Porto alegre, 22 - No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga seu pedido de habeas corpus, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 22, estar com a "tranquilidade dos inocentes". Em entrevista concedida a jornalistas da R�dio Gua�ba, o petista disse que espera um julgamento digno das esferas superiores da Justi�a.
"Estou com a tranquilidade dos inocentes, e eles com a intranquilidade dos culpados. Eles sabem que montaram uma farsa para me condenar. Est�o julgando os governos do Lula e da Dilma. Veja que aquele menino, o tal de Dallagnol, ele deveria ter sido exonerado quando contou a mentira do PowerPoint", afirmou.
O plen�rio do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa na sess�o de hoje o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula para impedir sua eventual pris�o ap�s o fim dos recursos na segunda inst�ncia da Justi�a Federal. A an�lise dos embargos do ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4) foi agendada para a pr�xima segunda-feira.
"A �nica coisa que eu quero deste processo � que alguma inst�ncia superior ou STJ ou STF julgue o m�rito do processo. Eu n�o posso aceitar, o conjunto de mentiras que foi montado para tentar condenar o Lula. Eu tenho uma rela��o de honestidade com o povo. O povo sabe que n�o minto", disse o petista.
Lula tamb�m criticou a pol�tica econ�mica e social adotada pelo presidente Michel Temer. "Essa gente que t� a� n�o sabe governar, n�o sabe cuidar do Brasil, eles est�o vendendo nosso Pa�s, e eu quero dizer que, se o PT quiser, eu sou candidato. Se eu puder ser candidato porque n�s vamos fazer um referendo revogat�rio ou uma nova Constituinte para desfazer essa 'safadeza' que eles est�o fazendo com nosso povo", afirmou.
No Rio Grande do Sul, Lula foi alvo de protestos durante a caravana que circula por cidades do interior e seguir� para Santa Catarina e Paran�. O petista disse que o Estado ga�cho est� "muito conservador" e lamentou as manifesta��es que ocorreram no munic�pio de Bag�. "Eu achei uma afronta, meia d�zia de fazendeiros, junto com jovens do agroneg�cio acharem que podem impedir dois presidentes, dois governadores de Estado e sete deputados de entrarem na cidade", criticou.
Segundo o ex-presidente, na �ltima vez em que esteve em Bag� foi para participar de um ato p�blico com mais de 40 mil pessoas, para criar a Unipampa. Lula disse que a origem dos protestos � o �dio disseminado no Brasil desde 2013 e que foi acentuado ap�s a campanha de A�cio Neves contra Dilma Rousseff.
Na passagem pela cidade ga�cha de �S�o Borja, conhecida como "Terra dos Presidentes", Lula disse que n�o ir� trilhar o desfecho dos ex-mandat�rios do Pa�s. "Eu, primeiro, n�o tenho a voca��o de Get�lio. Eu n�o vou me matar. Segundo, eu n�o tenho a voca��o de Jo�o Goulart. Eu n�o vou sair do Brasil. Eu vou ficar aqui dentro do Brasil. Eu vou terminar minha caravana dia 28 em Curitiba, na Boca Maldita, em um grande ato p�blico. Se quiserem tomar a decis�o, tomem. N�o estou acima da lei. Quero � a chance de ver o m�rito do meu processo ser julgado", salienta.
(Lucas Rivas, especial para AE)