
A C�mara Municipal de Belo Horizonte encerrou, nesta quarta-feira, a �ltima sess�o do m�s sem votar nenhum dos 15 projetos em pauta. Mais uma vez o foco dos vereadores ficou na troca de acusa��es sobre a realiza��o, ou n�o, da CPI para investigar o contrato entre as empresas de �nibus da capital e a BHTrans.
O clima tenso dos �ltimos dias, estendido at� esta quarta-feira, fez com que o corregedor da Casa, vereador Reinaldo Gomes (MDB), amea�asse tomar medidas contra os destemperos no microfone do plen�rio.
“Gostaria de chamar a responsabilidade dos companheiros de medir as palavras quando vierem ao microfone, quem gosta de usar a palavra. Tome muito cuidado, eu fui cobrado at� pela pr�pria imprensa, sobre a quebra de decoro. Tivemos algumas situa��es que, por mais calorosa, n�o tivemos quebra (de decoro). Mas estamos passando por uma situa��o e os vereadores est�o achando que isso aqui � um ringue”, afirmou o corregedor.
Apesar de n�o terem votado, as falas dos vereadores se estenderam por mais de duas horas. Os parlamentares da oposi��o afirmaram que a maioria dos colegas da Casa que integram a base de apoio do prefeito Alexandre Kalil (PHS) estariam o usando a repercuss�o da fala do vereador Gabriel Azevedo (PHS) como “cortina de fuma�a” para esvaziar o movimento de cria��o da CPI.
Gabriel acusou vereadores da base de receber benef�cios da Belotur para votar de acordo com interesse do Executivo e o vereador Jair di Greg�rio (PP) de trocar favores pela indica��o do filho dele para integrar as categorias de base do Atl�tico.
“Na pr�tica estamos vendo aqui que foi armada uma discuss�o na tentativa de esconder a discuss�o central, que era a CPI do transporte publico da capital”, afirmou Gilson Reis (PCdoB). O mesmo argumento foi usado por Pedro Patrus (PT), que pontuou que a CPI quer investigar os contratos que foram assinados antes do governo de Kalil.
Para a abertura de uma comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) no legislativo municipal � preciso que o requerimento seja apoiado por pelo menos 14 vereadores. O pedido chegou a contar com 13 assinaturas e at� ontem dependia de apenas mais uma para ser protocolado. Mas, nos �ltimos dias, o vereador Fernando Borja (Avante), pelo menos momentaneamente, desistiu de dar aval para a cria��o da comiss�o.
J� o vereador Preto (DEM) disse que a cria��o da CPI n�o pode ser viabilizada, uma vez que n�o existe fato concreto para desencadear uma investiga��o. “CPI precisa de fato para ser investigado, mas n�o vamos fazer politicagem”, declarou.
O vereador Jair di Greg�rio, por sua vez, voltou a dizer que o filho, acusado de ser beneficiado no Atl�tico por interfer�ncia dele, teria sido o maior prejudicado e precisar� “de �timo psic�logo”. E prometeu representar contra Gabriel. “Vou pedir a cassa��o desse rapaz e vossas excel�ncias saber�o o que votar e o que fazer”, afirmou. At� o inicio da noite desta quarta-feira, de acordo com a assessoria da C�mara, n�o havia pedido protocolado.
Gabriel afirmou que faltam duas assinaturas para atingir o m�nimo necess�rio e lan�ou uma peti��o p�blica para pedir opini�o da popula��o e tentar conseguir o apoio que ainda falta. “Agora, s�o 12 assinaturas. Faltam duas. E, mesmo com toda cortina de fuma�a criada, n�o iremos desistir”.
Disputa no PSB
A falta de entendimento na Casa afeta at� mesmo parlamentares do mesmo partido. O clima, que j� era tenso nos bastidores entre os vereadores do PSB ficou escancarado na sess�o desta quarta-feira. O vereador Professor Wendel Mesquita foi ao microfone afirmar que est� sendo pressionado pelo colega de partido, �lvaro Dami�o, para retirar a assinatura para cria��o da CPI.
E mais: ainda discursou dizendo que Dami�o feriu acordo da legenda de ocupar o posto de l�der da bancada na Casa apenas no ano passado e que, at� o momento, segue na fun��o. “Vou at� a �ltima circunst�ncia para impedir esse absurdo. N�o � porque � lider (de bancada) que vai de me demover para retirar o nome da CPI. (...)eu n�o tiro a assinatura porque considero essa CPI importante”, declarou.
Por sua vez, Dami�o afirmou que n�o considera que tenha extrapolado suas fun��es. “N�o considero falta de respeito procurar um vereador do meu partido para di�logo”, disse. Ele ainda fez cr�ticas � cria��o da comiss�o, pois v� a situa��o mais como fato pol�tico do que motivo real de investiga��o.
“Essa CPI est� sendo instrumento para atacar pessoas e n�o para resolver problemas da cidade”, afirmou e completou dizendo se tratar de “marketing para jogar a popula��o contra os vereadores”.
A C�mara deve retomar as sess�es no dia 02 de abril.