
Com dificuldades de fazer coliga��es com siglas m�dias, Bolsonaro busca uma rede de apoio de parlamentares de outras legendas.
A menos de dois meses do prazo final para novas filia��es, o partido pelo qual Bolsonaro deve concorrer tem apenas tr�s deputados federais, sendo que dois deles j� declararam que v�o deixar a legenda com a chegada do presidenci�vel.
Na mais recente pesquisa Datafolha, o deputado teve 16% das inten��es de voto, atr�s apenas do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (37%). As pr�ximas consultas s�o vistas como decisivas pelo grupo do pr�-candidato para convencer parte dos 42 deputados que participam de encontros fechados para discutir sua campanha a migrar para o PSL. Destes, 22 j� declararam apoio abertamente.
A estrat�gia � atrair nomes que tenham liga��o com as bandeiras do presidenci�vel, mesmo que n�o leve o apoio do partido com ele. Um dos integrantes da "bancada Bolsonaro" na C�mara � Alberto Fraga (DEM-DF), pr�-candidato ao governo do Distrito Federal, que � pr�ximo ao presidenci�vel desde o tempo em que fizeram curso na Escola Superior de Aperfei�oamento de Oficiais, no Rio, no come�o dos anos 1960.
O aliado avaliou que Bolsonaro precisa aumentar o di�logo com os colegas na Casa, pois a for�a das redes sociais � limitada. "N�o adianta ser presidente se n�o tiver apoio aqui dentro", afirmou. "Ele precisa ouvir mais os amigos deputados e menos assessores que n�o conhecem o processo pol�tico."
O temor � o afastamento de aliados com vota��es expressivas, como o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um dos mais pr�ximos do pr�-candidato na C�mara. Ele j� avisou que vai para o Podemos, que tem o senador �lvaro Dias (PR) como aposta para o Planalto.
Evang�licos
Outro foco das investidas de Bolsonaro � a bancada evang�lica, mas at� agora a maioria mant�m neutralidade na disputa presidencial.
Os parlamentares evang�licos consideram importante para seus redutos o debate sobre seguran�a p�blica, mas viram como "radical" o discurso do pr�-candidato de que distribuiria fuzis para fazendeiros. At� agora, a �nica certeza da bancada � de que n�o h� di�logo com a esquerda.
Para o deputado S�stenes Cavalcante (DEM-RJ), especialmente no col�gio eleitoral do Rio, Bolsonaro desponta com favoritismo, o que pode ser importante para lev�-lo a um segundo turno. Cavalcante afirmou, por�m, que o presidenci�vel ainda n�o demonstrou disposi��o para conversar com dirigentes de partidos. "Ele tem feito reuni�es com parlamentares, mas n�o partid�rias. Pol�tica se faz com di�logo. Se n�o dialogar, ele inviabiliza a candidatura."
Primeiro deputado a levar Bolsonaro ao Cear�, Estado que vive uma guerra de fac��es criminosas, o deputado Cabo Sabino (PR-CE) aposta em coliga��es com partidos pequenos, como PHS, PRTB, PMN, PPL e o pr�prio PSC, onde Bolsonaro est� atualmente.
"Essas alian�as garantem um tempo maior na propaganda gratuita no r�dio e na TV", disse. Sabino � c�tico em rela��o ao di�logo com outras legendas. "Como na vida militar, a pol�tica tem hierarquia. Partido grande n�o quer ser comandado por legenda pequena."
Tamanho
Um dos aliados de Bolsonaro de mais proje��o na C�mara, o deputado �nix Lorenzoni (DEM-RS) avaliou que as "press�es" das c�pulas dos grandes partidos n�o v�o impedir a montagem de uma bancada suprapartid�ria. Para o parlamentar ga�cho, o "fator rua" vai definir o tamanho da bancada de Bolsonaro.
"A tend�ncia dele � crescer, pois � popular. Esse � o drama da esquerda e da imprensa engajada", disse. "No impeachment (de Dilma Rousseff), s� t�nhamos 150 votos na C�mara, mas diante da voz das ruas, esse n�mero aumentou. Jair Bolsonaro est� construindo um grupo sem balc�o de neg�cios." Procurado pela reportagem, Bolsonaro n�o quis se manifestar.