
Os dois s�o investigados por terem supostamente praticado crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro na constru��o da obra Canal do Sert�o, trecho da Transposi��o do Rio S�o Francisco, realizada em Alagoas.
A decis�o de Marco Aur�lio, relator do caso, foi tomada ap�s solicita��o da Pol�cia Federal, acolhida pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). "Cumpre dar sequ�ncia �s investiga��es, dirigidas � elucida��o dos fatos. Defiro a dila��o (prorroga��o) do prazo por 60 dias, tal como postulado pela autoridade policial e chancelado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica", afirmou o ministro.
Em parecer enviado � PGR em janeiro deste ano, o delegado Antonio Jos� Silva Carvalho, respons�vel pelo caso, afirmou restarem dilig�ncias pendentes, o que justificaria a necessidade de prorroga��o de prazo para concluir a investiga��o.
O delegado indicou como indispens�veis as oitivas de In�cio Loyola (deputado estadual e suposto benefici�rio de doa��o do MDB de Alagoas), Carlos Fadigas (ex-presidente da Braskem), Marcelo Cerqueira (vice-presidente da unidade de petroqu�micos b�sicos da Braskem), Isaias Ubiraci e Fernando Migliaccio (ex-executivo da Odebrecht), com o intuito de "identificar os operadores do senador Renan Calheiros e Fernando Bezerra Coelho".
Al�m disso, afirmou ser necess�ria a an�lise, e eventual per�cia, em dados dos sistemas utilizados pelo Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht - conhecido como o "Setor de Propinas" da empresa - "my web day" e "drousys". Nesta semana, a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, acolheu a solicita��o do delegado.
Investiga��o -
A Odebrecht teria pago R$ 5,1 milh�es em suborno e caixa 2 a quatro pol�ticos nordestinos para destravar as obras. Conforme depoimentos de seis delatores, os valores foram repassados ao ex-governador de Alagoas Teot�nio Vilela Filho (R$ 2,8 milh�es), do PSDB; ao senador e ex-ministro da Integra��o Nacional Fernando Bezerra Coelho (R$ 1,05 milh�o), ent�o PSB; e ao senador Renan Calheiros (R$ 500 mil).
O ent�o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, tamb�m considera que uma doa��o oficial de R$ 829 mil � campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), filho de Calheiros, em 2014, foi propina envolvendo os interesses da empreiteira no projeto.
O inqu�rito foi aberto pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, em abril de 2017, tendo sido redistribu�do ao ministro Marco Aur�lio por n�o ter apresentado conex�o com os fatos apurados na opera��o.
Outro lado -
Procurado, o advogado do senador Fernando Bezerra Coelho, Andr� Lu�s Callegari, afirmou que a defesa est� confiante de que nenhum ato il�cito ser� encontrado em rela��o ao parlamentar. "A prorroga��o � normal nos inqu�ritos e seguiremos acompanhando o tr�mite da investiga��o."
A Ag�ncia Estado entrou em contato com a defesa do senador Renan Calheiros, mas n�o obteve resposta. Em abril, quando o inqu�rito foi instaurado, o senador afirmou, em nota, que acreditava que ele seria arquivado por falta de provas.
(Teo Cury)