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Estado de Minas

26 anos depois, a musa do impeachment quer voltar

Thereza Collor ganhou essa alcunha quando o ex- marido, o empres�rio Pedro Collor de Mello (que morreu em 1994), denunciou um esquema de corrup��o que envolvia o pr�prio irm�o, o ent�o presidente Fernando Collor de Mello


postado em 18/03/2018 08:36 / atualizado em 18/03/2018 11:59

Thereza Collor(foto: Reprodução/Instagram)
Thereza Collor (foto: Reprodu��o/Instagram)

S�o Paulo - Em 1992, o Brasil era outro. Filmes como O Guarda-Costas lotavam as salas de cinema, e os brasileiros comemoravam o primeiro ouro ol�mpico no v�lei masculino. O ano tamb�m foi marcado pela a��o da Pol�cia Militar na Casa de Deten��o de S�o Paulo, naquilo que ficou conhecido como Massacre do Carandiru. No campo pol�tico, a palavra "musa" era de uso corrente - e, por isso, hoje � quase imposs�vel encontrar um registro sobre Thereza Collor em que a express�o "musa do impeachment" n�o apare�a.

Ela ganhou essa alcunha quando o seu ent�o marido, o empres�rio Pedro Collor de Mello (que morreu em 1994), denunciou um esquema de corrup��o que envolvia o pr�prio irm�o, o ent�o presidente Fernando Collor de Mello. "Ser considerada musa foi uma honra. Mas voc� quer me lan�ar como musa da nova pol�tica agora, �?"

Thereza Collor, de 55 anos, recebeu o Estado em seu apartamento em S�o Paulo, na mesma rua onde mora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na sala, antiguidades adquiridas durante viagens para pa�ses do Oriente M�dio, �sia e �frica dividem espa�o com equipamentos de gin�stica, como esteiras e bicicletas ergom�tricas.

A musa de 1992, hoje, � pr�-candidata tucana a uma vaga na C�mara Federal. "N�o tenho medo. Sei que as pessoas v�o ligar meu sobrenome ao impeachment do Collor. Mas tenho a ideia de uma campanha propositiva. Quero fazer parte do novo na pol�tica e do processo de renova��o do Congresso", afirmou ela.

Thereza quer ter no combate � corrup��o sua principal bandeira de campanha. Apesar disso, ela n�o parece disposta ao enfrentamento. Diz n�o concordar, por exemplo, com as propostas mais pol�micas do deputado Jair Bolsonaro, mas evita fazer cr�ticas severas ao pr�-candidato do PSL � Presid�ncia.

Ela tamb�m considera a pr�-candidata Marina Silva (Rede) uma pol�tica ausente dos grandes debates nacionais, mas faz quest�o de completar que se trata de "uma pessoa maravilhosa". Da mesma forma cuidadosa, ela defende a possibilidade de o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ser preso, mas sem se comprometer com alguma opini�o mais incisiva.

Mesmo quando questionada sobre ser feminista ou n�o, ela prefere o meio termo. "Se voc� diz que feminista � quem defende a mulher atrav�s do di�logo, eu sou feminista. Agora, se voc� diz que ser feminista � brigar de forma intransigente, eu n�o sou. Quero o di�logo. Quero o que a mulher tem de melhor: sensibilidade e tato", disse.

Thereza s� deixa transparecer certa emo��o ao falar sobre o ex-cunhado, o hoje senador Fernando Collor. Questionada sobre uma eventual nova candidatura de Collor � Presid�ncia, ela provoca: "O presidente Collor tem o direito de querer (ser presidente), mas se naquela �poca ele teve problemas com um Fiat Elba, agora vai ser com uma Maserati, uma Ferrari. Achei que com o tempo e a maturidade, ele poderia ter aprendido um pouco mais, mas cada um escolhe suas op��es", disse.

Sobre a possibilidade de dialogar com Collor caso seja eleita deputada, Thereza diz: "Por enquanto, eu n�o sou nada. Nesse momento, n�o posso dialogar com ningu�m. Mas se for necess�rio, investida de um cargo, n�o me negaria. Acima de tudo, sou uma pessoa educada e civilizada".

H� 18 anos vivendo em S�o Paulo, Thereza ser� candidata pelo Estado que adotou e n�o por Alagoas, onde j� exerceu a fun��o de secret�ria de Turismo. Ela n�o tem clareza de como ir� financiar a campanha. N�o fala em autofinanciamento, prefere acreditar que ir� receber recursos do partido e de doadores.

Nos �ltimos meses, ela tem se aproximado da vida partid�ria. Thereza esteve presente no lan�amento da pr�-candidatura do prefeito Jo�o Doria ao governo do Estado. Na ocasi�o, foi anunciada pelo presidente estadual da sigla, Pedro Tobias. Ao ser convidada a falar, fez men��es elogiosas ao PSDB e ao pr�prio Doria - que, segundo ela, deixou a Prefeitura atendendo um chamado da sigla.

No fim da reuni�o, foi cercada por militantes que queriam uma selfie com a "ex-cunhada" de Collor, com a musa do impeachment de 1992. Ela n�o nega uma selfie, mas diz n�o ser f� das redes sociais. "Tenho uma vida discreta."

Hoje, Thereza � casada com o empres�rio Gustavo Halbreich e garante viver com conforto. “N�o preciso fazer da pol�tica uma bancada de neg�cios. Vou me candidatar porque gosto de desafios e acho que posso colaborar”, afirmou ela, que apresenta um leve tremor nas m�os. Thereza � portadora de um dist�rbio neurol�gico de movimento chamado “tremor essencial”, que ocorre durante atividades simples e pode ser agravado por estresse ou cansa�o.

Ela prefere se definir como humanista e diz n�o se enquadrar na direita ou na esquerda. "Sou humanista, quero dignidade e igualdade para as pessoas", diz ela, que acrescenta n�o temer o peso do sobrenome Collor. "“Minha vida foi exposta. Ele � parte da minha hist�ria. N�o vou escond�-lo. O que eu espero � que as pessoas me conhe�am."


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