
A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) afirmou ter sido alvo de "machismo" e de "uma verdadeira ca�ada" ao ser impedida de assumir o Minist�rio do Trabalho. Para ela, a rea��o ap�s o seu nome ter sido indicado para o cargo aconteceu "basicamente por ser mulher".
Em seu primeiro discurso desde que voltou � C�mara, no fim de fevereiro, a deputada apresentou um projeto para estabelecer como crime eleitoral a viol�ncia pol�tica cometida contra mulheres. Citando nomes como a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), disse que n�o era a primeira a sofrer agress�es no ambiente pol�tico.
"Fui v�tima de uma verdadeira ca�ada, uma devassa, e aqui deixo uma indaga��o para voc�s: se o indicado fosse um homem, teria sido alvo do mesmo tipo de ca�ada? Eu n�o vi outros personagens que assumiram minist�rios, principalmente homens, terem sua vida devassada com a mesma virul�ncia que eu tive. Por isso acredito que fui v�tima de tamanha agressividade basicamente por ser mulher. E mais: por ser uma mulher tentando fazer um bom trabalho na atividade pol�tica", afirmou da tribuna, para um plen�rio vazio.
O epis�dio que traz mais m�goa para Cristiane � a repercuss�o de um v�deo em que ela aparece em um barco, ao lado de quatro amigos sem camisa, criticando as a��es que foram movidas contra ela na Justi�a Trabalhista e que resultaram na suspens�o de sua posse como ministra. "Ficaram falando que eram garot�es, sarados. Todos tinham uma barriguinha, est�vamos l� com as nossas fam�lias", disse � reportagem.
A divulga��o do v�deo, no fim de janeiro, causou desconforto at� mesmo entre deputados do seu partido, o PTB. Algumas semanas depois, em 20 de fevereiro, o presidente da legenda e pai de Cristiane, Roberto Jefferson, anunciou que o partido havia desistido da indica��o da deputada para o minist�rio.
Cristiane foi impedida de tomar posse por um juiz da primeira inst�ncia, sob a alega��o de que ela havia sido condenada em a��es trabalhistas. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas o partido desistiu da indica��o antes de o caso ser discutido pelo plen�rio da Corte.
Enquanto esperava por uma decis�o da Justi�a, outras den�ncias apareceram contra a deputada. Em fevereiro, o Estado mostrou que Cristiane � alvo de inqu�rito por associa��o com o tr�fico de drogas na campanha de 2010. Ela nega as acusa��es.
