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Estado de Minas

Na Su��a, deputado n�o tem benef�cios e ganha igual a um a�ougueiro

Parlamentares n�o t�m carro oficial, nem motorista, nem aux�lio-moradia. Vale-refei��o "d� pra uma pizza e um copo de vinho" por m�s


postado em 13/03/2018 08:48 / atualizado em 13/03/2018 10:13

(foto: Reprodução/Facebook)
(foto: Reprodu��o/Facebook)

Guy Mettan, deputado e ex-presidente do Parlamento de Genebra, chega � sede do Poder Legislativo do cant�o su��o em sua scooter. N�o tem carro oficial. Tampouco tem uma vaga reservada apenas para ele diante do pr�dio hist�rico no centro da cidade.

Por vezes, Mettan confessa que vai ao trabalho com um motorista - o que conduz o �nibus p�blico da cidade. Deputado j� por 18 anos consecutivos, Mettan levou a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo aos corredores do Grand Conseil, o nome dado ao Parlamento do Cant�o.

A regi�o � uma das mais ricas do mundo, tem uma taxa de desemprego de 5,3% e � um dos pilares de um sistema financeiro que guarda em seus cofres trilh�es de d�lares. Genebra, de forma insistente, entra em todas as listas das cidades mais caras do mundo h� anos.

Mas, para n�o atrapalhar o emprego dos cem representantes do povo, as sess�es do Parlamento s�o todas organizadas no final da tarde, quando o expediente j� terminou.

N�o apenas o deputado ordin�rio n�o conta com um carro oficial, mas tampouco � beneficiado por qualquer tipo de transporte. Uma exce��o � feita ao presidente do Parlamento que, caso esteja indo a um evento oficial, tem o direito de usar um ve�culo oficial. Mas apenas se ele for � reuni�o na condi��o de presidente da C�mara e n�o a t�tulo pessoal.

O aux�lio-moradia n�o faz parte dos benef�cios. Ao final de quatro anos de mandato, os deputados n�o ganham uma aposentadoria. Durante anos no "poder", n�o podem contratar parentes e ganham um voucher para fazer duas refei��es por m�s. Cada uma delas de 40 francos su��os (R$ 137,00). "D� para uma pizza e um copo de vinho", brinca Mettan.

Na melhor das hip�teses, um deputado em Genebra vai somar um sal�rio anual de 50 mil francos su��os (o equivalente a R$ 172 mil), cerca de 4,1 mil francos por m�s. Isso se ele for o presidente do Parlamento e comparecer a todas �s sess�es. O c�lculo de quanto Mettan e todos os demais recebem a cada m�s � feito por hora. "Se voc� vem, voc� recebe. Se n�o, n�o recebe", disse o deputado, que conta que precisa assinar com seu pr�prio punho uma lista de presen�a a cada reuni�o.

Transformado em reais, o valor pode ate parecer elevado. Mas, hoje, o pagamento ao presidente do Parlamento de Genebra � inferior � m�dia de um sal�rio de um fabricante de queijo, menor que a renda de um mec�nico de carros na Su��a, de uma secret�ria, de um policial, de um carpinteiro, de uma professora de jardim de inf�ncia, de um metal�rgico e de um motorista de caminh�o. Ele, por�m, � equivalente ao sal�rio m�dio de um a�ougueiro da cidade alpina.

Para um deputado "ordin�rio", o sal�rio � muito inferior ao do presidente do Parlamento. Por ano, eles chegam a receber cerca de 30 mil francos su��os, o equivalente ao pagamento m�dio atribu�do a um artista de circo ou a um ajudante de cozinha, postos ocupados em grande parte por imigrantes.

No Brasil, o sal�rio de um deputado estadual chega a R$ 25.300 por m�s em S�o Paulo, por exemplo. Al�m disso, os parlamentares brasileiros t�m direito a uma verba mensal (o chamado "cot�o"), que pode superar R$ 30 mil, para custeio de gastos de alimenta��o, transporte, passagens a�reas e despesas de escrit�rio.

Empregos originais


Mettan explica que a fun��o de deputado consome apenas 25% do seu tempo de trabalho e que, por conta do sal�rio baixo, todos s�o orientados a manter seus empregos originais, mesmo depois de eleitos.

"Na Su��a, a pol�tica � considerada como um envolvimento popular", explicou. "� um sistema de mil�cia. Ou seja, n�o � um sistema profissional. Somos obrigados a ter um emprego paralelo, de ter uma profiss�o paralela. N�o se pode viver com essa indeniza��o", admitiu o deputado su��o. "N�o existe deputado profissional", completou ele.


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