
Uma vereadora foi assassinada a tiros no Rio de Janeiro. “Mas tem que ver se ela...”. “E os outros tantos que s�o mortos todo dia...”, “E eu que fui assaltado e ningu�m falou nada...”. N�o � momento de relativiza��es. Tentar banalizar ou partidarizar o crime ocorrido na noite de quarta-feira � sintoma de indiferen�a e de desumanidade. A quinta vereadora mais votada do Rio, que lutava pelo direito das mulheres e demonstrava intransig�ncia nas den�ncias de racismo e de abuso de autoridade, foi assassinada com nove disparos na cidade que sintetiza as contradi��es e desigualdades do Brasil, eis o fato.
Al�m do mais, posicionamentos � direita ou � esquerda podem e devem ser debatidos no campo das ideias, n�o calados com tiros. Por isso, a como��o deve ser de toda a sociedade. Como explicou o cientista pol�tico S�rgio Abranches: “A morte de Marielle � mais uma e n�o � mais uma. Foi a gota d’�gua. Ou o Brasil se revolta, ou � melhor que se autodeclare um pa�s sem valores, sem respeito e sem direitos.”
“Quantos mais v�o precisar morrer para que essa guerra acabe?”, perguntou Marielle Franco, pouco antes de ser silenciada pela barb�rie. Quantos mais precisar�o perder a vida de forma violenta para que a desumaniza��o acabe e o pa�s possa voltar a viver em paz?