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Estado de Minas

Chefe da se��o antifraude da Pol�cia Civil � acusado de favorecer investigados

Chefe do Departamento de Investiga��o de Fraudes, Rodrigo Bossi, � acusado de irregularidades pela Adepol e Sindepominas


postado em 17/03/2018 07:00 / atualizado em 17/03/2018 09:27

Delegado (com o copo na mão, à esquerda) também foi flagrado em confraternização com condenado por estelionato(foto: Anônimo)
Delegado (com o copo na m�o, � esquerda) tamb�m foi flagrado em confraterniza��o com condenado por estelionato (foto: An�nimo)

Entidades de delegados da Pol�cia Civil pedem que a corregedoria-geral do �rg�o apure supostas irregularidades cometidas pelo delegado Rodrigo Bossi de Pinho, chefe do Departamento de Investiga��o de Fraudes, em inqu�ritos envolvendo o lobista Nilton Monteiro, condenado por estelionato e fraude. Em of�cio enviado � corregedoria, a Associa��o dos Delegados da Pol�cia Civil (Adepol) e o Sindicato dos Delegados de Pol�cia (Sindepominas) citam o vazamento de informa��es sobre investigados e autoridades e pedem que os inqu�ritos sejam retirados do comando de Bossi.

“Nos �ltimos tempos, graves ataques de outras institui��es t�m sido orquestrados contra a Pol�cia Civil de Minas Gerais, fragilizando a imagem da institui��o e abalando sua credibilidade constru�da ao longo dos anos. Sugerimos que avoque os autos do inqu�rito, ou inqu�ritos mencionados, distribuindo-os a um dos corregedores, a fim de que sejam conclu�dos com serenidade e imparcialidade”, diz o of�cio conjunto 001/2018/Adepol/Sindepominas.

Delegados das entidades consideram que interesses pol�ticos influenciaram a nomea��o do delegado para a chefia do Departamento de Investiga��o de Fraudes em troca da decis�o de Bossi de retomar inqu�ritos envolvendo o lobista Nilton Monteiro. Monteiro � o autor da chamada “Lista de Furnas”, que supostamente inclui os nomes de pol�ticos envolvidos em esquema de corrup��o que funcionou durante os anos 2000 ao envolver a Furnas Centrais El�tricas. A lista j� foi alvo de tr�s per�cias por diferentes institui��es, com resultados conflitantes.

A reportagem do Estado de Minas teve acesso a fotos do delegado Rodrigo Bossi ao lado do lobista Nilton Monteiro durante uma confraterniza��o dentro da Pol�cia Civil em sua posse como chefe do Departamento de Investiga��o de Fraudes no in�cio deste ano. J� condenado em segunda inst�ncia pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) a seis anos e quatro meses, Monteiro apresentou recursos para questionar a decis�o e tentar evitar sua pris�o. Sua pena dever� ser cumprida em regime semiaberto.

O delegado Marcio Sim�es Nabak considera que a atua��o de Bossi ao reabrir um inqu�rito com base em acusa��es feitas por Nilton Monteiro tem interesse pol�tico. “Essas investiga��es j� passaram pelo crivo da Pol�cia Civil em anos anteriores, com acompanhamento tanto do Poder Judici�rio quanto do Minist�rio P�blico. Elas culminaram na pris�o de Nilton Monteiro, que foi respons�vel por v�rias falsifica��es comprovadas por laudos periciais. A proximidade de Monteiro com o delegado Bossi me causa estranheza. O fato foi levado � corregedoria e isso � algo que precisa ser apurado”, diz Nabak.

Sem compet�ncia Al�m da rela��o com o lobista, delegados questionam tamb�m declara��es do delegado Bossi durante assembleia geral no sindicato da categoria no m�s passado. Ele afirmou que “est� investigando o maior esquema de fraude processual do Brasil que envolve desembargadores, ju�zes, procuradores, promotores e delegados”.

Segundo juristas ouvidos pela reportagem, um delegado de pol�cia n�o pode investigar ju�zes, promotores ou desembargadores. Apenas em caso de uma ordem do Poder Judici�rio os delegados podem apurar fatos relacionados a outros membros do Judici�rio. Por ter foro diferenciado, promotores, ju�zes e desembargadores s� podem ser investigados pela chefia do Minist�rio P�blico e pelo Tribunal de Justi�a.

Para o delegado Marcio Nabak, Bossi est� atuando fora de sua compet�ncia legal. “� algo sui generis. Porque a lei n�o faculta essa possibilidade ao delegado e nem a qualquer outro delegado. Em caso de envolvimento de promotores, a investiga��o cabe ao Minist�rio P�blico. No caso de ju�zes, cabe ao Tribunal de Justi�a. E no caso de delegados, cabe � corregedoria”, diz Nabak.

Ao falar para os colegas no sindicato, o delegado Rodrigo Bossi se defendeu das acusa��es de atuar politicamente. “Quando o sindicato manda of�cio pedindo para avocar minhas investiga��es eu n�o tenho como desvencilhar uma coisa da outra”. Procurada pela reportagem, a Pol�cia Civil disse por meio de nota que o assunto est� sendo tratado pela corregedoria.    O delegado Bossi n�o se manifestou.

 


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