S�o Paulo, 10 - Sem a candidatura do apresentador Luciano Huck, a �nica possibilidade de outsider nas elei��es presidenciais deste ano � a do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que acaba de se filiar ao PSB, na opini�o do s�cio e presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
Para ele, Barbosa une o discurso de combate � corrup��o e a trajet�ria do brasileiro que "veio de baixo e subiu na vida". Pesa contra, no seu ponto de vista, o g�nio do ex-ministro do STF, que "assim como Ciro Gomes e Jair Bolsonaro", tem capacidade de dar um tiro no pr�prio p�.
Na vis�o do presidente da consultoria, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que se filiou ao MDB e agora tenta se consolidar como candidato � Presid�ncia, tem chances de alcan�ar cerca de 15% de inten��o de votos e garantir presen�a no segundo turno das elei��es.
Segundo ele, mesmo com menos tempo de TV para sua campanha, Meirelles congrega a figura de especialista, "que resolve a economia para melhorar a vida das pessoas", lembrando que foi chamado tanto para chefiar o Banco Central, no governo de Luiz In�cio Lula da Silva, quanto no governo de Michel Temer, dessa vez como ministro da Fazenda.
No entanto, o diretor da Bites Consultoria, Manoel Fernandes, diz que n�o acredita que Meirelles ter� tempo h�bil de se aproveitar da melhora da economia para ajudar na inten��o de votos. Ele destaca que a percep��o de desemprego na popula��o, por exemplo, ainda � elevada.
A �nica chance que a classe pol�tica tem de buscar uma reconex�o entre os governantes e governados na elei��o deste ano no Brasil � empoderar o eleitorado, ou seja, dar a esse grupo mais poder ao mesmo tempo que diminui o dos pol�ticos, segundo o s�cio e presidente do Instituto Locomotiva.
"As pesquisas que temos feito mostram que a grande demanda � por mudan�a, que � ter algo diferente do que se tem hoje. H� um consenso de que nenhum pol�tico � honesto e nove a cada dez acreditam que os pol�ticos governam para si e n�o para defender o eleitor", disse, em painel do evento Ita� Macro Vision.
Segundo ele, o processo de polariza��o que � visto no Brasil levou a um sentimento de que a classe pol�tica � cada vez mais distante das pessoas. Diante disso, as candidaturas que derem menor poder aos pol�ticos e mais para as pessoas tendem a ter mais sucesso.
No entanto, ele destaca que o mundo hoje est� cada vez mais preso �s "bolhas de algoritmos", o que significa que em sua vida digital as pessoas se deparam cada vez mais com um ponto de vista semelhante ao seu. "Isso leva a uma radicaliza��o e esquecemos de ver que o que une os brasileiros � a descren�a da classe pol�tica", disse.
(Fernanda Guimar�es e Altamiro Silva Junior)