Bras�lia, 19 - O diretor-geral da Pol�cia Federal, Fernando Segovia, negou ao Supremo Tribunal Federal ter interferido no andamento do inqu�rito do Decreto dos Portos, que tem como alvo o presidente Michel Temer, e se comprometeu a n�o fazer mais manifesta��es sobre essa investiga��o.
Ele se manifestou nesta segunda-feira, 19, por escrito e pessoalmente em audi�ncia com o ministro do STF Lu�s Roberto Barroso, que o havia intimado a prestar esclarecimento sobre declara��es dadas pelo dirigente da PF em entrevista � ag�ncia Reuters.
Segundo o despacho do ministro Lu�s Roberto Barroso noticiando a vers�o de Segovia, o diretor da PF afirmou que suas declara��es "foram distorcidas e mal interpretadas" e "que n�o teve a inten��o de amea�ar com san��es o delegado encarregado, tendo tamb�m aqui sido mal interpretado".
A hip�tese de amea�a a delegados foi um dos pontos que motivou Barroso a intimar Segovia no dia 10 de fevereiro. A declara��o foi interpretada como indicativo de que as investiga��es contra o presidente Michel Temer sobre o Decreto dos Portos tenderiam a ser arquivadas.
O diretor-geral da PF afirmou tamb�m, segundo Barroso, "que em momento algum pretendeu interferir no andamento do inqu�rito, antecipar conclus�es ou induzir o arquivamento" e "que se compromete a n�o fazer qualquer manifesta��o a respeito dos fatos objeto da apura��o".
Quando determinou a intima��o a Segovia, em pleno plant�o de s�bado, Barroso havia afirmado que "tal conduta, se confirmada, � manifestamente impr�pria e pode, em tese, caracterizar infra��o administrativa e at� mesmo penal". Barroso tamb�m determinou que o dirigente da PF "se abstenha de novas manifesta��es a respeito".
No despacho desta segunda-feira, Barroso determinou que o Minist�rio P�blico Federal seja notificado do of�cio enviado por Segovia com seus esclarecimentos. No despacho anterior, Barroso havia pedido que o Minist�rio P�blico Federal, como �rg�o de controle externo das atividades policiais, tamb�m tome as provid�ncias "que entender cab�veis".
Presid�ncia
A Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia concedeu nesta segunda-feira um prazo de dez dias corridos, a partir de hoje, para que Segovia d� explica��es sobre suas declara��es a respeito do inqu�rito. S� depois disso, � que o �rg�o colegiado vai decidir de abre ou n�o um processo contra Segovia.
Normalmente, as puni��es na Comiss�o costumam ser advert�ncias, mas h� tamb�m casos em que ela pode sugerir a exonera��o de servidores. "Interessa de fato a Comiss�o saber se as informa��es privilegiadas foram devidamente preservadas e se houve ou n�o houve uma esp�cie de transgress�o praticada pelo diretor-geral", disse Mauro Menezes, presidente da Comiss�o.
(Breno Pires, Amanda Pupo, Teo Cury e F�bio Serapi�o)
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Segovia nega ao STF interfer�ncia em inqu�rito que investiga Temer
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