo o mandato para A�cio. O governador paulista tamb�m � alvo de investiga��es.
No Pal�cio dos Bandeirantes, por�m, auxiliares de Alckmin dizem que a alian�a do PSDB com o MDB de Temer foi t�xica para o tucano e est� contaminando sua campanha.
Alckmin tenta agora fisgar partidos que hoje est�o na coaliz�o governista, como o DEM. Seu plano � ter um vice do partido, como o atual ministro da Educa��o, Mendon�a Filho, e apoiar a reelei��o de Maia ao comando da C�mara, em 2019. O pacote tamb�m incluiria a ades�o do PSDB a palanques do DEM em outros Estados, como Rio e Bahia.
Pacto
De olho nesses movimentos, interlocutores de Temer procuram reaproxim�-lo de Alckmin. Recorrem at� mesmo ao argumento de que, enquanto os dois se estranham, Luciano Huck vai ganhando espa�o e tende a entrar na disputa, roubando votos dos candidatos de centro. Para correligion�rios do presidente, mesmo que n�o haja uma alian�a nacional entre o PSDB e o MDB, os dois partidos podem firmar composi��es regionais e at� um pacto de n�o agress�o.
"O Geraldo e o Michel precisam conversar e eu sou um dos que est�o tentando organizar esse encontro", afirmou o deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-l�der do governo na C�mara. "Depois daquela estranheza que houve na quest�o das den�ncias, � bom aparar as arestas", emendou ele.
Mansur se referia ao fato de Alckmin n�o ter ajudado Temer a conquistar votos da bancada do PSDB para derrubar as duas den�ncias apresentadas contra ele na C�mara pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, no ano passado. "Ficou um mal-estar", resumiu o deputado. O distanciamento aumentou com a sa�da do PSDB da base aliada.
Defensor da unidade do centro pol�tico, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira - �nico ministro tucano que permaneceu na equipe ap�s o desembarque do partido - procura reconstruir as pontes entre o Planalto e o Bandeirantes.
"O caminho do PSDB est� tra�ado, n�o importa quem entre ou saia. Seguiremos em frente, com a certeza de que iremos para o segundo turno. O que as pesquisas de hoje indicam � que a sociedade est� pouqu�ssimo interessada na pol�tica", afirmou o deputado Silvio Torres (PSDB-SP), tesoureiro da legenda e amigo de Alckmin.
O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o Executivo trabalha para que os partidos aliados caminhem juntos na elei��o presidencial.
Admitiu, por�m, as dificuldades para esse acordo. Na sua avalia��o, se Temer n�o quiser entrar na briga por um novo mandato, o aval a Alckmin n�o est� descartado. "Mesmo o PSDB n�o sendo organicamente da base, tem um discurso reformista", insistiu o ministro.
Marun disse, no entanto, que todas essas articula��es passam pela aprova��o da reforma da Previd�ncia na C�mara. O Planalto espera o respaldo dos tucanos na vota��o, que deve ocorrer neste m�s, caso a proposta n�o seja retirada da pauta por falta de apoio. "No nosso cronograma pol�tico, Previd�ncia vem antes de Presid�ncia", comentou Marun. As informa��es s�o do jornal