Bras�lia, 06 - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou nesta ter�a-feira, em depoimento � Justi�a Federal, ter qualquer conhecimento sobre uma poss�vel press�o do ex-ministro Geddel Viera Lima sobre o corretor L�cio Funaro, na fase em que ele estava em tratativas com a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para fechar um acordo de dela��o premiada. Padilha disse, no entanto, que Geddel sempre foi um homem "correto".
"Conhe�o Geddel desde quando cheguei, em 1995, em Bras�lia. Fomos deputados at� 2010. Sempre tive nele uma pessoa correta, algu�m que cumpria com suas obriga��es", afirmou Padilha, via videoconfer�ncia, por Skype, com sinal entre o gabinete dele e a sala de audi�ncia.
Padilha foi arrolado como testemunha de defesa de Geddel no processo. As acusa��es foram formuladas no �mbito das opera��es S�psis e Cui Bono?. A acusa��o tem como base a suposta press�o exercida pelo emedebista para que o corretor L�cio Bolonha Funaro permanecesse em sil�ncio e n�o partisse para um acordo de colabora��o premiada.
Na den�ncia, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) cita as liga��es de Geddel para a esposa de Funaro, Raquel Pitta. Para os investigadores, as liga��es "declaradamente amig�veis" intimidavam indiretamente o corretor apontado como operador financeiro do grupo pol�tico do qual Geddel faz parte, o MDB da C�mara.
Ao realizar essas liga��es, diz o MPF, Geddel tentou embara�ar as investiga��es contra a organiza��o criminosa alvo da S�psis e Cui Bono? - a primeira apura corrup��o na libera��o de valores do Fi-FGTS e a segunda mira irregularidades na vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica da Caixa.
O MPF narra na den�ncia que a partir da pris�o de Funaro, em 1� de julho de 2016, Geddel passou a monitorar e constranger Raquel Pitta por meio de v�rias liga��es telef�nicas. Em depoimento � POl�cia Federal, Funaro afirmou que essas liga��es provocaram um sentimento de receio sobre algum tipo de retalia��o que pudesse sofrer, caso optasse por um acordo de dela��o.
(Renan Truffi)