Bras�lia, 13 - Escalado como uma esp�cie de porta-voz do governo, o ministro da Secretaria-Geral, Carlos Marun, afirmou nesta ter�a-feira, 13, que avalia se licenciar do cargo para poder apresentar uma representa��o no Senado para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso. Marun negou que a ideia seja uma amea�a ao ministro da Suprema Corte e disse ainda que, mesmo falando oficialmente do Pal�cio do Planalto, n�o conversou com o presidente Michel Temer sobre o assunto. "� o deputado Carlos Marun que pensa em tomar essa atitude", disse.
Marun afirmou ainda que solicitou a alguns juristas uma an�lise sobre o assunto e confirmou que fez consultas a alguns deputados por aplicativos de mensagens. "Acredito que foi da� que vazou. Se era objetivo de algu�m me constranger n�o foi atingido", disse. O ministro destacou ainda que, "se entender, respeitando a Constitui��o, se for este o caminho, agasalhado pela Constitui��o para casos como esse, eu analiso possibilidade de me licenciar, retomar meu mandato para apresentar solicita��o de responsabiliza��o do ministro Barroso".
O ministro, que deu a coletiva ao lado do ministro da Justi�a, Torquato Jardim, lembrou que Barroso foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff e criticou as altera��es que promoveu, em medida cautelar, no decreto de indulto natalino assinado no ano passado pelo presidente Michel Temer. As mudan�as, endurecendo as condi��es para o benef�cio com aumento do tempo m�nimo de cumprimento da pena e exclus�o de crimes de colarinho branco do rol permitido, desagradaram ao Planalto.
Segundo Marun, "h� inconformidade em rela��o a algumas decis�es proferidas pelo ministro Barroso" e citou que ele foi advogado do "terrorista" Cesare Battisti e que ele usou um indulto assinado pela Dilma que teria beneficiado Delubio Soares, Jos� Dirceu e Jos� Genoino. "O ministro usou indulto para fazer livres uma s�rie de condenados e destaco esses tr�s", disse, acrescentando que "causa estranheza" que agora entenda o indulto com uma m�nima diferen�a.
"N�o � insinua��o, isso � afirma��o. Ao dizer que o decreto do presidente � um passe livre para a corrup��o, ele n�o relacionou os corruptos que seriam postos em liberdade em fun��o do decreto", disse Marun. "N�o era antes? Mudou? Virou? Ou corruptos petistas s�o diferentes dos outros? Isto me indigna. Principalmente quando se utiliza desse subterf�gios para ofender, atingir uma pessoa honrada como o presidente Temer."
Marun disse ainda que v� "incoer�ncia, nesses dois pesos" e que � uma sinaliza��o "muito clara de atividade pol�tico partid�ria por parte do ministro Barroso, coisa que � incompat�vel com o STF".
No fim da coletiva, Marun afirmou que o governo vai - via Advocacia-Geral da Uni�o - recorrer da decis�o de Barroso. "O rem�dio jur�dico vai ser decidido no �mbito da AGU", afirmou.
(Carla Ara�jo)