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Estado de Minas

'Era doleiro', diz delator da Odebrecht sobre Tacla Duran


07/03/2018 18:18

O empres�rio Ol�vio Rodrigues J�nior, um dos delatores da Odebrecht, afirmou que o advogado Rodrigo Tacla Duran "era doleiro". O executivo prestou depoimento na segunda-feira, 5, em que a��o penal em que ele e o ex-dirigente da UTC Walmir Pinheiro Santana s�o r�us por lavagem de dinheiro.

Tacla Duran est� foragido na Espanha. A Opera��o Lava Jato afirma que o advogado operava propina ao lado de executivos do departamento de propinas da Odebrecht.

Neste processo, Ol�vio Rodrigues J�nior e Walmir Santana foram acusados de operacionalizar repasses fraudulentos a Tacla Duran, denunciado em outra a��o por lavagem de dinheiro e associa��o criminosa.

O advogado teria recebido valores de empreiteiras em suas empresas e disponibilizado dinheiro em esp�cie "para que fossem utilizados para pagamentos de agentes p�blicos, especialmente dirigentes da Petrobr�s".

Ol�vio relatou que prestou servi�o para Odebrecht entre 2006 e 2015 com v�nculo exclusivo.

O executivo afirmou que foi contratado pelo chefe do Setor de Opera��es Estruturadas, o departamento de propinas da empreiteira, Hilberto Silva - delator da Lava Jato -, "para prestar servi�o � �rea internacional e fazer pagamentos n�o contabilizados da empresa". O delator declarou que "n�o sabia quem eram os benefici�rios" do pagamentos.

Durante o depoimento, o juiz federal S�rgio Moro questionou se Olivio conheceu Tacla Duran.

"Conheci, sim, sr", afirmou. "Pessoalmente."

O magistrado perguntou se Tacla Duran esteve envolvido "em presta��o de servi�o ao grupo Odebrecht".

"Ele era um doleiro", disse.

O executivo contou que Tacla Duran "ingressou no grupo Odebrecht, atrav�s do Fernando Migliaccio", respons�vel pelas entregas em dinheiro vivo do Setor de Opera��es Estruturadas.

Migliaccio � delator da Lava Jato.

"Existia conta corrente entre a Odebrecht e ele (Tacla Duran) que, na realidade, era controlada pelo Fernando e isso ia balanceando. Se existia uma necessidade de pagar, ele solicitava um pagamento e eu efetuava a transfer�ncia para ele", relatou.

S�rgio Moro quis saber "como era a remunera��o de Tacla Duran".

"Isso eu n�o sei precisar ao sr. Sei que era uma comiss�o muito superior � minha", afirmou Ol�vio Rodrigues J�nior.

O executivo afirmou que durante o per�odo em que prestou servi�o � Odebrecht, Tacla Duran era exclusivo da empreiteira.

"Depois da Opera��o Lava Jato, fiquei sabendo que ele prestava servi�o para essas empresas que veio a surgir na Lava Jato", declarou.

Espanha. A Justi�a espanhola negou em julho o pedido do Brasil para extraditar Rodrigo Tacla Duran. O advogado chegou a ser detido em Madri em novembro de 2016.

Por ter dupla nacionalidade, Tacla Duran recorreu e conseguiu o direito de responder pelos crimes na Espanha. Como o Brasil n�o extradita espanh�is, o governo do pa�s europeu "aplicou o princ�pio da reciprocidade" no caso de Tacla Duran.

Defesa

Com a palavra, Rodrigo Tacla Duran:

"Sobre os depoimentos dos delatores Olivio Rodrigues e Walmir Pinheiro esclare�o:

1. Fui fiscalizado pela Receita Federal do Brasil durante dois anos e, ap�s dez pedidos de prorroga��o, a fiscaliza��o foi encerrada sem identificar quaisquer irregularidades, conforme relat�rio em poder do ju�zo da 13� Vara Federal de Curitiba.

2. O delator Olivio Rodrigues tenta me imputar crimes com o intuito de proteger seu irm�o, Marcelo Rodrigues, o qual tamb�m trabalhou para o Departamento de Opera��es Estruturadas, esteve preso duas vezes a pedido Lava Jato, n�o foi denunciado e nem est� entre os 77 delatores da Odebrecht. Marcelo Rodrigues era colega de faculdade de Wu Yu, citado como sendo o chin�s da rua 25 de mar�o, e foi ele o respons�vel pelo seu recrutamento para dar in�cio � Opera��o Drag�o.

3. Nunca mantive contato por e-mail ou telefone com Olivio Rodrigues, que precisa esclarecer que foi um dos fraudadores do sistema Drousys, cujos t�cnicos respons�veis por estas adultera��es trabalhavam dentro do seu escrit�rio no bairro do Tatuap�, em S�o Paulo, e por ele eram remunerados. Entre estes t�cnicos estavam Paulo S�rgio da Rocha Soares e Camilo Gornatti, conforme registram v�rios depoimentos de delatores e testemunhas.

4. A empresa VivoSant Corp S.A., citada no seu depoimento, � uma empresa espanhola, n�o � uma offshore. Ela � uma holding patrimonial declarada ao fisco brasileiro e ao fisco espanhol, a qual j� foi alvo de fiscaliza��o pelas autoridades fiscais de ambos os pa�ses sem que nada de irregular tenha sido encontrado como, por exemplo, transfer�ncias de valores a terceiros. No ano passado, coloquei espontaneamente � disposi��o da Justi�a Espanhola os recursos da vivoSant Corp S.A. depositados em Cingapura, no banco Pictet.

5. Com rela��o ao delator Walmir Pinheiro, nunca foi realizada per�cia no seu celular para constatar, atrav�s dos registros das Esta��es R�dio Base (ERBs), sua acusa��o de que se encontrou comigo na garagem da UTC. Por sinal, ele se contradiz: antes dizia que se encontrava comigo pessoalmente na garagem, mas mudou a vers�o e agora fala que eu enviava um portador, o qual n�o sabe o nome e que n�o h� registro da sua passagem pela sede da UTC.

6. As rela��es entre minhas empresas, o Grupo UTC e Ivan Carratu j� foram objeto de esclarecimento em inqu�rito que corre na Pol�cia Federal de S�o Paulo e cuja c�pia entreguei � CPI da JBS durante meu depoimento no dia 30 de novembro de 2017, ocasi�o em que pude esclarecer quest�es envolvendo o advogado Carlos Zucolotto e minha tentativa de acordo com a For�a Tarefa da Lava Jato. Neste inqu�rito da Pol�cia Federal de S�o Paulo est�o sendo apurados os desvios cometidos pelo delator Walmir Pinheiro em preju�zo da UTC, recursos estes que ele oculta e os quais n�o foram revelados em ju�zo no seu acordo com a Lava Jato.

Madrid, 7 de mar�o de 2018.

Rodrigo Tacla Duran"

(Julia Affonso, Luiz Vassallo e Ricardo Brandt)


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