Bras�lia, 06 - Em discurso no plen�rio do Senado para lan�ar sua pr�-candidatura � Presid�ncia da Rep�blica, nesta ter�a-feira, 6, o senador Fernando Collor (PTC-AL) se colocou como um nome de centro, progressista e liberal. Collor relembrou sua elei��o em 1989, lamentou que n�o tenha conclu�do integralmente o mandato presidencial por causa do impeachment e garantiu que possui "a experi�ncia, a coragem, o equil�brio e maturidade" para comandar o Pa�s.
"O �ntimo do meu sentimento p�blico hoje me diz que seria covardia de minha parte renunciar � verdade e desviar de mais um desafio que o destino me imp�e. Os temores da hist�ria n�o podem preceder aos ardores da modernidade", declarou.
Ele afirmou que o Brasil precisa de "um centro democr�tico progressista e liberal capaz de promover as mudan�as demandadas pelo povo brasileiro" e que os movimentos n�o devem mais se prender ideologicamente a "meros r�tulos da esquerda ou da direita".
Em seu discurso, o ex-presidente criticou o que classificou como um for�ado esp�rito de renova��o pol�tica e defendeu um "novo pacto federativo" para aglutinar no governo os "melhores quadros". "N�o precisamos de revolu��o, mas de evolu��o. Da mesma forma n�o precisamos de renova��o, mas de inova��o."
Entre as conquistas do seu governo, que durou dois anos e meio, ele disse que garantiu o "necess�rio lastro financeiro" para a implanta��o do Plano Real. "Mantive em razo�veis n�veis o equil�brio fiscal das contas p�blicas", continuou. O ex-presidente tamb�m defendeu que foi respons�vel por "abrir a porta do Brasil para a tecnologia e para o mundo".
Collor discursou por cerca de 20 minutos para oito senadores. Ele n�o quis falar com a imprensa ap�s o pronunciamento. Ele tamb�m afirmou que sua postula��o possui suporte em sua experi�ncia como prefeito, governador, presidente e parlamentar.
Candidatura
Anunciada em evento no interior de Alagoas, em janeiro deste ano, a candidatura do ex-presidente tem o objetivo de garantir a sobreviv�ncia de seu partido, o nanico PTC, por causa das novas regras aprovadas pelo Congresso para que as legendas tenham acesso ao Fundo Partid�rio e ao tempo de propaganda gratuita no r�dio e na TV.
Pela chamada "cl�usula de barreira", aprovada em outubro passado, as legendas dever�o atingir pelo menos 1,5% dos votos v�lidos para a C�mara em 2018 em pelo menos nove Estados ou ter eleito, no m�nimo, 13 deputados em nove Estados. Nas elei��es de 2014, o PTC ficou longe desse porcentual: teve apenas 0,35% dos votos e s� conseguiu eleger dois deputados.
A estrat�gia do PTC � usar a candidatura como atrativo para eleger de 9 a 11 deputados federais. Um deles ser� o filho do senador, Arnon Collor, atual vice-presidente na Am�rica Latina do grupo NBA, liga de basquete americano. O partido espera tamb�m as candidaturas � reelei��o dos atuais deputados Uldurico Pinto (PV-BA) e Brunny (PR-MG), que foram eleitos em 2014 pelo PTC, mudaram de agremia��o e agora negociam o retorno � sigla.
A legenda tamb�m tra�ou como meta eleger de tr�s a quatro senadores em outubro deste ano, pelo Amap�, Rio Grande do Norte e Amazonas. Eles se juntar�o a Collor, que, caso n�o se eleja presidente, ter� mandato de senador at� 2022.
R�u na Opera��o Lava Jato, Collor � acusado de corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Em agosto de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a den�ncia do ent�o procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot contra o pol�tico. Ele � acusado de ter recebido ao menos R$ 29 milh�es em propinas, entre 2010 e 2014. A defesa do senador nega e diz que vai provar sua inoc�ncia.
(Julia Lindner)